TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O novo filme de Silvio Tendler - por José do Vale Pinheiro Feitosa






















Tereza, José do Vale e Silvio Tendler numa festa de São João aqui no Rio

“Meu primeiro contato com Silvio Tendler foi com sua obra: o filme “Jango” de 1984. Ainda estávamos na luta contra a ditadura militar e o filme de repente nos pôs em contato com aquela história que os militares tinham reprimido com o mito do “subversivo”. Lá, tomado de surpresa, vi o meu amigo Alberto Teles bem na frente de uma manifestação dos sargentos da marinha rebelados no Clube dos Fuzileiros Navais. Naquele filme ouvi uma das músicas mais belas dos anos 80, de Vagner Tiso: Coração de Estudante (e que passou adiante, com uso exaustivo da televisão, no enterro de Tancredo Neves).”

TRAILER DO FILME UTOPIA E BARBÁRIE

Somos aquilo que nos lembramos. Mas, além disso, eu costumo acrescentar que também somos aquilo que resolvemos esquecer (Ivan Izquierdo).

A memória é um espaço de luta política (Martim Almada).

Com muito sangue, com muitas lágrimas, aprendemos que o tempo da história não é o nosso tempo (Eduardo Galeano).

Cada um é a sua história, real e a imaginária (Ferreira Gullar).

A história é nossa e é feita pelos povos (Pablo Neruda).

Na revolução tudo tem que ser feito pelo povo (General Giap).

Se é o melhor para o povo, por que não agora, por que não já (Brizola no Comício das Diretas Já).

Eu acho que o verdadeiro cidadão não é aquele que vive em sociedade, mas é aquele que transforma a sociedade (Augusto Boal).

UM FILME DE MEMÓRIAS QUE TORNAM A HISTÓRIA VIVA E PRESENTE

“Silvio Tendler, classificado no mundo do cinema como documentarista, tem a dimensão exata que todo historiador deveria ter. Nascido no ano de 1950 foi tudo o que o século XX criou em mudança e progresso. Na metade que o antecedeu, definiu-se o lastro do que veio a ser a sua vida. Da geração de 68, foi para o Chile, estudou cinema na França e fez dois filmes sobre os derrotados pela ditadura (Anos Jk e Jango) ainda na vigência dela, obtendo enorme bilheteria.”

O destino não está nas linhas das mãos, está nos desafios que enfrentamos (Eduardo Galeano).

O progresso é tudo aquilo que diminui o poder de um homem sobre outro homem (Gillo Pontecorvo).

Sob nenhuma condição participamos de guerras que tiram vidas de outros humanos (Mohamed Ali – Cassius Clay).

Não se deve confiar no imperialismo nem um tantinho assim (Che Guevara).

Bárbaros! As idéias não se matam.

SOBRE SONHOS QUE MOVERAM UMA GERAÇÃO. SONHOS DE GLÓRIAS E LIBERDADE.

Conheci Silvio Tendler na casa de um dos grandes personagens da política brasileira até 1965. Wilson Fadul, ministro da Saúde de Jango, Deputado Federal, líder do governo e quem acompanhou Jango até o exílio, sendo preso no retorno do Uruguai e depois cassado no AI 1. Fadul foi um dos fundadores da editora Paz e Terra, responsável por cadernos de divulgação do pensamento fundamental do século XX e um dos maiores intelectuais com a visão da práxis política com quem convivi. Nesta mesma noite tive a nítida prova que o Silvio era da mesma dimensão.”

Podemos dizer que a idéia de mudar o mundo era uma utopia, mas eu digo que era, antes de tudo, uma esperança (Bruno Muel).

Enquanto houver desesperados, nós tempos direito a construir a esperança (Leandro Konder).
O que é a utopia que se desejava fazer? (Dilma Roussef).

O direito de sonhar (Eduardo Galeano)

UTOPIAS BARBÁRIES UTOPIAS BARBÁRIES

Nós temos sempre que ter esperança. Temos sempre vontade de mudar (Apolônio de Carvalho).

UM FILME DE SILVIO TENDLER PARA SEMPRE EM NOSSAS VIDAS.

Todo brasileiro deveria, pelo menos uma vez na vida, ver toda a filmografia de Silvio Tendler.”

FIQUE LIGADO - Rádios, TVs e jornais devem obedecer lei eleitoral a partir desta quinta-feira



A partir desta quinta-feira (1º) as emissoras de rádio e televisão do país devem ficar atentas à Lei das Eleições (9.504/97). A legislação fixa uma série de proibições para o período eleitoral em seus noticiários e na programação. Entre as proibições estão a que impede dar tratamento privilegiado a candidato em seus noticiários e na programação e a de divulgar nome de programa que se refira a candidato escolhido em convenção. A multa para quem desrespeitar varia de R$ 21.282,00 a R$106.410,00. Em caso de reincidência pode ser duplicada. As emissoras de rádio e televisão também estão proibidas de veicular propaganda política pagas ou não e de difundirem manifestação favorável ou contrária a candidatos ou partidos.

Os jornais e revistas não estão impedidos de emitir opinião favorável a candidato, mas a matéria não pode ser paga. Ainda de acordo com a lei, as novelas, filmes ou minisséries não podem fazer crítica ou referência a candidatos ou partido político, mesmo que de forma dissimulada. As emissoras também estão proibidas de usar trucagem ou montagem de áudio ou vídeo que degradem ou ridicularizem candidato ou partido ou que desvirtue a realidade para beneficiar ou prejudicá-los. Também não podem transmitir programas com esse fim. O candidato escolhido em convenção para concorrer às eleições não pode apresentar nem comentar programa. As emissoras também não podem divulgar nome de programa que se refira a candidato escolhido em convenção, inclusive se a denominação do programa coincidir com o nome do candidato ou com o que ele indicou para uso na urna eletrônica. Se o programa tiver o mesmo nome do candidato, fica proibida a sua divulgação.

Fonte: R7

lá longe uma folha seca

Tudo que toca a alma
não tem peso.

Logo evapora.

Belo é o que cerca
e não funde.

Aproxima-se sem braços
e sem palavras.

Não sabemos ao certo
se viver é tão contagiante
quanto esta doçura.

DROPS


o amor noves fora

são tão grandes essas horas
que me ponho a esperar
até que chegue o momento
certo

toda vez que amanhece
coloco meus pés na água quente
antes de riscar o chão com minhas
solas desgastadas


só então o dia descortina
sua cara de mil cores pintada
e nela vejo uma mulher nua
tomada de compromissos
desejosa de meus braços


escrevo-lhe um poema
mas ela não leria uma linha
prefere cuidar de suas unhas
com que riscaria seu nome
em meu peito
terminando do lado esquerdo
onde se escreve a palavra fuga


quando era menino
evitava pensar
no desespero das mulheres lá de casa
ansiando nuvens
viajando para cidades além da fronteira
que sequer existia


agora que estou às portas
do oculto
sinto o peso do meu coração
crepitante de vontades
que não se fazem
o amor noves fora


o amor noves fora?
um abismo

Geraldo Junior - Amor Treme-Terra (Revolução Cabaçal)

Geraldo Junior - Mais Tarde, Mais Forte.avi

Combinação

Na minha fronte uma veia
arregaça as mangas.

Se contorce debaixo do meu chinelão
uma formiga vermelha.

Bem unidos
por opção poética

meu aneurisma
e a morte do inseto.

Não vejo diferença
entre a envergadura
desta veia que me percorre a testa
e a luta constante da formiga enlouquecida.

A formiga luta contra
a borracha do chinelão.

A veia do suposto aneurisma
dilata-se oculto dentro do cérebro.

No instante em que apago
a luz do quarto:

salva-se a formiga
por apatia do verdugo

recolhe-se o vaso sanguíneo
para tarde da noite.

Manifestações de apoio bem como críticas ácidas sem ofensa pessoal aos candidatos em debate livre na internet não constitui propaganda eleitoral - TSE

Nunca foi agradável se trocar farpas com pessoas que admiramos e pelas quais já manifestamos, de público, esta admiração. Não faz muito tempo o caro Dihelson Mendonça, editor do Blog do Crato, me fez ácidas críticas, muitas de natureza pessoal, uma vez que protestara num artigo em três blogs contra a atitude dele de vetar qualquer manifestação de preferência eleitoral por lá. A minha crítica tinha um motivo mais urgente, pois o alvo mais imediato dele eram postagens do José Flávio Vieira, muitas delas reproduções de jornais consagrados, que apoiavam o atual governo brasileiro e manifestava simpatia pela sua candidata. Além do mais a postagem do Zé Flávio estava em franco diálogo com outras feitas por outros contribuintes do blog, com preferências políticas distintas do Zé, especialmente do próprio Dihelson que fizera uma reportagem fotográfica da visita do Serra à cidade.

