TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 28 de maio de 2016

A "IRMÃ-SIAMESA" - José Nilton Mariano Saraiva

A hoje famosa e temida “Lava Jato” nada mais é que um “genérico” da operação “Mani Pulite”, desenvolvida na Itália ao alvorecer dos anos 90, que exterminou tradicionais agremiações partidárias, levou a nocaute os mais influentes políticos da nação, desorganizou de forma inexorável a economia e jogou o país numa convulsão social sem precedentes (mortes, assaltos e abusos de toda ordem) que ainda hoje é lembrada, mas que, ao final, ante o sumiço ou vazio de lideranças políticas, fez ascender ao poder o mafioso Sílvio Berlusconi.

Pois é bom saber que a Mani Pulite foi a “musa inspiradora” do juiz de primeira instância Sérgio Moro para “adotar” (deflagrar) por aqui uma sua “irmã siamesa”, a operação “Lava Jato”, depois do fracasso rotundo de que se revestiu o rumoroso caso das “contas C5”, onde os dois principais atores eram os mesmos dos dias atuais: Sérgio Moro e Alberto Youssef e que ao final deixou o Brasil com um rombo monumental em suas finanças e os criminosos livres, leves e soltos.

Mesmo assim (e até por isso mesmo), frustrado e ressabiado, à época Moro foi premonitório, conforme nos mostra na peça de sua autoria “Considerações Sobre a Operação Mani Pulite”, a saber (ipsis litteris): “No Brasil, encontram-se presentes várias das condições institucionais necessárias para a realização de ação judicial semelhante à Mani Pulite; como na Itália, a classe política não goza de grande prestígio junto à população, sendo grande a frustração pelas promessas não-cumpridas após a restauração democrática”.

Para tanto, preparou cuidadosamente uma espécie de “catecismo”, a ser seguido a posteriori (hoje), que basicamente contemplaria (contempla) os seguintes pontos: 01) a “deslegitimação”, de cabo a rabo, da classe política tradicional (essencial para o sucesso da operação) que compreendia detonar os partidos e exterminar as suas principais lideranças; 02) cooptar e fazer largo uso da imprensa (a fim de vazar para o público informações tidas como “segredo de justiça”), garantindo o apoio da população às ações judiciais); 03) prender suspeitos, sem necessidade de provas, mantendo-os isolados no fundo de uma cela, ad eternum, espalhando a suspeita que outros já teriam confessado, até que se dispusessem a “dedurar” quem a polícia desconfiasse (delação premiada); 04) mandar às favas essa tal “presunção de inocência” na perspectiva de que a prisão prejulgamento é uma forma de destacar a seriedade do crime e evidenciar a eficácia da ação judicial (segundo Moro, não haveria nenhum óbice moral em submeter o investigado a ela).

Certamente que o próprio Sérgio Moro não esperava contar com uma espécie de “bônus” especial ao introduzir tais métodos por essas bandas: a anuência, chancelamento ou aprovação de métodos tão heterodoxos por parte do Supremo Tribunal Federal, que esquecendo sua condição de “guardião da sociedade” permitiu que a Constituição Federal fosse estuprada diuturnamente, já que desrespeitada em princípios básicos (assim, Sérgio Moro sentiu-se à vontade para transgredir e avançar como um rolo compressor sobre o constitucionalmente estabelecido; ou seja, transformou a nossa Carta Maior em letra morta).

Sabe-se, por exemplo, que após mais de um ano fiel aos seus até então inabaláveis princípios morais e éticos, Marcelo Odebrecht (jogado no fundo de uma cela já há mais de um ano) capitulou irremediavelmente e prepara-se para fazer aquilo que anunciou pela televisão que jamais faria: “dedurar” alguém (delação premiada); e que Sérgio Machado, mesmo antes de ser preso, sem nenhum escrúpulo assumiu de vez sua porção mau-caráter e já botou a boca no trombone entregando meio mundo de gente, na tentativa de “não descer” pra Curitiba (numa outra postagem trataremos sobre). Ou seja, a perspectiva de “mofar na cadeia” (e ficar louco) tem um efeito devastador sobre o ser humano, levando-o até mesmo a passar por cima da própria mãe, se se tornar necessário.

