Onda recente de notícias trouxe aos meios de comunicação ocorrências de pedofilia no seio da Igreja Católica, revelando as marcas humanas no seio da milenar instituição e sua longa história. Pessoas, sobre as quais pesavam responsabilidades extremas para o encaminhamento moral das novas gerações, no momento seguinte se veem no foco de acontecimentos ilícitos, a permitir o crivo da civilização que explora ao máximo o sensacionalismo e tende a precipitar conclusões, numa época fértil em denominações religiosas.
Defronte do quadro das mazelas verificadas no interior da maior e mais tradicional condutora de fiéis do Ocidente cabem algumas interpretações que signifiquem algo complementar aos libelos acusatórios impiedosos levantados.
A boa ciência reclama serenidade, invés de precipitação, nos sérios julgamentos. Porquanto há caldo volumoso, ainda a ser considerado, de serviços validos creditados aos quantos conduzem a Barca de São Pedro, como se costuma chamar a Igreja.
E no andar dos conceitos, desponta na memória o trecho da vida de Jesus quando lhe foi trazida ao exame uma mulher adúltera, que entre os judeus sofreria execução pública por causa do crime praticado, no império da lei vigente.
Perguntado qual sua posição ante a sentença, o Divino Mestre devolveu aos maiorais daquele povo, prontos exercer a pena e matar a mulher, as célebres palavras evangélicas: “Quem estiver sem pecados, atire a primeira pedra” (João 8, 1-11).
É isso que vem ao pensamento, na sede justicialista dos que reclamam justiça fria e cruenta aos delitos identificados nos grupamentos católicos, de algumas localidades do mundo, a esquecer aspectos valiosos de sensatez do conjunto católico, nas eras da sua história, evidenciando a exclusiva falibilidade humana dos níveis individuais de cada crime, o outro nome da generalização preconceituosa.
Igualmente, quase sempre os autores das severas condenações esquecem dos débitos da humanidade para com os sucessos multiformes da Igreja Católica em lances benfazejos. Apontar, de modo único e fatal, ordenar a pronta lapidação da instituição como responsável exclusiva pelos defeitos da raça composta de muitos indivíduos, que deve também ao espírito da justiça cristã sua vasta formação de mentalidade civilizadora, sujeita impor aos bons dores fruto de pecados particulares de uma parte desse todo, a denotar parcialidade e ingratidão.
Nisso a História prescreve um exame consciencioso dos casos indesejáveis e suas imediatas reparações, rumo aonde o joio nunca seja o trigo, sem pretender generalizar motivos parciais, coerência esta que ensina a Verdade, nas promessas do eterno Amor.
TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Hoje, Hoje, Show Musi(ca)minhos... às 19h, chegar às 18.40 por aí...
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Trânsito
Se aquele carro
estivesse veloz
quebraria meus joelhos
esmagaria minhas pernas
faria do poeta mingau.
Na faixa de pedestre
os cáusticos pneus
do infame corolla
cuspiram às minha botas
toda a arrogância do miserável
a julgar-se rei dentro do último modelo:
uma carruagem de alumínio.
Encostei meus braços escravo romano
na luxuosa lataria
lancei meu olhar entidade egípcia
a faiscar o fumê do para-brisa
esbravejei, enfim, com a voz de hindu:
"meu amigo, olha o sinal..."
Até minha ira é ingênua.
Patética.
Se tal ofensa tivesse ocorrido
com os comparsas da infantaria:
teriam chutado a porta
quebrado o retrovisor
atirado contra as luzes traseiras
puxado pelo pescoço o maluco
pisado a garganta
furado os olhos.
Mas poeta pacífico que sou
apenas desejei do fundo da alma
morte súbita ao vaidoso cavalheiro.
estivesse veloz
quebraria meus joelhos
esmagaria minhas pernas
faria do poeta mingau.
Na faixa de pedestre
os cáusticos pneus
do infame corolla
cuspiram às minha botas
toda a arrogância do miserável
a julgar-se rei dentro do último modelo:
uma carruagem de alumínio.
Encostei meus braços escravo romano
na luxuosa lataria
lancei meu olhar entidade egípcia
a faiscar o fumê do para-brisa
esbravejei, enfim, com a voz de hindu:
"meu amigo, olha o sinal..."
Até minha ira é ingênua.
Patética.
Se tal ofensa tivesse ocorrido
com os comparsas da infantaria:
teriam chutado a porta
quebrado o retrovisor
atirado contra as luzes traseiras
puxado pelo pescoço o maluco
pisado a garganta
furado os olhos.