No final a justicativa do Dihelnson era que havia o perigo do veto da Justiça Eleitoral. Era um argumento que só teria propósito se não fossem postagens e postagens com deputados estaduais, em reeleição, fazendo "anúncios" de realizações para o Crato. Se não fosse o Blog do Crato ter se tornado uma página semi-oficial da Gestão de Samuel Araripe. Se não fosse, o que é natural, tanta gente mostrando simpatia política e ainda hoje presentes naquele blog.

Acho que o Dihelnso, homem ético e lutador, nos deve melhores explicações para uma espécie de "limpa" que fez no blog, toda ela de natureza ideológica e política. Desde apresentar-se de dedo em riste como um velho coronel do sertão, passando pelo martelo do juiz, até notas próximas da humilhação de quem pretendia atingir. Afinal o Dihelson, como é natural em todos nós, quer ter a certeza de que está sendo justo nesta empreitada de fazer um blog plural, que mostre as várias visões de mundo nesta fase aguda da história. De outro modo o blog se tornará apenas um veículo monocórdico a apresentar a "campanha" do pensamento único. Próximo do totalitário.

Fiz esta introdução apenas para postar este texto sobre decisão do TSE, demonstrando que a livre expressão de pensamento está liberada.

Do TSE

TSE decide sobre utilização da internet para divulgar opiniões sobre candidatos

Por unanimidade, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negaram recurso do Ministério Público Eleitoral (MPE) que pedia a retirada do ar de um blog que promove a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República. Ao proferir seu voto, o ministro Henrique Neves, relator do processo, concluiu que não pode ser atendido o pedido do MPE, pois suspender todo o conteúdo implicaria em determinar a retirada não só daquelas informações que, eventualmente, infrijam a legislação, mas também todas as demais que constituem meras opiniões e estão abarcadas pela garantia da livre expressão do pensamento.

O MPE ajuizou o recurso contra a Google do Brasil por considerar que a empresa hospeda site no qual não se podem identificar os responsáveis por seu conteúdo e que o site deveria ser retirado imediatamente do ar, a fim de que a disputa eleitoral "obedeça aos ditames de equilíbrio entre os candidatos", uma vez que a propaganda eleitoral só é permitida após o dia 5 de julho.

nicialmente, o ministro Henrique Neves, relator do caso, solicitou informações à Google do Brasil, que forneceu alguns dados sobre o responsável pela criação e manutenção do blog. Além disso, a Google alegou que para remover o conteúdo eleitoral de suas ferramentas, é imprescindível a apreciação prévia pelo poder Judiciário, "para que seja verificado se há ou não conteúdo lesivo, na forma da legislação vigente".

Julgamento

Ao levar a questão ao Plenário da Corte, o ministro Henrique Neves esclareceu que, na maioria das vezes, a operação de identificação de conteúdo na internet demanda tempo e uma série de medidas técnicas que nem sempre permite chegar a um resultado positivo.

Em entendimento anterior, o ministro afirmou que a viabilidade da ação cautelar para que se examinasse o pedido de suspensão do sítio apontado, dependeria da prévia identificação dos responsáveis.

Reconsiderando seu posicionamento, o ministro destacou que "nos sítios de internet em que ocorra a veiculação de propaganda irregular a Justiça Eleitoral deve atuar a partir da análise do conteúdo veiculado". E, havendo irregularidade, a suspensão da propaganda deve ser imediata porque, ao contrário dos demais meios de comunicação social, a transmissão de dados pela internet não se exaure no momento em que se realiza.

"No rádio e na televisão, uma vez divulgada a notícia, o espaço de divulgação passa a ser ocupado pela programação que se segue, enquanto a internet é estática e a manutenção da informação na rede permite o acesso contínuo a qualquer hora de qualquer lugar do mundo", destacou.

Por isso, o ministro afirmou que diante de comprovada irregularidade eleitoral, a Justiça Eleitoral pode, por meio de decisão fundamentada, determinar a suspensão do conteúdo veiculado na internet em representação que identifique o responsável pelo conteúdo ou em ação cautelar que busque tal identificação.

Liberdade de expressão na internet

No entanto, a suspensão deve ser "apenas e tão somente do quanto tido como irregular, preservando a liberdade de expressão". Para o ministro, "diante de alegação da prática de propaganda irregular, de um lado, não pode ser sacrificado o direito à livre expressão do pensamento do cidadão que se identifica, de outro, não é possível permitir que essa manifestação ofenda princípios constitucionais de igual relevância ou afronte as leis vigentes".

"A internet é, sem dúvida, o maior espaço já concebido para o debate democrático", disse o ministro ao afirmar que os blogs e outros mecanismos são importantes veículos que permitem o debate de ideias e troca de informações o que é elemento essencial à democracia. "Isso, porém, não significa dizer que em nome dessa liberdade de expressão tudo possa ser estampado", afirmou.

Por fim, o ministro explicou que se alguém se sentir ofendido por conteúdo veiculado em determinada página e, o tal material houver sido postado por terceiro que não seja o responsável pelo site, o ofendido poderá notificar o provedor de conteúdo sobre a ofensa, para que o provedor possa tomar as providências. Caso o provedor ignore a notificação, poderá ser responsabilizado judicialmente junto com o autor da ofensa.

"Manifestações de apoio, ainda que expressas, ou revelações de desejo pessoal que determinado candidato seja eleito, bem como críticas ácidas que não transbordem para a ofensa pessoal, quando emandadas de pessoas naturais que debatem política na Internet, não devem ser consideradas como propaganda eleitoral", finalizou o ministro ao ressaltar ainda que a suspensão de conteudos na internet "deve atingir apenas e tão somente o quanto tido como irregular, resguardando-se o máximo possivel do pensamento livremente expressado".

Por fim, o ministro Henrique Neves disse que a criminalização do debate político deve ser evitada. Para o relator, uma pessoa que não seja candidata ou que não haja a mando de um, somente pratica propaganda irregular quando esta se configura de forma abusiva, clara e evidente.

O Míope

Os óculos tenho que trocar urgentemente.

Estou a ver elefantes e gafanhotos
trocando olhares na tela do computador.

Não bebi mingau
nem comi raízes
alucinógenos.

São as lentes arranhadas.
Simples.

Uma floresta.

Cariri Encantado - Sonoridades!


Hoje, no Cariri Encantado- Sonoridades, faremos a audição dirigida do Cd, Viva Patativa - com grande elenco de artistas cearenses interpretando a poesia do maior poeta sertanejo nordestino, o Patativa do Assaré.
As penas plúmbeas, as asas e cauda pretas da patativa, pássaro de canto enternecedor que habita as caatingas e matas do Nordeste brasileiro, batizaram poeta Antônio Gonçalves da Silva, conhecido em todo o Brasil como Patativa do Assaré, referência ao município que nasceu. Analfabeto "sem saber as letra onde mora ", como diz num de seus poemas, sua projeção em todo o Brasil se iniciou na década de 50, a partir da regravação de "Triste Partida", toada de retirante gravada por Luiz Gonzaga.
Filho do agricultor Pedro Gonçalves da Silva e de Maria Pereira da Silva, Patativa do Assaré veio ao mundo no dia 9 de março de 1909. Criado num ambiente de roça, na Serra de Santana, próximo a Assaré , seu pai morrera quando tinha apenas oito anos legando aos seus filhos Antônio, José, Pedro, Joaquim, e Maria o ofício da enxada, "arrastar cobra pros pés" , como se diz no sertão.
A sua vocação de poeta, cantador da existência e cronista das mazelas do mundo despertou cedo, aos cinco anos já exercitava seu versejar. A mesma infância que lhe testemunhou os primeiros versos presenciaria a perda da visão direita, em decorrência de uma doença, segundo ele, chamada "mal d'olhos".
Sua verve poética serviu vassala a denunciar injustiças sociais, propagando sempre a consciência e a perseverança do povo nordestino que sobrevive e dá sinais de bravura ao resistir ao condições climáticas e políticas desfavoráveis. A esse fato se refere a estrofe da música "Cabra da Peste":
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrê
Não nego meu sangue, não nego meu nome.
Olho para a fome , pergunto: que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Então, até lá!

