TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Gangorra

 


J. FLÁVIO VIEIRA

 

                                               Várzea Alegre, berço do meu pai e avós, como o próprio nome indica, é a terra mais jocosa do Cariri. O riso, ali, é quase uma instituição pública e a jocosidade , a irreverência são cultuados com a mesma fortaleza que, EM  outras terras,  reverenciam-se  heróis épicos. Essa maneira desprendida , sutil e vaporosa de olhar a vida, focando mais nas suas incongruências que nas suas certezas, faz do varzealegrense uma figura radiante, jovial , pronto, a todo instante, a quebrar as solenidades insuportáveis do cotidiano. Eles vivem atapetando os dias de histórias , estripulias e potocas de seus tantos Pedro Malasartes,  Cancão de Fogo e João Grilo. Nas narrativas, os presepeiros sempre são os principais protagonistas  das histórias burlescas que entrecortam o cerimonial monocórdico e solene dos discursos, das rezas, das ladainhas.

                                   Dali saltou a tradição dos “Contrastes” que preenche tantos e tantos relatos da  Terra de Papai Raimundo e que vão sendo catalogados, cuidadosamente ,numa espécie de fabulário popular e contados , de geração a geração, num doce exercício de memorialística e oralidade. Dias desse ganhei um livro onde se catalogava a culinária popular de Várzea Alegre, minunciosamente, entre eles seu impagável Cuscuz de Arroz.  Alguns dos disseminadores dessa tradição  ficaram famosos como o Padre Vieira, Zé Clementino e o poeta Zé Gonçalves. Mas a força perenizadora   deste legado está na grande galeria de contadores  de chistes , troças e pilhérias que pululam por todos os cantos e esquinas da cidade. E até saltam dos limites do município, numa espécie de grande Várzea Alegre, em vilas circunvizinhas como Mangabeira, Cedro, Várzea da Conceição. Este espírito folgazão e galhofo levou a cidade a ter o mais animado carnaval de rua do Cariri. E , possivelmente, fez do varzealegrense o mais  bairrista dos caririenses. Viajam, ganham o mundo, naquele destino quase semítico do nordestino, mas nutrem o sonho eterno de, juntado algum pé-de-meia, retornarem , definitivamente, para finalizarem suas histórias naquele mesmo lugarzinho onde, um dia,  tudo teve início. Mudem-se para onde se mudarem, viajem para onde viajarem, o varzealegrense nunca sai da encosta da Serra Negra e da  beira do Riacho do Machado.

                                   Esse elo íntimo e telúrico com sua terra me faz lembrar uma das suas histórias, contadas em rodinhas de calçadas e, certamente, pouco a pouco, temperadas com os artifícios da ficção. Nos anos 60, a famosa Rádio Cultura de Várzea Alegre tinha como um dos programas de maior audiência o “Violas que o Povo quer”. Na época, o violeiro apresentador era “Asa Branca” ,  cultuado quase como um astro do Rock.  A direção da Rádio começou a sofrer o assédio contínuo de um outro cantador, iniciante, que se intitulava de  “Assum Preto”. Queria porque queria participar da atração, que , infelizmente, já tinha um titular desenrolado e venerado em toda região.  Assum vivia temperando a viola nos botecos do centro e, no horário do Violas, invariavelmente, ficava aceirando os locutores, atrás de uma oportunidade. A insistência já era motivo de chacota no “Sanharol” , sítio onde nosso violeiro residia.