A propósito, independentemente de como se veja a coisa, há algo de positivo nas delações (envolvendo Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney) de Sérgio Machado: escancarou de vez a hipocrisia e a safadeza reinante na arena política (que todos nós imaginávamos, mas não tínhamos como comprovar); assim é que, enquanto teciam loas à Operação Lava Jato em declarações à imprensa (a fim de sinalizar para a sociedade seu irrestrito apoio àquela operação), entre quatro paredes e na calada da noite os políticos referidos conspiravam e tramavam para abolir de vez a Lava Jato, na perspectiva de que pudessem manter o status quo e continuar usando o mesmo modus operandi corrupto.

E aqui, desnuda-se de vez o “golpe” travestido de “impeachment” da Presidenta Dilma Rousseff: em nenhum momento houve qualquer preocupação dos políticos com supostas irregularidades (até porque inexistentes) nas tais pedaladas fiscais, decretos orçamentários ou com o fim da corrupção; o afastamento da Presidenta objetivava exatamente colocar em seu lugar alguém que não apoiasse a Lava Jato e, consequentemente, obstasse as investigações sobre o duto corruptor então vigente e do qual se serviam. E a Presidenta Dilma Rousseff era a “pedra no caminho” a ser removida. Como o foi.

Fato é que, embora não saibamos o que acontecerá daqui pra frente (em novo trecho da delação Sérgio Machado afirma categoricamente ter beneficiado um certo político paulista “a pedido” de Michel Temer), não se pode descartar a possibilidade que venhamos a cair numa nova ditadura, só que muito mais perigosa, nefasta e apavorante que a militar: a “ditadura das togas”.

E, se lá na Itália a “Mani Pulite” resultou em um Sílvio Berlusconi da vida, com tudo de trágico que isso acarreta, aqui no Brasil restarão Sérgio Moro e Gilmar Mendes. Estará o Brasil preparado pra isso ??? Merecemos tamanho castigo ???

Alfim, pra você, aí do outro lado da telinha, um mote para reflexão: qual a “forma” ou “método” de tortura mais eficaz e eficiente - a “física”, tal qual a perpetrada pelos nazistas de Hitler na Alemanha contra os pobres judeus, ou a “psíquica”, adotada por Moro e a República de Curitiba, contra quem tiver o infortúnio de “descer” praquelas bandas ??? 

quinta-feira, 26 de maio de 2016

REVELAÇÕES "INDISCRETAS" - José Nilton Mariano Saraiva

Se “cagando de medo” e já visando uma possível diminuição de pena quando da sua quase certa detenção, o bandido Sérgio Machado, que passou doze anos à frente da Transpetro (indicado por Renan Calheiros) resolveu “detonar” todo o mundo político corrupto ao seu redor, a partir do próprio padrinho; tanto é que também foram “agraciados” integrantes da cúpula do PMDB e mais uma “ruma” de políticos de partidos outros (PSDB, DEM, PT e por aí vai). Foi como se um terremoto de dimensões oceânicas se abatesse sobre Brasília. Tanto que os comentários são de que ali o que tem de político se valendo de antidepressivos e medicação tarja preta não está no gibi.

Particularmente, não nos surpreendeu a repentina enxurrada de denúncias contemplando políticos das mais variadas agremiações partidárias, atolados até a medula em ações corruptas. Afinal, em mais de uma postagem denunciamos, aqui mesmo, nesse espaço, que a atividade política no Brasil faz muito que transformou-se tão somente num rentável “meio-de-vida”, promotora de facilidades mil e que, dos atuais 594 integrantes do Congresso Nacional (Câmara e Senado), com muito, muito esforço, poderíamos livrar 10,0% desse universo como realmente imbuídos de espírito público, de batalhadores das causas sociais (o resto entrou pra “se fazer”, se “locupletar”, “traficar influência”).

O exemplo é exatamente Sérgio Machado. Empresário, rico, bem situado na vida (embora a fortuna do pai seja questionada), viu-se lançado na arena política anos atrás pelo íntimo “amigo-irmão” Tasso Jereissati, que bancou sua candidatura ao Senado Federal, pelo PSDB, após servi-lo como Secretário de Estado. Após o término do mandato e graças as amizades angariadas lá dentro, deu uma solene banana para o “padrinho político” (a quem hoje acusa de participar dessa sujeirada toda), largou o PSDB e mudou-se de mala e cuia para o PMDB, onde conseguiu chegar à posição por muitos desejada: chefiar a poderosa Transpetro, por indicação do também todo poderoso líder do partido e atual Presidente do Senado, Renan Calheiros.