Encontro Marcado
Cariri Encantado Sonoridades
Todas as quartas-feira, a partir das 14 horas
Pelas ondas sonoras da Raido Educadora do Cariri, 1020khz
Produção Oca e Revista Virtual CaririCult
Apresentação Luiz Carlos Salatiel

Agenda


LIBIDO SENTIENDI, LIBIDO SCIENDI, LIBIDO DOMINANDI

quero me dirigir às leitoras e aos leitores deste blog. andei (ando), publicando meus trabalhos neste blog. já foi notado. acontece que a linha ideológica das minhas postagens é de primar pela LIBERDADE (com maiúsculas,para diferenciar das falsas liberdades). minhas temáticas mexem com alguns TABUS (sexuais, religiosos, políticos...),entranhados na nossa cultura. certamente que não agrada a todos (nem é minha intenção). gostaria, até como enquete, de saber quantas pessoas se acham ofendidas, escandalizadas com o teor das minhas postagens. o blog dá liberdade aos seus colaboradores, que são responsáveis pelas suas postagens. então para mim só interessa continuar postando meus trabalhos se puder gozar de LIBERDADE. que como artista preciso ter para melhor uso da minha CRIATIVIDADE.
PEÇO ENTÃO AOS LEITORES EM GERAL QUE SE MANIFESTEM A RESPEITO DAS MINHAS POSTAGENS (ps. que não sejam apenas os detratores contumazes).

"QUE NUNCA MAIS A LIBERDADE DESAPAREÇA DO BRASIL".
fernando magalhães, discurso final na CONSTITUINTE de 1933!

pulpifex maximus

SÃO PAULO, 1ª epístola a Timóteo.
cap. II.

COMPORTAMENTO DAS MULHERES

quanto às mulheres, que elas tenham roupas DECENTES, se enfeitem com PUDOR e MODÉSTIA; nem TRANÇAS, nem objetos de OURO, PÉROLAS ou VESTUÁRIO SUNTUOSO; mas que se ornem, ao contrário, com boas obras como convém a MULHERES que se professam piedosas. durante a instrução a MULHER conserve o SILÊNCIO, com toda SUBMISSÃO. EU não permito que a MULHER ENSINE, ou DOMINE o homem. que ELA CONSERVE, pois, o SILÊNCIO. porque primeiro foi formado ADÃO, depois EVA. e não foi ADÃO que foi SEDUZIDO, mas a mulher que, SEDUZIDA, caiu em TRANSGRESSÃO. entretanto, ELA será salva pela sua maternidade, desde que, com MODÉSTIA, permaneça na fé, no amor e na santidade.

Os 3 tempos da campanha

Por Marcos Coimbra (Publicado em Carta Capital)


"O atual modelo de disputa eleitoral não favorece o voto consciente..A partir de 5 de julho, vamos
entrar na fase de anacronismos tolerados 

Vai começar o segundo tempo da campanha presidencial. Mais exatamente, em 5 de julho, data-limite para que os partidos registrem o nome de seus candidatos e dia do início oficial da propaganda eleitoral.
Até lá, a campanha vive o final do primeiro tempo, seu pior momento. Como durante quase todo ele não existem formalmente candidatos, ela não pode existir às claras. Tudo o que os atores políticos fazem, tendo em vista o processo eleitoral, fica em uma zona escura, vizinha da ilegalidade. Esse tempo é um inferno, cheio de coisas proibidas. 
Na verdade, há algumas que se aceitam. Nossa legislação eleitoral permite que os partidos façam consultas a seus filiados, promovam discussões e debates programáticos internos. Desde que aconteçam entre quatro paredes, cuidando para que os cidadãos comuns não participem. 
Mas nenhum partido pode ter candidato antes das convenções (que só são autorizadas após 10 de junho) e ninguém é livre para dizer que é. Qualquer gesto em contrário é passível de ser enquadrado como promoção de algo que a legislação não admite, a candidatura “fora de hora”. Falar dela é “propaganda antecipada”. 

Regras como essas nunca foram respeitadas na vida real. E é bom que nosso sistema político tenha preferido ignorá-las. Se o mundo fosse assim, o País acordaria no dia 6 de julho para só então começar a pensar no que faria 90 dias depois. Seria um prazo curtíssimo, até para quem tem todo o tempo do mundo para se dedicar a conhecer os candidatos. “Antecipar” a propaganda, no fundo, é dar mais tempo aos eleitores para que pensem nas escolhas que terão pela frente. 
Como todos atravessam essa etapa em relativa ilegalidade, é sempre possível acusar alguém de uma conduta irregular. Veja o que aconteceu em maio: o PT usou seu tempo “partidário” na televisão para fazer exatamente aquilo que todos os partidos sempre fizeram, propaganda eleitoral, em vez de divulgar sua “doutrina”, como exige a legislação. É uma prática tão velha quanto a Sé de Braga, normal na tradição de nosso sistema político. O PSDB e seus simpatizantes protestaram, se indignaram, foram aos tribunais. Mas, duas semanas depois, a campanha de Serra fez exatamente o mesmo, no seu próprio programa e nos do DEM e do PPS. Aí, a vez de estrilar foi do PT. 

Em 5 de julho, as campanhas saem do inferno, mas não vão diretamente ao paraíso. Antes que chegue o período luminoso em que a televisão e o rádio ficam à sua disposição, têm de atravessar o purgatório, que dura até 17 de agosto. 
A legislação trata essa etapa como se estivéssemos em plena década de 1940. Ela tolera, antes de agosto, apenas verdadeiros fósseis da comunicação política: carros de som, alto-falantes na porta de comitês, comícios, outdoors. Todos ainda existem, mas nenhum tem a importância que teve no passado. Nas eleições presidenciais, não servem para quase nada. 

Os comícios são o caso mais óbvio de perda de relevância. Nas cidades maiores, onde a agenda permite que os candidatos a presidente estejam presentes, costumam ser apenas um incômodo. Atrapalham o trânsito, sujam as praças. Só militantes vão. Sem músicos e atrações, tornam-se monótonos. Seus organizadores sempre ficam com medo de que ninguém vá e a imprensa mostre que foram um fracasso. Daí, arrebanham espectadores em troca de lanches e gorjetas, o que só aumenta o clima de desânimo. 
Se os comícios são, hoje em dia, isso, para que servem os “palanques” que os candidatos tanto procuram? Com sua decadência, onde seriam exibidas as alianças estaduais, tão cobiçadas? Na televisão? 
Quando ela chega, as campanhas entram no paraíso. Mas é um tempo minúsculo, que dura apenas um mês e meio. Serra e Dilma só terão 17 oportunidades de se apresentar em seus 7 a 10 minutos de programas eleitorais, à tarde e à noite. Adicionalmente, terão o equivalente a pouco mais que a metade disso em inserções espalhadas na programação das emissoras. 

Isso força as campanhas a adotar uma linguagem totalmente publicitária na sua comunicação com o eleitor. A valorização da imagem e o abuso do apelo emocional tornam-se inevitáveis. 

Um dia, quando resolvermos que é hora de fazer uma boa reforma em nossas instituições e práticas políticas, teremos de rever o modelo de campanha a que chegamos. Começando a ter de se esconder, atravessando uma fase de anacronismos tolerados, ela desemboca em uma breve explosão televisiva. Podemos ter certeza de uma coisa: é um modelo que pouco- favorece o voto consciente." 

terça-feira, 29 de junho de 2010

DROPS


Natureza

Sabe aquela barata
que voa

e ao ser pisada
escapa-lhe da boca
uma gosma?

Deixo em paz
esta criaturinha
feia e suja.

Porque assim quero
e sou o senhor dela.

Se fosse uma serpente
ofereceria uma maçã
depois um martelo
na cabeça.

Se eu falasse
com um canário belga
frisaria seus cabelos
e tingiria de preto.

O seu canto mudaria.
Aos seus pés mulatas.

E com tanta mulata sambando
o canário belga nunca mais
pensaria na sua linhagem
de Bruxelas.

cartum por J. BORER


O Santo

Há uma certa febre latente
na cauda do escorpião sorrateiro

quando anoitece
e as estrelas se erguem
do mármore gelado.

Sabemos que é engano
mas nos curvamos
ao breve suspiro.

Seria tão estranho
se verdade eu tivesse
do céu, das paredes, do teto
desde a minha primeira gripe.

Como resta à formiga
estraçalhar a bolacha maizena

e levar no lombo
a parte mais pesada

cabe ao poeta
a sua dúvida
e a infame sorte.

Com os dedos firmes
preencher o vão do cérebro
cujo espaço aberto se dilata
a cada copo de conhaque.