                                                Respingo de água mole, em laje dura, termina por causar furo. Um belo dia “Asa Branca” caiu doente e, de última hora, a direção da Rádio soube da ausência inevitável do apresentador. E aí ? Que fazer ? Iriam perder audiência com aquele buraco na programação. Alguém, então, lembrou de “Assum Preto”. Ele não vivia arrodeando e pedindo arrego ? Chegara , por fim a oportunidade ! Esperaram a chegada invariável do cantador, na hora aprazada,  e nada. Por incrível que possa parecer, naquele dia ele se empalhou com alguns bêbados, numa mesa de bar e ficou por lá , temperando a viola, cantando algumas loas e bebericando. Um dos locutores partiu às pressas e o trouxe meio a contragosto. Assum Preto botou uma banquinha, fez-se de difícil, mas por fim acedeu. De peito empinado como galo de rinha, dedilhou as cordas da viola e sapecou os primeiros versos na abertura do “Violas que o Povo quer”. Era quase um desabafo, mesclado com a empáfia de alguém que , por fim, a duras penas, tinha alcançado seu objetivo,  apesar do descrédito de todos:

 

                                   “ Quero mandar um abraço

                                   Pra minha mulher, a Socorra !

                                   Nega velha que reside

                                   Prá lá do Sítio Gangorra

                                   Bem queu dixe para ela

                                   Quinda canto nessa Porra !"

 

Crato, 26/02/21

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

"PASSAPORTE PARA ROUBAR" - José Nilton Mariano Saraiva

 

“PASSAPORTE PARA ROUBAR” – José Nilton Mariano Saraiva

Circunscrita, de princípio, às nossas fronteiras (e à covarde e bovina passividade do nosso povo), de repente a “coisa” assumiu ares cosmopolitas, porquanto destaque em horário nobre nos principais jornais televisivos mundo afora, em razão, principalmente, de ter como principal protagonista um dos “filhos-numerais” (Flávio Bolsonaro, o primogênito) do atual Presidente da República, (Jair Bolsonaro) contando com a inestimável e inescrupulosa ajuda de um miliciano de alta periculosidade (Fabrício Queiroz) que, de simples motorista do dito-cujo (como ficou conhecido no começo), passou a ser decantado como um “expert”, verdadeiro “mago” em termos de finanças.

Aos fatos.

À época, eleito Deputado Estadual (pelo Rio de Janeiro) e já tendo absorvido in totum todos os “nobres ensinamentos” professados pelo pai (então Deputado Federal e integrante do baixo clero da Câmara), o filhão querido montou, dentro do seu gabinete parlamentar (com a inestimável ajuda do “motorista” Fabrício Queiroz, recomendado pelo pai), o esquema conhecido por “rachadinha”.

Aos leigos, a tal “rachadinha” nada mais é que o “recolhimento compulsório” ao final de cada mês (e quem não topar que peça pra sair), de um avantajado percentual do salário de cada um dos funcionários do gabinete, em favor do “chefe” (aquele lance de “dá com uma mão e tomar com a outra” ou mesmo uma espécie de “dízimo”, tão comum entre os evangélicos, tal qual o patrão o é).

Fato é que tal “fábrica” de gerar dinheiro (sem fazer força) permitiu que o filho-numeral seja hoje detentor de um patrimônio absolutamente incompatível com a sua remuneração (são lojas em shopping, apartamentos, uma montanha de dinheiro vivo, imóveis e por aí vai).Lavagem de dinheiro, na mais completa acepção do termo.

O resto da história todo mundo sabe: denunciaram, primeiro, o motorista Fabrício Queiroz, que passou meses escondido na casa do próprio advogado (Wassef) do pai-Presidente e, quando encontrado (por mero descuido), deram um jeito e fazê-lo curtir uma prisão-domiciliar tranquila, de onde continua dando ordens.

Já o “filhão-numeral” (hoje Senador da República), denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, contratou uma banca advocatícia de peso (tá gastando parte do que roubou) de sorte que, através de recursos e mais recursos, a “coisa” foi indo, foi indo, até chegar à Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.

Que achou por bem “anular a quebra do sigilo bancário e fiscal” do dito-cujo, sob a pífia argumentação da existência de “problemas de  fundamentação na decisão judicial anterior” e de que ”não há indícios de que o parlamentar tenha cometido os crimes de lavagem de dinheiro e de falsidade ideológica” (eles sempre arranjam um “brecha” quando se trata de “cliente” com bala na agulha).