Após doze anos “mamando” e distribuindo favores mil, recentemente foi citado em delações diversas e, na perspectiva real de “ir em cana” em razão dos crimes perpetrados, resolveu “botar a boca do mundo”, através de gravações secretas de diálogos com os caciques do PMDB (Renan, Sarney, Jucá, por enquanto).

Ousado (ou aqui seria realista), ao referir-se às “Excelências” do Supremo Tribunal Federal, disse o que muitos de nós gostaríamos de dizer: “Eu nunca vi um 'Supremo' tão merda”; também “carimbou” o Procurador Geral da República como um “mau-caráter” que não vale um “cibazol” e ironizou o juiz Sérgio Moro como sendo um ser “todo poderoso”; aproveitou a oportunidade para (aqui com conhecimento de causa, já que com eles conviveu por anos) detonar Aécio Neves, José Agripino, Pauderney Avelino e por aí vai, já que participantes de “esquemas” mafiosos.

Fato é que, dessa briga entre “mafiosos prepotentes”, finalmente muita coisa da qual desconfiávamos virá à tona. Que continuem, ad eternum, a se digladiar.






terça-feira, 24 de maio de 2016

BYE BYE, "PLAYBOY DO LEBLON" - José Nilton Mariano Saraiva

Os que sonham com o “playboy do Leblon” (Aécio Neves) como candidato do PSDB à Presidência da República, em 2018, é bom que contenham o ímpeto e tratem de arranjar um outro enganador. Vejam, abaixo, parte do diálogo entre Sérgio Machado e Romero Jucá, na mais recente transcriação telefônica disponibilizada ao conhecimento público e que pode ser determinante para o encerramento da carreira do próprio.

Sérgio Machado: O que a gente fez junto, Romero (Jucá), naquela eleição, para eleger os deputados, para ele (Aécio Neves) ser presidente da Câmara?”, declara. Posteriormente, Machado volta a se referir ao tucano: “O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei da campanha do PSDB…”. Jucá responde: “É, a gente viveu tudo”.

Já no tocante ao corrupto Romero Jucá (escolhido por Temer para ser o "homem forte" do seu governo),  John Danilovich, então embaixador dos EUA no Brasil, escreveu um pequeno perfil de Jucá, nos seguintes termos: ...tem sido alvo de diversas acusações de corrupção ao longo dos anos” e narra que Jucá... "desviou verba de um fundo de assistência social de Roraima, retirou recursos públicos destinados a projetos de construção civil no mesmo estado e permitiu desmatamento em terras indígenas enquanto presidente da Funai".

De outra parte, o relatório da Comissão Nacional da Verdade diz que Jucá é... “responsável pelo massacre de centenas de yanomanis” em consequência das epidemias levadas pelos garimpeiros que entraram em terras indígenas com a autorização do então presidente da Funai. Recentemente o senador também apresentou projetos de lei flexibilizando o licenciamento ambiental e abrindo as terras indígenas à exploração econômica.

sábado, 21 de maio de 2016

O SILÊNCIO SEPULCRAL DO "FALASTRÃO" - José Nilton Mariano Saraiva

Como sabemos, verdadeira batalha campal travou-se entre aqueles que defenderam a Presidenta “Ficha Limpa” Dilma Rousseff e os que lhe fizeram oposição, quando da campanha sobre o impeachment.

À época, dentre os defensores da Presidenta, um dos mais atuantes foi o “falastrão” Ciro Gomes, que usou e abusou da sua metralhadora giratória verborrágica para garantir que, na perspectiva da eclosão de um golpe, no outro dia estaria à frente das manifestações de rua a fim de denunciar, protestar e tentar reverter o quadro.

Fato é que, contando com a criminosa e covarde omissão do Supremo Tribunal Federal, que cumpliciou-se aos golpistas ao negar-se a examinar o “mérito” de uma questão tão importante (o impeachment), os golpistas lograram ascender provisoriamente ao poder (ou seja, o STF foi cúmplice e fator determinante, sim, da farsa perpetrada, queiram ou não as “excelências” togadas corruptas que o integram).

Não se tem notícia, entretanto, que o senhor Ciro Gomes haja se manifestado sobre, ou participasse de alguma delas, conforme prometera lá atrás (sumiu, escafedeu-se, deve ter tomado “doril”); o que se sabe é que, estranhamente, o distinto acaba de ser demitido do emprego que tinha já há mais de um ano na Transnordestina Logística S.A., onde faturava cerca de “suculentos” R$ 200 mil mensais.