O mais interessante
é que não preciso
beber, olhar o céu,
acreditar em formigas.

arte de segunda mão (colagem por LUPIN)


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Eu bem que gostaria de estar enganado - por Fidel Castro

Um componente essencial das grandes crises do capitalismo sempre foi a guerra. A guerra total, em grande escala, que destrói infra-estruturas, cidades e pessoas. Estamos atentos a se e quando isso irá ocorrer. Este artigo de Fidel Castro para o jornal Gramma e traduzido pelo blog Opera Mundi alerta para este perigo. Um perigo de fato pavoroso e que nos porá em face de uma inversão do perigo com a troca de sinais: os EUA fazendo o papel, agora, que foi da Alemanha Nazista nos idos dos anos 30 e 40. Ainda acho que Fidel exagera no tom, mas é preciso quando aponta o local destes conflitos. A Coréia do Norte continua um problema Chinês e aí, de fato, tudo assume proporções arrasadoras. Leia o artigo de Fidel:

Quando estas linhas estiverem publicadas no jornal Granma, sexta-feira, o dia 25 de julho, data em que sempre recordamos com orgulho a honra de ter resistido os embates do império, ficará distante, apesar de que faltam apenas 32 dias.

Os que determinam cada passo do pior inimigo da humanidade ―o imperialismo dos Estados Unidos, uma mistura de mesquinhos interesses materiais, desprezo e subestimação às demais pessoas que habitam o planeta― calcularam tudo com precisão matemática.

Na reflexão do dia 16 de junho escrevi: “Entre jogo e jogo da Taça Mundial de Futebol, as diabólicas notícias vão sendo colocadas de pouco e pouco, de maneira que ninguém se ocupe delas”.

O famoso evento esportivo tem entrado em seus momentos mais emocionantes. Durante 14 dias, as equipes integradas pelos melhores futebolistas de 32 países têm estado competindo para avançar rumo à fase de oitavos de final; depois virão sucessivamente as fases de quartos de final, semifinais e o final do evento.

O fanatismo esportivo cresce incessantemente, cativando centenas e talvez milhares de milhões de pessoas em todo o planeta.

Contudo, haveria que se perguntar quantos sabem que desde o dia 20 de junho naves militares norte-americanas, incluído o porta-aviões Harry S. Truman, escoltado por um ou mais submarinos nucleares e outros navios de guerra com mísseis e canhões mais potentes do que os velhos couraçados utilizados na última guerra mundial entre 1939 e 1945, navegavam rumo às costas iranianas através do canal de Suez.

Junto das forças navais ianques avançam barcos militares israelitas, com armamento igualmente sofisticado, para inspecionar toda a embarcação que parta para exportar e importar produtos comerciais que o funcionamento da economia iraniana precisa.

O Conselho de Segurança da ONU, a proposta dos Estados Unidos, com o apoio da Grã-bretanha, a França e Alemanha, aprovaram uma dura resolução que não foi vetada por nenhum dos cinco países que ostentam esse direito.
Outra resolução mais dura foi aprovada por acordo do Senado dos Estados Unidos.

Com posterioridade, uma terceira, ainda mais dura, foi aprovada pelos países da Comunidade Européia. Tudo aconteceu antes de 20 de junho, o que motivou uma viagem urgente do Presidente francês Nicolás Sarkozy à Rússia, segundo notícias, para entrevistar-se com o chefe de Estado desse poderoso país, Dmitri Medvédev, com a esperança de negociar com o Irã e evitar o pior.

Agora se trata de calcular quando as forças navais dos Estados Unidos e do Israel se desdobrarão frente às costas do Irão, para se juntar ali aos porta-aviões e demais navios militares norte-americanos que estão de plantão nessa região.

O pior é que, igual do que os Estados Unidos, Israel, o seu gendarme no Oriente Médio, possui moderníssimos aviões de ataque e sofisticadas armas nucleares fornecidas pelos Estados Unidos, que o tornou a sexta potência nuclear do planeta por seu poder de fogo, entre as oito reconhecidas como tais, que incluem a Índia e o Paquistão.


O Xá da Pérsia fora derrocado pelo Ayatollah Ruhollah Khomeini em 1979 sem empregar uma arma. Os Estados Unidos depois lhe impuseram a guerra àquela nação com a utilização de armas químicas, cujos componentes forneceu ao Iraque junto da informação requerida por suas unidades de combate e que foram empregues por estas contra os Guardiães da Revolução. Cuba sabe disso porque na altura era, como temos explicado outras vezes, Presidente do Movimento de Países Não- Alinhados. Sabemos bem dos estragos que causou em sua população. Mahmud Ahmadineyad, hoje chefe de Estado no Irão, foi chefe do sexto exército dos Guardiães da Revolução e chefe dos Corpos dos Guardiães nas províncias ocidentais do país, que suportaram o peso principal daquela guerra.

Hoje, em 2010, tanto os Estados Unidos quanto Israel, após 31 anos, subestimam o milhão de homens das Forças Armadas do Irão e sua capacidade de combate por terra, e às forças de ar, mar, e terra dos Guardiães da Revolução.

A elas se acrescentam os 20 milhões de homens e mulheres, entre 12 e 60 anos, escolhidos e treinados sistematicamente por suas diversas instituições armadas entre os 70 milhões de pessoas que habitam o país.

O governo dos Estados Unidos elaborou um plano para levar a cabo um movimento político que, apoiando-se no consumismo capitalista, dividisse os iranianos e derrocasse o regime.

Tal esperança já é inócua. Resulta risível pensar que com as naves de guerra estadunidenses, unidas às israelitas, despertem as simpatias de um só cidadão iraniano.

Por minha parte acreditava inicialmente, ao analisar a atual situação, que a contenda começaria pela península da Coréia, e ali estaria o detonante da segunda guerra coreana que, por sua vez, daria lugar de imediato à segunda guerra que os Estados Unidos lhe imporiam ao Irão.

Agora, a realidade muda as coisas em sentido inverso: a do Irã desatará de imediato à da Coréia.

A direção da Coréia do Norte, que foi acusada do afundamento do “Cheonan”, e sabe de sobra que foi afundado por una mina que os serviços de inteligência ianque conseguiram colocar no casco dessa nave, não esperará um segundo em agir logo que no Irão se inicie o ataque.

É muito justo que a torcida do futebol desfrute a seu bel-prazer das competições da Taça do Mundo. Cumpro apenas com o dever de fazer um apelo ao nosso povo, pensando sobretudo em nossa juventude, plena de vida e esperanças, e especialmente em nossas maravilhosas crianças, para que os fatos não nos apanhem por surpresa, absolutamente desprevenidos.

Doe-me pensar em tantos sonhos concebidos pelos seres humanos e as assombrosas criações das que têm sido capazes em apenas uns poucos milhares de anos.

Quando os sonhos mais revolucionários se estão cumprindo e a Pátria se recupera firmemente, eu bem gostaria estar enganado!

pulpifex maximus

A mulher que, cheia de orgulho de sua inteligência, de sua beleza, de seus bens, e de seu parentesco, deprecia o marido e não lhe quer obedecer, está se rebelando contra a sentença de DEUS, a qual afirma que a mulher está submetida ao marido, que é mais nobre e mais perfeito que ela, dado que é a imagem de DEUS, enquanto a mulher só é a imagem do homem.

(JEAN BENEDICT, 1531-1595, pregador de Lyon, professor de teologia)

Aviso aos Navegantes da Nave CaririCult !

As tantas vezes que acesso nossa revista virtual CaririCult reparo no simpático quadro de leitores "seguidores" e fico a querer adivinhar quais estariam interessados em postarem suas criações artísticas literárias aqui. Quantos? Não muitos, talvez, mas sempre terá um que gostará de nos instigar com as suas idéias em textos, fotos, colagens ou coisa parecida, ao invés de apenas comentar as nossas provocações.

Pois então... Eis que surge a oportunidade! Enviem para mim um e-mail demonstrando o real interesse pela "peleja" e, conforme seja, encaminharei convite para que se torne um dos membros postadores da nossa revista.

Ah, melhor ainda é o preço do pacote: Você não pagará nada e GARANTO que não será vigiado, amordaçado ou punido! Cobraremos de você tão somente um compromisso ético e responsável com a nossa comunidade virtual.

e-mail: lcsalatiel@hotmail.com

antes ARTE do que tarde

somos seres do espaço!
ao espaço volveremos!
... mais cruéis e medonhos ???