Os votos favoráveis a Flávio Bolsonaro partiram dos ministros João Otávio Noronha, Reinaldo Soares da Fonseca, Ribeiro Dantas e Joel Ilan Parcionik, que divergiram do relator, ministro Félix Fischer.

Alfim, se vigorar e prevalecer tal decisão, os marginais detentores do vil metal (e são muitos) já sabem como obter o seu “passaporte para roubar” e, mais que isso, chancelado pelas excelências togadas dos nossos tribunais superiores.

É só seguir, pari passu, o itinerário feito pelo filhão-numeral-bandido.

 

 

domingo, 14 de fevereiro de 2021

MILITARES: UMA "SANGRIA" DE RESPEITO - José Nilton Mariano Saraiva

 MILITARES: UMA “SANGRIA” DE RESPEITO - José Nilton Mariano Saraiva

Como é do conhecimento de metade do mundo e da outra banda, no Brasil a contribuição compulsória de um trabalhador civil para a Previdência Social (o INSS), visando uma sofrida “aposentadoria integral” após 35 anos de labuta diária, é de 11,0% (onze por cento) em cima do salário bruto, quer chova ou faça sol. Se, por algum ou outro motivo, o servidor optar ou for obrigado a “pendurar as chuteiras” proporcionalmente aos 30 anos de serviço, o prejuízo será substancial.

Já o militar (nos dias atuais), contribui com 7,5% de sua remuneração e, como, em tese, ele não se aposenta, tal desconto serve para custear o pagamento da pensão para a família.

É que as regras para as Forças Armadas, justificadas pelas peculiaridades da profissão, são diferentes das aplicadas aos servidores civis e aos empregados do setor privado. Elas permitem que o militar passe à inatividade mais cedo que os demais trabalhadores, na maioria dos casos com no máximo 50 anos de idade, o que gera um custo elevado para os cofres públicos, bem maior que o das “aposentadorias convencionais” (homem aos 65 anos e mulher aos 60 anos).

A propósito, na atualidade o Brasil tem 5.438 generais, sendo 5.290 aposentados e 148 na ativa. Todos aumentados, após a assunção do Bozo, de R$ 22mil para R$ 30 mil/mês (é só fazer a conta e ver o tamanho do rombo).

Uma particularidade merecedora de atenção é a que se refere à pensão das “filhas solteiras” dos militares (se casar perde a “boquinha”, embora não seja proibido “se juntar”). No Exército, especificamente, remanescem ao período 2009 a 2011 os últimos números sobre o quanto a União gastou com o pagamento de pensões a “filhas solteiras” de militares: mais de R$ 4 bilhões/ano foram pagos para 90.900 mulheres, segundo apurou o “Estado”, à época.

Com relação aos dados atuais, são guardados a sete chaves e não existe mortal no mundo que tenha conhecimento sobre ( não se sabe o porquê de tanto segredo). O que se sabe é que tal benefício às “filhas solteiras” representava àquela época 16,0% de todo o montante gasto com a previdência dos militares.

Há que se ressaltar, entretanto, que a concessão de pensão às “filhas solteiras” de militares mortos foi extinta no ano 2000 para novos servidores, embora ainda deva ser paga pelos próximos 40 anos, porquanto os militares que já integravam as Forças Armadas passaram a ter a opção de pagar um adicional de 1,5% na contribuição previdenciária a fim de manter o privilégio.

Os estados com mais pensionistas nessa situação são o Distrito Federal (127.748), o Rio de Janeiro (56.957), Minas Gerais (14.473), Pernambuco (13.791) e São Paulo (12.541). 
De outra parte, dados do Tesouro Nacional (de 2018) mostram que os 384.000 militares, inativos e pensionistas, representam apenas 1,16% do total de aposentados do país, mas são responsáveis por 15,4% (R$ 43,8 bilhões) do déficit da Previdência Social.