Mas poeta pacífico que sou
apenas desejei do fundo da alma
morte súbita ao vaidoso cavalheiro.
henry miller/jean dubuffet
O Político & O Correto
É fácil perceber, em nós brasileiros, a tendência inequívoca à catalogação. Parecemos um funcionário de supermercado com sua maquineta, pronto a etiquetar todos que nos cercam. Tendemos a não observar a individualidade das pessoas e as separamos por grupos de forma segregatória e preconceituosa. Os judeus são pães-duros, os portugueses burros, as louras debilóides, os árabes desonestos, os homossexuais safados, os africanos pobres, os índios preguiçosos, os paulistas trabalhadores, os cariocas malandros... e por aí vai. Estes critérios são reiteradamente explorados em piadas de toda espécie e amplificados, de língua em língua, nas rodinhas de praça, nas mesas de bar, nas barracas da praia. Superficialmente até parece engraçado e, apreciado por indivíduos fora dos grupos atacados, a coisa é tida como uma brincadeira carinhosa. Para todos efeitos, não existe nenhum preconceito no Brasil. O caldeirão étnico que fundiu a terra brasilis traz no seu bojo a franca idéia de que aqui todos convivem harmoniosamente, que todos respeitam galhardamente as diferenças várias : de cor, de raça, de gênero, de religião, de condição financeira, de opção sexual. No dia a dia, no entanto, virada a primeira página do nosso livro de história,a beleza da capa se esfuma : o Brasil tem uma cultura profundamente discriminatória. Rico nunca vai preso; a mulher tem um salário bem menor que o do homem; a homofobia é uma realidade do nosso cotidiano; o tráfico de influência é uma moeda fortíssima; a cor da pele influencia em muito na seleção de Recursos Humanos.
Gilberto Freyre foi visionário quando vislumbrou que a fortaleza da cultura brasileira se encontrava justamente nessa diversidade . As arestas existentes vão se aplainando, caminhamos para uma lindíssima confluência cultural e étnica. Só que o Brasil ainda é uma criança, brincando de esconde-esconde nos seus tenros quinhentos anos. Muitos grilhões ainda precisam ser quebrados. Há menos de duzentos anos deixamos de ser colônia portuguesa; há somente cento e vinte anos enxotamos a monarquia e a escravidão. Há pouco mais de cem anos, também, abrandamos a Inquisição. Tantas chagas não cicatrizam rapidamente e, mesmo quando fecham, permanecem cicatrizes que só o tempo ajuda a amenizar.
Certamente terá sido pensando nisso tudo que a Secretaria Especial de Direitos Humanos criou, em 2004, uma “Cartilha Politicamente Correto & Direitos Humanos”. Num governo popular, cujo presidente vindo das classes mais desfavorecidas certamente terá sentido na pele uma enxurrada de preconceitos os mais variados, a cartilha pretendia, ao menos oficialmente, cortar do uso cotidiano palavras tidas e sabidas como preconceituosas. Já tínhamos leis anteriores que combatiam a prática do preconceito: a 3688 ainda de 1941 e 7716, mais recente, de 1989. Acreditamos que é indiscutível o poder que estas leis tiveram em balizar as relações dos brasileiros na convivência com suas diferenças. A possibilidade de abertura de processos educa de maneira drástica os indivíduos. As mudanças, no entanto, se importantes , são quase sempre de superfície. As transformações culturais demandam tempo. No fundo, o preconceito apenas se mimetiza e muda suas formas. O empresário já não chama o funcionário de negro, pois isso pode dar cadeia, mas o boicota de todas as formas possíveis pois ainda o considera inferior , apesar do discurso. Ele já o havia etiquetado previamente, às vezes até inconscientemente, e o colocado na prateleira dos inferiores, por conta da coloração da pele.
Pois bem, a Cartilha carrega consigo dificuldades parecidas. A intenção parece ótima , mas de bem intencionados até o Democratas está cheio. Reflitamos sobre algumas dessas incongruências. O primeiro ponto é que a palavra ou a expressão não existem isoladas do discurso. Se eu digo, por exemplo: -- Caboclo velho, o emprego é seu, você sempre foi um grande amigo da família! O “Caboclo velho” parece ser uma forma carinhosa de tratar uma pessoa, e pode não ter qualquer viés de preconceito. Por outro lado, se se diz : --- Isso só podia ter sido feito mesmo por um afro-descendente! Temos uma discriminação visível, independente da palavra politicamente correta.