De pronto e antes que alguém se imiscuísse à busca da verdade, em nota divulgada Ciro Gomes tenta nos fazer crê que “pediu para sair” (e não que foi “demitido”), e que o fez a fim de evitar perseguições do Presidente da República em exercício Michel Temer, que lá atrás fora classificado por ele de “salafrário” e “capitão do golpe”.

Pelo que se nos apresenta, a perspectiva reinante é que acharam uma maneira eficaz e eficiente de “travar” a língua do Ciro Gomes e ainda lhe causaram um prejuízo mensal considerável, daí serem pertinentes as indagações: o que está por trás do silêncio sepulcral do ex “falastrão” ??? Como renunciar (se vingar a sua versão de que pediu para sair) a um salário de R$ 200 mil mensais, por “temer” que o Temer (presidente ilegítimo, já que sem voto) interfira no seu trabalho ??? Ou teria o governo Temer sacado de uma carta com potencial nitroglicérico capaz de causar estragos à imagem de Ciro Gomes, caso ele não se deixasse enquadrar ??? Afinal, qual a causa do “amarelão” do “falastrão-valentão”, assim tão repentinamente ???



sábado, 14 de maio de 2016

OS "HOMENS FORTES" DO TEMER

ABAIXO, PARTE DO “MINISTÉRIO

DE NOTÁVEIS” DO “GOVERNO

TEMER” E O RESPECTIVO “SANTO

PROTETOR”

POR FERNANDO BRITO · 13/05/2016
janotnove   

(IMAGEM TRANSPORTADA DO BLOG "TIJOLAÇO"


RODRIGO JANOT (O “SANTO PROTETOR”)
ROMERO JUCÁ (CITADO NA LAVA-JATO)
jose serra (citado na lava-jato)
GEDDEL VIEIRA (CITADO NA LAVA-JATO) 
HENRIQUE ALVES (CITADO NA LAVA-JATO) 
RICARDO BARROS (CITADO NA LAVA-JATO) MENDONÇA FILHO (CITADO NA LAVA-JATO) 
BRUNO ARAUJO (CITADO NA LAVA-JATO) 
RAUL JUNGMANN (CITADO NA LAVA-JATO) 
ELISEU PADILHA (LISTA DO DELCÍDIO)

AGORA, SIM, O BRASIL VAI PRA FRENTE !!!

O "VOO DO ELEFANTE" - José Nilton Mariano Saraiva

Os que assistiram à sessão em que os senadores da república (muitos “fichas sujas”, envolvidos em denúncias de corrupção e falcatruas) decidiram pelo impeachment da Presidenta “Ficha-Limpa” Dilma Rousseff, certamente viram e ouviram quando o senador Humberto Costa questionou o Presidente do Senado Federal sobre algo extremamente grave, mas que a nossa corrupta imprensa ignorou por completo (no dia seguinte não houve nenhuma menção sobre, nos jornalões da vida): se era verdade a notícia de que, dias atrás, o senador tucano Aécio Neves houvera solicitado e removido das dependências do Senado Federal, para análise, 25 (vinte e cinco) caixas de documentos da Lavajato que continham acusações contra ele (alguém sabia que os documentos da Lavajato são guardados nas dependências do Congresso ???).
De pronto, o Presidente do Senado, Renan Calheiros, tecendo loas à democracia, confirmou a notícia, só que com uma “pequena-grande” correção: sim, Aécio Neves houvera retirado não 25, mas 40 caixas com documentos que o citavam, ao tempo em que pontuava que qualquer um dos políticos ali presentes poderiam fazê-lo, se assim achasse necessário, já que são centenas de caixas (de políticos vários).
Pego no flagra, o “playboy do Leblon” (Aécio Neves) pediu a palavra para tentar “limpar a barra”, afirmando que aquela era uma ótima oportunidade para se provar o valor da democracia, que nada tinha a esconder e, enfim, que estava exercendo um direito (alguém acredita que se o senador Humberto Costa não houvesse trazido á baila tão grave acusação, o playboy do Leblon a ela se referiria ???).
Fato é que, dois dias depois, o (suspeito e parcial) ministro Gilmar Mendes, que houvera acolhido uma denúncia da Procuradoria Geral da República contra o ”playboy do Leblon” (Aécio Neves), resolveu devolver citada denúncia às pressas para aquela Procuradoria, recomendando um reexame detalhado da questão. Aqui pra nós (e de novo), alguém acredita que tal denúncia voltará ao Supremo e o “playboy do Leblon” enfim será penalizado ??? Mais fácil o mar secar, galinha criar dentes, ou um elefante voar.
O que se estranha nisso tudo é que, quando o presidente em exercício da Câmara Federal, Valdir Maranhão, sob enorme pressão, desfez o que tinha feito (anular sua decisão de anular a sessão que houvera autorizado o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff), a mídia caiu de pau sobre o próprio, acusando-o de despreparado, analfabeto e outras delicadezas, findando por exigir sua renúncia, ou que seja substituído (até aqui ele resiste).
Pois bem, Gilmar Mendes também o fez e nadica de nada foi ventilado; ninguém o questionou sobre, ou exigiu que fosse substituído, embora o “modus operandi” haja sido o mesmo utilizado pelo Deputado Maranhão (de novo: mais fácil o mar secar, galinha criar dentes, ou um elefante voar).