Por essa razão, os militares já são hoje o grupo com o maior déficit por beneficiário”, tanto que, recentemente, a União precisou bancar, com recursos de todos nós contribuintes, R$ 121,2 mil para cada aposentado ou pensionista das Forças Armadas.

O valor é quase o dobro do que o governo precisa cobrir por pessoa no regime dos servidores e mais de 17 vezes o tamanho do déficit per capita no INSS, que engloba trabalhadores da iniciativa privada (no regime próprio dos servidores federais, o déficit individual é calculado em R$ 71,6 mil, enquanto no INSS esse valor é bem menor, de R$ 6,9 mil).

O rombo individual dos militares é maior porque, ao contrário dos servidores públicos federais e dos trabalhadores da iniciativa privada, O MILITAR NUNCA CONTRIBUIU PARA A SUA APOSENTADORIA, pois tal benefício inexiste no “Direito castrense” (ou legislação das Forças Armadas). Ele sempre contribuiu apenas para a pensão militar, destinada a seus beneficiários, Assim, mesmo quando o militar passa à inatividade remunerada (por tempo de serviço ou decorrente de incapacidade física) continua contribuindo para a pensão militar, antigo montepio militar, criado a mais de um século pelo Decreto nº 695/1890.

Tal anomalia só veio a ser corrigida bem à frente, quando o Congresso Nacional aprovou lei alterando a regra e instituindo uma alíquota geral para militares ativos e inativos.

Para coroar, a “cereja no bolo”: o custo atual dos 5.290 “generais de pijama” é de aproximados R$ 1,7 bilhão/ano (evidentemente que não contando com a “remuneração extra” dos que arranjaram vaga no governo do colega bucéfalo, a fim de “complementar o soldo”).

E aí, só nos cabe perguntar: em troca de tal imoralidade, nós, pobres mortais comuns, recebemos o quê, dos ditos-cujos ???



domingo, 7 de fevereiro de 2021

"C'EST LA VIE" (é a vida) - José Nilton Mariano Saraiva

C'EST LA VIE” (é a vida) – José Nilton Mariano Saraiva


Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes” (Jesus, ao dirigir-se a Pedro, segundo relato bíblico).

 


Meses atrás, o país foi literalmente sacudido e houve um reboliço danado no prolixo meio jurídico brasileiro, quando, dentre as inúmeras “ilegalidades/barbaridades” constantes das 10 propostas sugeridas por Sérgio Moro e sua perigosa quadrilha curitibana visando um suposto combate à corrupção, se destacava aquela aberração que propunha... “sejam admitidas, no processo, AS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS, desde que tenham sido obtidas de boa-fé”. Algo de causar arrepios no mais gélido dos alemães (mestres e praticantes do suprassumo do “Direito”), ou mesmo de fazer qualquer cego enxergar, vapt-vupt.


Afinal, a adoção de tal “jeitinho brasileiro” seria a “prova provada” de que não podemos confiar em tudo que está escrito, nem mesmo que esteja escrito na nossa Constituição Federal, apesar de blindado pela condição de “cláusula pétrea” (vide artigo 5o, inc. LVI da CF, in verbis: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”).


A reflexão é só pra mostrar que, certamente, Sérgio Moro e seus comparsas da perigosa quadrilha curitibana, integrantes da tal Operação Lava Jato, jamais imaginariam que, tal qual lá na antiguidade, quando Pedro traiu Jesus espetacularmente (“antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes”) também aqui ele e seus comparsas meliantes passariam pelo mesmo dissabor (negar o que propunham, lá atrás, sistematicamente, como solução definitiva).


Para tanto, bastou que fossem divulgadas as conversas imorais, sarcásticas, desumanas e pernósticas, entre aquele juiz e os integrantes da sua quadrilha, ao referirem-se especificamente à trama visando acusar, condenar, prender e inviabilizar às eleições um certo senhor (pejorativamente alcunhado por eles de “09 dedos”) o ex-presidente Lula da Silva, como foi feito, mesmo sem nenhuma “prova provada” sobre.