(claufe rodrigues+lupin)

IDÉIAS CABEÇUDAS


Pedro Esmeraldo

Ainda continuamos na luta e com certeza não vamos esmorecer, pois temos como objetividade defender os direitos do cidadão que preza pelo bom patrimônio do serviço público. Não somos hostis e nem incompreensíveis, só queremos permanecer em um estado de direito correto e agradável a todos. Por isso, estamos aqui na luta contra a emancipação de distrito inadequado e com pensamento obscuro a querer elevar-se a um grau de superioridade. Nesse caso está incluído o distrito de Ponta da Serra.

Prezado amigo historiador Antônio Correia, homem simples, possuidor de educação finíssima, de estilo puro, não desrespeitador de idéias alheias, queremos combater o seu pensamento dúbio de querer elevar à categoria de cidade o distrito inconseqüente que até agora não atingiu ao ápice de padrão superior.

Deixem de lado esse pensamento de fanfarrice (“ação dita ou maneira de fanfarrão”) de querer, juntamente com o religioso, separar esse distrito da cidade do Crato. Afastem de si essas idéias caturras que só nos causam nojo.

Lembramo-nos que uns distritos de Fortaleza, que são realmente equilibrados financeiramente e socialmente não pensam em se desmembrar da capital. Permanecem juntos, gozando de todos os direitos de que gozam todos os bairros da cidade e não pensam em separar-se da cidade.

Dizem que, quem quer ser grande, que nasça viçoso; por quanto permanecemos com o nosso dever de continuar unidos, lutando com o crescimento demográfico em equilíbrio de moralidade constante a fim de atrair forças que poderiam dar um poder magnífico de coesão que satisfaça ao bom desempenho na construção das máquinas administrativas.

É claro que todos almejam subir, mas convém dizer que devemos permanecer cautelosos, pois caso contrário, poderemos cair num fosso abismal, onde permaneceremos em caminho do desengano, do desrespeito com pernas quebradas, caindo no desengano de causas onde permanecerão de pires na mão, solicitando ajuda ao Estado.

Não podemos auferir lutas compensatórias por que não temos uma mente arejada para criarmos idéias sadias e que poderão elevar ao homem o pensamento positivo. Viverão chorando, choro minguado eternamente como a cantiga da perua, pior a pior e serão humilhados junto aos políticos quando estiverem nas ocasiões amargas.

Escutem-nos senhores, olhem para o futuro, pensem no dia de amanhã, pois ninguém saberá o que vai acontecer, mostrem que são dinâmicos, capacitados, batendo com a mão no peito dizendo: somos os maiores defensores a um bairro da cidade do Crato.

Crato, 24/06/2010

domingo, 27 de junho de 2010

Cores mais fortes - Emerson Monteiro

Surpreendentes e livres, feitas chapéu voando arrancado pelo vento das madrugadas impacientes, palavras disparam no ar pedidos fervorosos de socorro, busca súbita de outras cabeças onde repousem pensamentos clandestinos. Aliás, pensamentos talvez digam pouco para expressar o ímpeto do coração, nessa indefinição entre as trilhas do desejo e a matéria elaborada no forno da cabeça, para chegar à boca mecânica, indiferente, sensória. Isso justifica, pois, que esteja mais para sentimento, invés de pensamento.
Daí, na intenção original de querer falar, espécie de exanguidade em lua de mel, quando, por mais se insiste conter o desejo permanece, o coração anda cauteloso, sem querer abrir asas de liberdade após experimentar emoções contraditórias de velhos desencontros. A presença dela, no entanto, encheu de oxigênio puro o peito; as fibras dos pulmões atrofiados, na limitação oficial da rotina, voltaram a folegar com gosto. Compactados nos fios de pedra dos cânones, apenas seguiam sonhos nas doses permitidas em rodas familiares, beijos de mão e leves afagos, nos braços descobertos da etiqueta. Nada que ultrapassasse a censura das impressões alheias comprometidas.
Nisso, ela invade faceira o salão de baile das noites dimensionais e rasga com gosto as fibras da cor de jambo dos tecidos cardíacos, rompendo no gesto o império bizantino do medo casto dos regimes ditatoriais.
A primeira imagem que ressurge depois no minadouro das ideias seria, qual movimentos da penetração solar na fímbria virginal do horizonte, fala de albores e lindas manhãs de luz; intensas paixões desarvoradas. Laivos vermelhos, com riscas alaranjadas e pomos de amarelo brilhante, cercados de brancos e precisos limites metálicos.
Ela, um dia de manhã, agora beleza sem precedente dos gestos inevitáveis da alvorada. Havendo guerra, convenções, incertezas humanas, ela explosão de suavidade gravada profunda por dentro das paredes internas do infinito. Divina gazela no jardim do Paraíso, andar macio no meio de cactos, boninas, luares, marmeleiros, zumbido solto de linguagem cifrada, cumplicidade sideral de abelhas, riscos e desenhos magistrais das perfumadas flores, nas vestes esvoaçantes dos corpos esculturais.
Existem, sim, os refolhos do mistério que abrem suas portas caprichosamente. Espécie de ser que desperta enovelado em líquido amniótico dos partos recentes, mexerem de corpos no exercício da existência e acostumar em si o primor das possibilidades. Distende a silhueta enigmática no gesto único harmonioso de incertos passos e ombros que se erguem à certeza.
O coração, por sua vez, amacia o impacto dos primeiros raios sobre a superfície de cores vivas, quais pétalas azuis de largos beijos; deixa encrespar suas águas serenas aquecendo a pele na lúcida imagem do céu que contorna de ramagens verdes o nascer bem devagar; e desperta feliz no dia de sol intenso.

arte de segunda mão (colagem por LUPIN)


pulpifex maximus


Uma das razões que fazem que encontremos tão poucas pessoas que pareçam razoáveis e agradáveis na conversa é o fato de haver gente que pensa mais no que quer dizer do que em responder precisamente ao que lhe perguntamos. Os mais hábeis e os mais complacentes contentam-se em nos mostrar apenas um ar atento, ao mesmo tempo em que vemos seus olhos e seu espírito se alhearem do que lhe dizemos e uma ansiedade por voltar ao que desejam falar, ao invés de considerarem ser uma péssima maneira de agradar aos outros ou de os persuadir, procurar agradar a si mesmo, e que bem escutar e bem responder é uma das maiores perfeições a que podemos chegar numa conversação.
(la rochefoucauld)

Show da Banda Black Dog.