Até quando os demais integrantes dos Supremo Tribunal Federal vão permitir que um juiz partidário e sem escrúpulos continue a manchar a reputação da corte maior do país ??? 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

SOBRE "PIPOCAS E REFRIGERANTES" - José Nilton Mariano Saraiva

Abaixo, trecho da postagem “Bicudos não se beijam” que aqui apomos já há alguns meses, com base na movimentação política à época:


“…dentre os diversos senadores e deputados a serem investigados, os presidentes das duas casas legislativas – Senado e Câmara Federal – encabeçam a lista, numa prova inconteste de que o principal antro de safadezas, corrupção e falcatruas ali se encontra; particularmente, entendemos que não são apenas 300 ou 400 picaretas; do total de 594 parlamentares (513 deputados e 81 senadores) com muito, mas muito esforço poderíamos livrar a cara de 10% (60 deles) e olhe lá. Portanto, chega de hipocrisia. Há que se achar uma reforma política que obste toda essa cafajestice institucionalizada”.

Pois bem, como hoje se constata, já àquela altura antevíamos a “sacanagem” da qual seria vítima a nossa Presidenta “Ficha-Limpa” Dilma Rousseff, na perspectiva de ter que ser “julgada” (sem que tenha havido crime de responsabilidade) via perpetração de um “golpe parlamentar” ungido no ventre de uma cambada de marginais e bandidos com assento naquelas duas casas legislativas (foram 367 na Câmara e 55 no Senado); não deu outra e o golpe travestido de impeachment foi aprovado (a divulgação da “Lista da Odebrecht”, a posteriori, apenas confirmou aquilo que todos já sabíamos).

No entanto, e que isso fique bem claro, a deflagração do golpe só foi possível em razão da não intervenção de outros atores, as “Excelências” do Supremo Tribunal Federal que, deixando de lado e negando sua condição de “Guardiões da Constituição”, vergonhosamente se bandearam, na hora em que mais se fazia necessário sua intervenção, para o lado da ilegalidade e da ruptura democrática; assim, num primeiro momento deixaram que um confesso mafioso e réu do próprio STF, comandando um condomínio de corruptos e ladrões, anulasse o voto de quase 55 milhões de eleitores e iniciasse o processo de impeachment; e, posteriormente, quando se negaram a examinar o “mérito” de tão grave questão (capaz de depor uma Presidenta da República democraticamente eleita), já que teimaram em adstringir-se à questão do “rito processual”, que poderia muito bem ser decidida por um advogado de porta de fórum.

Assim, por mais estapafúrdio que fosse, preferiram suas “Excelências” (na iminência de um crime histórico) e em meio a acusações contra quase 200 parlamentares e denúncias contra os presidentes da Câmara e do Senado, “deitar cátedra” sobre algo que consideraram muito mais relevante e superlativo, capaz até de definir o destino da nação: se se constituía uma violação à Constituição Federal proibir a entrada, nos cinemas, de pipoca e refrigerantes comprados em outros estabelecimentos (não, não se trata de nenhuma piada; é vero, senhores, acreditem).

Portanto, queiram ou não os adeptos do “quanto pior, melhor”, o GOLPE existiu, sim (e a mídia internacional o denunciou, apesar do boicote da mídia tupiniquim), e para que ao fim obtivesse êxito contou com a colaboração valiosa da prolixa turma de togados do STF.

Coincidentemente, na mesma ocasião e a toque de caixa (decisão urgente urgentíssima, vapt-vupt), a Câmara dos Deputados aprovou um superlativo aumento para todos os integrantes do Poder Judiciário.

Verdadeira imoralidade, aqui ou alhures.