Como as conversas (gravadas por um bandido, mas de “boa-fé”, já que pra desbaratar uma perigosa gangue) até aqui divulgadas são muito “cabeludas” (e vem muito mais por aí) e se enquadram perfeitamente naquilo que Sérgio Moro e comparsas propunham com as 10 medidas contra a corrupção (“sejam admitidas, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos, desde que tenham sido obtidas de boa-fé”) eis que pateticamente apelam por clemência junto ao Supremo Tribunal Federal, peticionando seja aquela cláusula pétrea da nossa Carta Maior obedecida (“são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”).

A “batata quente” está nas mãos dos integrantes do Supremo Tribunal Federal, porquanto comprovadamente participaram do “golpe” que redundou no impeachment da ex-Presidenta Dilma Rousseff, ao chancelarem todas as aberrações e transgressões constitucionais oriundas de Curitiba e subscritas por Sérgio Moro e sua gangue.


É a grande oportunidade para que “Suas Excelências” togadas se redimam ante a nação de todas as excrescências praticadas até aqui.


Afinal, “C'est La Vie”.



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

"TIRAR O ESTADO DO POVO BRASILEIRO" - José Nilton Mariano Saraiva

 Apadrinhado por um dos filhos numerais (Eduardo "Bananinha" Bolsonaro) do atual ocupante do Palácio do Planalto, Paulo Guedes é aquele ultrapassado economistazinho de quinta categoria que, em condições normais, jamais participaria de um governo sério, por absoluta incompetência gerencial e técnica. 

Mas, como estamos tendo a infelicidade de ver o país comandado por um bucéfalo anacrônico, Paulo Guedes não só integra o staff governamental, como também é quem realmente manda no Brasil, na atualidade (em qualquer área ele tem que ser consultado pelas vaquinhas de presépio - demais ministros - e não se furta de opinar e influir decisivamente). 

Inimigo público e de primeira hora do funcionalismo público, não perde a oportunidade de detratá-los, humilhá-los e responsabilizá-los pelo redundante fracasso da sua ultrapassada política econômica, como vimos durante a recente reunião ministerial de abril do ano passado, quando, literalmente aos gritos, ao referir-se ao Banco do Brasil e seus funcionários, cravou que... "temos que vender logo essa porra". 

Egresso do mercado financeiro (onde se fez junto à sua corriola), não perde a oportunidade de a eles beneficiar, como o fez dias atrás ao repassar ao Banco BGT Pontual (onde foi sócio) a carteira de "créditos de difícil recuperação" de um banco estatal, por irrisórios 10% (dez por cento) do seu valor de face  (de 03 bilhões de reais por 300 milhões de reais). 

 

De discurso neoliberal, prega a privatização radical, a entrega dos recursos e patrimônio nacionais a especuladores nacionais e estrangeiros, conforme se constatou nesses dias, quando declarou sem nenhum constrangimento que a orientação do seu superior hierárquico (Presidente da República) é "desmantelar", porquanto... "o peso do estado é muito grande e a orientação do presidente desde o início é desonerar, reduzir, simplificar, TIRAR O ESTADO DO POVO BRASILEIRO (na verdade, é ele que pensa assim).  

Enquanto isso, para os “miseráveis” e desempregados que estavam a sobreviver (sabe-se lá como), com os R$ 600,00 do tal auxilio emergencial, uma notícia em dose dupla e não muito agradável: na perspectiva de o Congresso votar pela continuação do próprio, o contingente de “famintos” será reduzido pela metade (a outra metade que se foda), assim como também o valor será podado também pela metade (de R$ 600,00 para R$ 300,00). 

Afinal, há que prevalecer aquela velha máxima:  “aos inimigos não se mandam flores, mas, sim, bananas de dinamite, preferencialmente acionadas à distância”.