Aconteceu. Não virou manchete, mas virou uma epidemia entre os amantes de um gostosíssimo Rock and Roll. A Banda Black Dog veio ao Cariri e dele está possuída, e nós caririenses também. Foram dois pockets-shows e um super show. Primeiro, dia 18 no SESC Crato, com a produção local do Centro Cultural Banco do Nordeste. Os caras fizeram uma apresentação básica de uma hora, no formato de show-de-rock-em-teatro. Uma bela apresentação que fez lotar aquele espaço fantástico do teatro do SESC do Crato. No dia seguinte, 19/06, a primeira apresentação do dia foi no Centro Cultural do Banco do Nordeste, aquele que é o centro cultural referência no nosso Cariri. O show começou por volta das 20h. Quem foi adorou e os caras fizeram também uma apresentação memorável. Mas foi mais adiante, lá por volta das 23h que os caras realmente arrebentaram. Botaram rock na veia da galera. O ambiente? Nada mais perfeito que o Pink Floyd Bar. Aquele espaço maravilhoso onde você pode sentir o clima mais que bacana de liberdade, prazer e alegria. Os quatro cachorros pretos, não entendiam aquilo. Eles ficaram de queixo caído, literalmente. Como pode se chegar ali, a cerca de 9km do centro do Crato, gente de Crato, Juazeiro, Barbalha e mais algumas outras cidades do Cariri? E para ouvir Led Zeppelin? Que locura era aquela? Mas a loucura aconteceu. E veio carregada de muita energia. A noite prometia. As 21h a gostosíssima banda NIGHTLIFE entrou em cena para nos trazer a magia dos flashes backs dos anos 70/80, com aquele seu formato único de se apresentar sentados. Antonio do baixo, Marquinhos e cia fizeram a abertura do show do Black Dog e muito nos honraram com sua brilhante apresentação, sempre. Por volta das 23h a Black Dog acho que soltou algum "raio paralisante qualquer". As pessoas não conseguiam dançar! Ficou grande parte do público de braços cruzados, de frente pra banda, olhando os caras tocar! Aí, quem ficou de queixo caído foi a galera!Mas calma! Isso não foi todo o tempo! Quando, lá pela terceira ou quarta música, os caras sentiram a simbiose e ela realmente aconteceu, a festa se tornou um vírus. Um vírus que se alastrou por todas as cabeças do bar, inclusive de Erisvaldo (o Pink) e Sandra, donos da casa. Foi delírio geral. A festa foi um completar-se mútuo. Banda, galera, produção, donos da casa. Ninguém conseguia parar mais. Parecia que soltaram algum gás de efeito naquele ambiente, que a todos contaminou. A alegria e o rock estavam juntos. A Banda Black Dog marcou a nossa produção. Marcou o pink Floyd Bar. Marcou o coração da galera.
A emoção continuou por mais alguns dias. Os caras ficaram ainda o domingo e a segunda-feira aqui junto conosco. Conheceram mais um pouco da nossa terrinha. Conhecemos alguns outros projetos da banda. Conhecemos-nos mais. Pintou outros trabalhos, outras idéias, outros projetos. Pintou muita energia, muitos planos para o futuro e a sensação de que esse contágio mútuo vai dar ainda grandes encontros e realizações.
Gostaria de agradecer às empresas e pessoas que nos deram a força para que o evento rolasse. A Prefeitura Municipal do Crato, A Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude do Crato e ao SEBRAE Crato pelos apoios culturais. Às empresas Porão do Rock, Posto São Miguel, Moto Shopping Suzuki, Cevema, Frank Tatoo, Clínica da Bike, Nap Informática, Posto Palmeiral, ao Grupo São Geraldo e a Pororoca, por patrocinar esse evento que veio marcar a nossa região do Cariri. Obrigado a todos. Obrigado também ao amigo Junior Balu, pela cessão do seu espaço, sua casa, para "abrigar" essa querida banda. A casa de Balu se tornou o nosso "QG", onde a banda se sentiu bastante confortável e curtiu a maravilha da companhia dessa grande figura caririense. e por último gostaríamos de agradecer a Ives, Fernando, Daniel e Christian, os Cachorros Pretos. Pelas suas performances, pelos seus talentos, pelas suas amizades e força. E mais ainda por tudo que aconteceu e como aconteceu, marcando para sempre os nossos corações e mentes. A Banda Black Dog nos trouxe o Led Zeppelin ao Cariri. Só isso e nada mais. Daqui pra frente, tudo será completamente diferente, porque nós queremos. Assim seja.

sábado, 26 de junho de 2010

ECCE HOMO ( ex-karicatura)


GABRIEL GARCIA MARQUEZ por turcios

FIDELIDADE ACIMA DE TUDO

Pedro Esmeraldo

Muitas vezes, nós nos enganamos, pois sempre procuramos dar guaridas aos distritos com prioridades e com “STAFF” para que viessem se agrupar ao quadro de comportamento digno de progresso urbano, coisas que reúnem em si os caracteres que distinguem uma classe social de nossos tempos.
Maldita a hora em celebrar esses fatos de desenvolvimento, pois sempre não nos compreendem e nem sempre em suas reivindicações, não retribuindo com gratidão e solicitude de nobreza de uma sociedade justa e digna já que não fomos reparados com modos, pelo menos até agora, todos os benefícios recebidos. Ainda não nos compreendem e praticam a insubordinação. É irrelevante e não nos reconhecem como verdadeiro pai de uma classificação distinta. Contaminados por conversas amaldiçoadas, e por falsos líderes políticos, onde predominam a corrupção; dizem que é bom para o Crato e a cidade não tem nada a perder: o povo por sua vez é ingênuo acredita em conversas lisonjeantes de políticos, permanece fustigado e dilacera a cidade do Crato, já que desejam arrebatar o que temos de bom.
Não gostamos de ser repelidos pela ingratidão de um povo que só obteve grandes melhoramentos, dignos de uma sociedade merecida e trabalhadora. Ao mesmo tempo, não possui a compreensão expressiva.
Avisamos que temos desgosto desses filhos ingratos, visto que não procuram integrar-se ao meio e vivenciar de voz vibrante apregoando tolices contra a cidade mãe, cometendo disparates aleatoriamente, ouvindo burrices de “alguns deputados malditos”, deixando de lado a contemplação de pessoas qualificadas da terra e evoluídos que trazem a paz, a união e o progresso.
Temos medo desses filhos ingratos porque são silenciosos, “vivem tramando” baixo desempenho, trazendo toda a sorte de gaiatice zombeteira e se possível, praticam até atos embusteiros como foi arrecadado ultimamente, arrebatando um quinhão de terra do distrito de Santa Fé, tudo isso causado com o conhecimento das autoridades, já que isto é, sem mais nem menos, fazem vista grossa ao favoritismo desse povo que está sendo apoiado pelas autoridades legislativas, pois até agora, não tomam nenhuma providência séria a esse respeito.
Quiséramos que toda a população gritasse contra essas mazelas que ora estão acontecendo aqui no Crato, mas não; preferem ficar quietos e não praticam nenhum movimento contrário.
Não aceitaremos de bom grado essas atividades desfavoráveis para nós, visto que não poderemos permanecer mutilados e aqui parada uma cidade distorcida pelas artimanhas desses políticos maldosos, corruptos e que afirmam: para melhor compreensão deveríamos transformar esses distritos em alguns aglomerados urbanos acoplados a essa cidade, visto ser aproximado da zona urbana e por certeza sairíamos contemplados em futuro próximo de um recanto elegante e de prosperidade e que por sua vez melhoraria a sua situação urbanista e seria protegido pelas águas abençoadas das zonas metropolitanas do Cariri.
Não teríamos uma distribuição de pobreza e avançaríamos com fé e coragem da magnitude urbana.
Cratenses: tomem cuidado com os abutres inimigos que estão ao nosso lado, buscando votos. Não se deixem enganar, não dêem atenção às suas conversas ardilosas que vem aqui buscar benesses e nada mais. Trazem esses políticos cratenses que são verdadeiros entreguistas e facilmente prejudicam o Crato com conversas ocas, dando tapinhas nas costas dizendo: somos amigos dos pobres. Não tenham medo deles, pois são o ópio dessa cidade.
Quando lhe oferecer tratamento médico recusem, porque aqui no Crato tem o tratamento médico do SUS que é para servir a toda população do Crato.

Crato-CE, 20.06.2010

DROPS


O Alcoolismo


O alcoolismo é geralmente definido como o consumo consistente e excessivo e/ou preocupação com bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira com a vida pessoal, familiar, social ou profissional da pessoa. O alcoolismo pode potencialmente resultar em condições (doenças) psicológicas e fisiológicas, assim como, por fim, na morte. O alcoolismo é um dos problemas mundiais de uso de drogas que mais traz custos. Com exceção do tabagismo, o alcoolismo é mais custoso para os países do que todos os problemas de consumo de droga combinados. Normalmente os alcoólicos têm dificuldades em cumprir os seus deveres profissionais. O álcool provoca acidentes de visão, diminuindo o campo de visão da pessoa.

Apesar do abuso do álcool ser um pré-requisito para o que é definido como alcoolismo, o seu mecanismo biológico ainda é incerto. Para a maioria das pessoas, o consumo de álcool gera pouco ou nenhum risco de se tornar um vício. Outros fatores geralmente contribuem para que o uso de álcool se transforme em alcoolismo. Esses fatores podem incluir o ambiente social em que a pessoa vive, a saúde emocional e psíquica, e a predisposição genética.

O tratamento do alcoolismo é complexo e depende do estado do paciente e de seu engajamento no processo de cura.

Fonte: Wikipedia

sexta-feira, 25 de junho de 2010

arte de segunda mão (colagem por LUPIN)


O alcoolismo - Emerson Monteiro

Das primeiras vezes, acha-se divertido. Envolve-se. Alegra-se. Facilita participar de grupos sociais com mais satisfação. Torna-se um passaporte para novas amizades. Fácil de encontrar, a bebida se oferece nos variados recantos deste mundo dito civilizado. Torna-se algo semelhante a sonhar de olhos abertos.
Mas que fica apenas nisso mesmo. Depois de algum tempo, qual dragão indomável, o vício sujeita a vida e o que antes era sonho torna-se pesadelo a desafiar o ser humano e sua força de reagir e se libertar.
Eis o alcoolismo, flagelo indescritível dos dias atuais. Monstro devorador da personalidade, intruso destruidor de famílias, de jovens e adultos, homens e mulheres, ricos e pobres, de esperanças e ideais. Tudo sob a permissão das instituições, fonte de lucros tributários e origem de receitas empresariais.
Hoje, o alcoolismo vem sendo analisado sob outros prismas e passa a ser considerado pela ciência como um mal de solução difícil, agente nocivo desagregador de graves riscos à saúde pública.
Quando termina o dia de trabalho, começam os litígios. Pais de família saem pelos bares e casas de espetáculos a satisfazer o cruel instinto da sede alcoólica, expostos à sanha perversa de piores conseqüências, porquanto portas se abrem fácil a quem busca as malhas do vício.
A aceitação social, a falta de prevenção e publicidades enganosas são as principais fontes que explicam a quantidade de pessoas que abusam do álcool. A falta de conscientização e o desconhecimento dos efeitos do álcool levam jovens e mulheres grávidas serem parte dos grupos de risco.
A isto tudo pode somar o vazio que gira em torno das pessoas que sofrem dessa doença. O problema com os jovens, e, sobretudo, com os adolescentes, é o alto grau de violência que o excesso de álcool neles ocasiona, como também a quantidade de acidentes de trânsito que produzem quando se encontram em tal grau de alteração. Costuma acontecer, também, que um adolescente beba até chegar a limites perigosos, simplesmente para fazer graça com o grupo de amigos.
No caso das mulheres em período de gestação, o abuso de álcool nas primeiras semanas de gravidez pode produzir uma formação defeituosa no crânio, no rosto e deficiência mental no feto. É por causa disso que normalmente se aconselha às grávidas que a se absterem de beber durante os primeiros três meses de gravidez, e que depois, se houver vontade de beber, que o faça com moderação. Como normalmente a mulher fica sabendo do seu estado de gravidez após a concepção, é muito perigoso que ela beba em demasia. Um outro grupo de risco são os desempregados e aqueles trabalhadores denominados não qualificados, pois eles se dedicam ao consumo de bebida alcoólica em excesso por causa das condições sociais nas quais estão obrigados a viver.
O segundo fator encontra o seu componente mais forte na pobreza. O álcool é uma droga a mais, e em alguns casos, é muito mais fácil de adquirir do que outros elementos nocivos. Por causa disso, algumas pessoas humildes e de baixos recursos intelectuais e culturais buscam afogar os problemas e prejuízos sociais na bebida, mais barata e fácil de conseguir que outro tipo de droga.
Abrir os olhos o quanto antes, eis a forma de se garantir uma vida saudável e livre dessas mazelas suicidas a que muitos se submetem nem sempre por falta de aviso.

A JURIDICIZAÇÃO DA ALIENAÇÃO PARENTAL - Um dos aspectos da desconstrução do 'outro' - Por: Reno Feitosa Gondim

Tudo é possível numa sociedade em que a existência do outro enquanto ‘alteridade’ é tomada como uma ‘coisa’ dispensável, e, se possível, uma ‘ausência’, nesse último caso, como se da ‘coisa’ fosse possível purgar-lhe a materialidade e convertê-la em puro ‘objeto-de-desejo’ (uma certa neurose da sociedade contemporânea denunciada pelo Niilismo). Com efeito, a gravidade da questão da ‘alteridade’ aponta para a superação da sua posição iniciática esclarecida pelo Marxismo no século XIX, haja vista que, hodiernamente, não se imiscui apenas nas relações de produção, expandindo-se num movimento também antevisto, das correlações entre infra e superestrutura. Das relações econômicas, a coisificação alcançou as instâncias ideológicas superestruturais clássicas (assim como a acumulação de capital tem pretendido tomar de assalto os céus – anteriormente prometido aos pobres).
Aliás, essa é a tônica das relações sociais que doravante alcançam a instituição tida como fundamento da sociedade: a família.
A redefinição do papel dos membros do núcleo familiar na sociedade atual, como um desdobramento do processo histórico de desconstrução da ‘Família Patrimonialista’, tem gerado um dos mais viscerais elementos de violência contra as crianças e os adolescentes no âmbito intrafamiliar, notadamente pela exposição às mais variadas formas de crueldade e coisificação, que vão da exploração sexual à alienação parental.
Nesse sentido, a ‘alienação parental’ enquanto novidade nos foros judiciais e nos debate jurídico acadêmicos representa o abuso do poder que um dos pais exerce sobre os filhos menores, causando-lhes distúrbios emocionais e mentais pela implantação de falsas representações do outro consorte, podendo este último ser o pai ou a mãe. O pano de fundo sobre o qual se desenvolvem esses espetáculos degradantes de desconstituição do ‘outro’, quotidianamente tem se exibido nos processos judiciais que envolvem a ruptura do casamento ou estado de convivência.
Com efeito, alhures, o núcleo familiar tem se convertido no palco da violência contra os impúberes, lá no impenetrável convívio da intimidade. O mais grave que se tem mostrado nesse contexto e pelos casos concretos, é o desejo indisfarçável de ver as crianças desconstituídas ou ausentes (em sua condição singular). Os maus-tratos emocionais pela alienação, o desprezo pelo processo de constituição da pessoa dignificado na criança e a substituição da ‘educação para a cidadania’ pela ‘educação para o consumo’, conformam a apresentação de um circo de horrores que mais adiante eclodirá na incapacidade de alteridade, isto é, na incapacidade de auto-realização do homem em convivência comunicativa com os outros (essencialmente em sua realidade conflituosa).
A difusão massiva e midiática dos preceitos darwinistas pelo neoliberalismo, o que, ademais, é também uma novidade da sociedade global em seu ‘pensamento único’, tem convertido o ‘outro’ em inimigo, em alguém a ser vencido e subjugado, isso dentro da liberdade mercadológica e sua ‘mão invisível’ (uma expressão eufemista para um produto convertido à ‘teoria da conspiração’).
A negação da ‘condição’ do outro e sua conversão em coisa é uma daquelas forças dialéticas da história capaz de produzir uma sociedade de massa repleta de indivíduos solitários, e de condensar sociologicamente um fenômeno a priori puramente psicológico. Nesse sentido, mais lacaniano que freudiano, eclode a ‘perversão’ como uma instituição social que quotidianamente nos invade midiaticamente e desse mesmo modo, nos despe do humanamente dignificante.
Dentre o leque de possibilidades que o futuro encerra, pode-se admitir a hipótese pela qual esta será a ‘sociedade dos ausentes’ em que os homens buscarão apaixonadamente a realização dos seus desejos pela via da desconstituição do outro e da ausência, e nesse aspecto, na infância de hoje, muitos estão plantando as sementes da coisificação e da indiferença que, pelo esvaziamento da condição humana, desconstituirão o porvir (ou, quiçá, confirmarão a hipótese escatológica do ‘fim da história’).
Todavia, algo permanece autêntico ao se considerar que a consciência bate à porta do homem na ambiência histórica do presente (‘dasein’ do existencialismo), embora as suas possibilidades comecem a se constituir desde o seu nascimento num núcleo familiar (pré-concepções da práxis e sua dialética negativa). A redefinição do papel dos membros do núcleo familiar na sociedade atual, da mulher e do homem, deve ser seguida por uma reflexão personalista e existencial que reconheça nos outros a alteridade contida nas pessoas que realmente existem e se fazem presentes.
Sem embargo, de modo inexorável, e dentro desse turbilhão de desencontros e falsificações, a alienação parental é um signo da decadência na qual a sociedade atual mergulhou e contra a qual se deve reagir, para além de positivas fórmulas engendradas no âmbito do Estado e suas políticas oficiais de controle seletivo da violência institucionalizada.
Resumidamente, o que a reflexão jurídica começa a perceber é que o problema e a sua solução estão além das formulações jurídicas positivistas e positivadas. Quiçá, estejam relacionados com o modo de vida da sociedade de consumo, onde absolutamente tudo é descartável (“Admirável mundo novo!” – diria Huxley, horrorizado.).
Reno Feitosa Gondim
Professor da URCA

DROPS


Agenda


A Alma Que Treme

As muriçocas de hoje em dia
são crudelíssimas.

Esta que acabou de beber meu sangue
perfurou-me o esôfago
com uma espada
de samurai.

Silenciosa.

Só senti mesmo
uma gota da sua saliva
pingando sobre o lençol.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O Beijo




Edith Shain partiu neste último domingo, aos 91 anos. Vida longa. Três filhos, seis netos e oito bisnetos gravitavam em torno dela, numa casa em Los Angeles. A idade lhe consumira o frescor dos anos primaveris : Quase não lembrava a mocinha doce que fora enfermeira no Doctor´s Hospital em Nova York , nos anos 40, e, depois, professora de uma creche pública. Sua existência nada teve de muito extraordinário em se comparando com outras mulheres da sua geração. Nada. Trabalho, família constituída, atribulações cotidianas de uma enfermeira com seu ofício e afazeres domésticos. Apenas um fato inusitado, célere, imprevisível, a levou à celebridade. Destes acasos que fogem à perscrutação dos maiores visionários e que , tantas vezes, soprando em vento contrário, fazem com que o raio caia na nossa cabeça, ou pombo, em vôo, nos acerte a fronte com seu excremento. Mesmo assim, Edith manteve o segredo por quase quarenta anos. Temia a exposição às câmaras ou uma interpretação maliciosa por parte dos familiares e da sociedade norte-americana tão afeita ao falso moralismo e à hipocrisia.
Naquele 15 de Agosto de 1945, Shain , como toda Nova York, saiu mais cedo do trabalho e dirigiu-se à Time Square. Comemorava-se o Dia da Vitória , com a rendição final dos japoneses. O fim das agruras da II Guerra Mundial que havia ceifado tantas vidas daquela sua geração e posto sérias interrogações sobre o futuro da humanidade depois das imagens de Auschuwitz, Hiroshima e Nagasaki . Lá, uma alegria epidêmica contagiava a todos: vários militares beijavam as moças nas ruas, prenunciando uma época de aumento nos nascimentos , em todo o mundo, que se chamou, depois de Baby Boom. Como se a vida tentasse recuperar as perdas e estabelecer, claramente, sua soberania sobre a morte.
De repente, um marinheiro tomou Edith nos braços e sapecou-lhe um beijo cinematográfico – em meio à beijação generalizada . Tão vigoroso o ósculo que a curvou, como se iniciasse um processo de levitação. Durou apenas alguns segundos e o militar continuou a comemoração em outras bocas pela 7ª. Avenida. A cena teria se repetido por incontáveis lábios naquele dia e , nas suas velocidade e fugacidade, terá permanecido na memória gustativa dos protagonistas e na lembrança visual, igualmente efêmera, de alguns circunstantes. Em tempos em que a mídia engatinhava e as reportagens externas de TV ainda eram um sonho, pouco restaria daquele momento não fosse uma casualidade mágica. As lentes da Leica de um fotógrafo polonês : Alfred Eisenstaedt. Um clique apenas e estava imortalizado aquele instante único e icônico, uma foto, que por si só, consegue captar , na sua simplicidade, toda a profundidade da história. Aquele poder da imagem de consubstanciar nas suas nuances aquilo que as palavras, por mais que se sucedam, não conseguem resumir.
Por muitos e muitos anos, a foto célebre mantinha um tempero especial. Seus protagonistas eram anônimos, rostos perdidos em meio à turba. Só no final dos anos 60, Edith, com o despojamento que os anos lhe trouxeram, assumiu a participação. O marinheiro, no entanto, ainda é uma incógnita, embora peritos, posteriormente, tenham concluído, com alguma margem de segurança, se tratar de Glenn McDuffie,de Houston, hoje aos 82 anos. Um dia, entrevistada, disse Shain : "O Sol nasce, o Sol põe-se. Não muda nada. Nem foi grande coisa. Afinal meninas bonitas recebem sempre mais do que um único beijo, não é? Foi um bom beijo, longo. Fechei os olhos e não resisti.”
A imutabilidade do universo é apenas uma visão de superfície. Como se olhássemos o rio à distância, sem perceber seu fluxo incessante. Hoje , com a explosão midiática, quebraram-se todas as fronteiras da privacidade. O mundo transformou-se num reality show. A internet com suas webcams devassam todas as alcovas. Os paparazzi invadem todos os banheiros. Câmaras digitais e celulares saltam dos bolsos de cada habitante e registram os mais íntimos movimentos. E mais: as pessoas se expõem de vontade própria, cada um na busca de seu Time Square. Estudantes se filmam em transas e divulgam abertamente as imagens; mulheres e homens põem câmeras em casa e se ligam na net. Artistas registram a lua-de-mel , fingem roubo das fitas , liberando imagens tórridas no youtube. Depois, mostram-se revoltados e indignados. Antes as pessoas se apresentavam com duas máscaras: uma social mais simpática, educada e palatável: o Dr. Jekyll; e uma outra ,privada, onde mostrávamos, para nós mesmos e para uns poucos, nossa verdadeira natureza: o monstro. Agora só nos resta , a transparecer, quebradas os limites da privacidade, o que temos de pior : o Dr. Hyde.
Que distância separa o clique mágico de Alfred Eisenstaedt; da auto-exposição da Cicarelli, nas praias espanholas ou da Geyse na UNIBAN ? Acredito que a espontaneidade. A foto da Time Square eterniza um momento único e etéreo; sem que se tenha montado cenário e sem script pré-estabelecido. Ele é pleno de poesia, pois traz em si a essência plena do poeta, aquela capacidade de perenizar o volátil. Talvez , por isso mesmo, é que ainda hoje o beijo de Glenn e de Edith sabe a uruçu nos lábios de cada um de nós, como se a guerra tivesse acabado agora mesmo e a paz fosse uma verdade única e duradoura.

J. Flávio Vieira

SOPA DE LETRAS


De Encantamento

A solidão é um caso sério
a ser estudado pelo poeta.

Sem mania de fingimento
ou de grandeza.

Entender a solidão
em seu pleno vazio.

Como se observa
uma bola de sabão.

Mas o poeta não sossega
enquanto não chora.

E as lágrimas lhe turvam a vista.

Se não fosse essa farsa
de sofrimento e revelações

O poeta entenderia mais da solidão
do que as botas do silêncio.

Bandeiras democráticas para superar a crise - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Se você vive num país que vai parar de ter crescimento econômico por mais de dez anos e tem, hoje, dez anos de idade, não terá trabalho necessariamente tão logo o país volte a crescer. Naquele momento não foi treinado, terá mais de 20 anos e não teve educação, concorrerá por vagas com um maior número de candidatos do estoque desempregado neste período que parece pequeno na história, mas não é como se vê. Se você tiver de 40 anos a mais, a sua vida será um desastre, terá mais chance de empobrecer, adoecer e quando o crescimento voltar, já perdeu o bonde da história.

Esta lembrança vem a propósito do que ocorre, atualmente, na Europa. Os ajustes no equilíbrio fiscal são o que se chamava arrocho, queda da atividade econômica, recessão, perdas trabalhistas e desemprego. Além do mais parece que começam a surgir os sinais mundiais do que se pretendia evitar na crise mundial quando do estouro da bolha americana. O quê a Europa começa a fazer, protegendo seu sistema financeiro privado, pode não ser bem o que aparenta, mas, na verdade, a temida proteção interna dos seus mercados que implica em redução das trocas comerciais internacionais.

As contas externas brasileiras já demonstram estresse econômico por conta do seu balanço de vendas ao exterior. A Europa comprará menos, os outros se defendem e a zorra que se queria evitar pode se repetir como nos anos 30. E olhem que a situação já não era confortável quando a crise estourou.

Volte ao princípio deste texto e leia que se fala de emprego e oportunidade de emprego. O capitalismo é feito com a dualidade capital e trabalho, o capital como indutor e o trabalho como realizador. Portanto quando vemos estatísticas de desemprego estamos falando da economia real, falamos de menos realizações, menos produtos e menos renda e o ciclo se fecha em crise social e política.

A ONU acaba de alertar para a péssima situação histórica da geração de emprego mundial. Quando se diz emprego no capitalismo se fala da sobrevivência dele, pois não adianta uma produtividade de robôs se o capital é remunerado pela renda do trabalho. A conta não fecha, a miséria também onera o capital indiretamente, a insegurança social e política estressam os agentes capitalistas, mesmo as guerras podem dar “progresso” a alguns, mas destrói muitos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon alertou: “Existem 211 milhões de pessoas sem trabalho e é necessário criar globalmente 470 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos só para manter o passo do crescimento”. Isso, novamente, aponta uma governança global que vá além do apagar incêndios e que se volte a instituir a história da civilização como uma boa história para todos e não apenas para alguns. Não adianta salvar bancos privados matando o progresso das pessoas.

É bom que se tenha em mente que a Governança Mundial não é um assunto apenas de G 20 ou G 8. Aí tudo é mera troca de figurinhas para deixar tudo como se encontra. De fato temos que valorizar os grandes movimentos contra a globalização, movimentos que expressam visões múltiplas sobre a realidade e a superação de seus vícios. Temos que restabelecer o espírito da Conferência do Clima em Copenhague.

monalisa 3