O segundo ponto é que , em algumas situações, o uso da cartilha ajuda afastar as pessoas. A indicação , por exemplo, de sempre tratar as pessoas como “eles e elas”, “senhores e senhoras”, evitando o plural no masculino que, historicamente, incluía todos, parece criar barreiras entre as pessoas. Seria melhor, por exemplo, que para compensar, nos próximos mil anos se utilizasse a forma feminina no plural para se referir a todos. Uma outra questão importante é que as palavras são muito parecidas com as pessoas. Elas envelhecem e, frequentemente, saem de moda. Vejam, por exemplo tertúlia , baile, flerte, película... hoje são termos totalmente obsoletos. Não bastasse isso, no seu dinamismo, a língua muda com o tempo, os costumes, as gerações. O termo politicamente correto nesse momento pode já não ser amanhã. “Bárbaro”, por exemplo, nos últimos tempos pode denominar uma coisa bem legal, já não é o adjetivo repugnante que aparece em “crime bárbaro”. Muitos verbetes, inclusive , tomam outros significados e dimensões. O verbo “denegrir”, lembrem, advém etimologicamente de negro e, na sua origem, é preconceituoso, mas hoje, já não tem nenhum resquício dessa conotação. Chamar um motorista de “barbeiro”, hoje, já não tem ligação direta com o cabeleireiro. Chamar uma moça de mulata é bem diferente o significado que se depreendia disso no Século XIX; mais frequentemente se trata de um elogio. Comunista hoje já não come criancinhas. Há que se falar ainda das sérias dificuldades que teremos em tornar de uso corriqueiro algumas definições politicamente corretas. Trocaremos : surdo, cego, mudo por “portadores de necessidades especiais”. A língua no seu dia a dia busca rapidamente a Lei do Menor Esforço. Vai ser complicado a fixação do termo fora da língua culta, em pouco eles poderão ser chamados de “pornes”.
A intenção da Cartilha é ótima mas é bom lembrar que não será por conta dela que os apenados terão celas mais dignas; os afro-descendentes conseguirão iguais condições de trabalho; os homossexuais e as mulheres sofrerão menos violência; os portadores de necessidades especiais conseguirão melhor acessibilidade. A luta está apenas começando. Só caminharemos quando o país deixar de se engalfinhar tentando descobrir qual é a cor mais bonita da aquarela e chegar à conclusão que o multicolorido do arco-iris pátrio é que nos dá a individualidade e a beleza inigualáveis. O politicamente correto tem sérias limitações até nome: no Brasil o político e o correto, historicamente, não se homogeneízam muito bem.
Gilberto Freyre foi visionário quando vislumbrou que a fortaleza da cultura brasileira se encontrava justamente nessa diversidade . As arestas existentes vão se aplainando, caminhamos para uma lindíssima confluência cultural e étnica. Só que o Brasil ainda é uma criança, brincando de esconde-esconde nos seus tenros quinhentos anos. Muitos grilhões ainda precisam ser quebrados. Há menos de duzentos anos deixamos de ser colônia portuguesa; há somente cento e vinte anos enxotamos a monarquia e a escravidão. Há pouco mais de cem anos, também, abrandamos a Inquisição. Tantas chagas não cicatrizam rapidamente e, mesmo quando fecham, permanecem cicatrizes que só o tempo ajuda a amenizar.
Certamente terá sido pensando nisso tudo que a Secretaria Especial de Direitos Humanos criou, em 2004, uma “Cartilha Politicamente Correto & Direitos Humanos”. Num governo popular, cujo presidente vindo das classes mais desfavorecidas certamente terá sentido na pele uma enxurrada de preconceitos os mais variados, a cartilha pretendia, ao menos oficialmente, cortar do uso cotidiano palavras tidas e sabidas como preconceituosas. Já tínhamos leis anteriores que combatiam a prática do preconceito: a 3688 ainda de 1941 e 7716, mais recente, de 1989. Acreditamos que é indiscutível o poder que estas leis tiveram em balizar as relações dos brasileiros na convivência com suas diferenças. A possibilidade de abertura de processos educa de maneira drástica os indivíduos. As mudanças, no entanto, se importantes , são quase sempre de superfície. As transformações culturais demandam tempo. No fundo, o preconceito apenas se mimetiza e muda suas formas. O empresário já não chama o funcionário de negro, pois isso pode dar cadeia, mas o boicota de todas as formas possíveis pois ainda o considera inferior , apesar do discurso. Ele já o havia etiquetado previamente, às vezes até inconscientemente, e o colocado na prateleira dos inferiores, por conta da coloração da pele.
Pois bem, a Cartilha carrega consigo dificuldades parecidas. A intenção parece ótima , mas de bem intencionados até o Democratas está cheio. Reflitamos sobre algumas dessas incongruências. O primeiro ponto é que a palavra ou a expressão não existem isoladas do discurso. Se eu digo, por exemplo: -- Caboclo velho, o emprego é seu, você sempre foi um grande amigo da família! O “Caboclo velho” parece ser uma forma carinhosa de tratar uma pessoa, e pode não ter qualquer viés de preconceito. Por outro lado, se se diz : --- Isso só podia ter sido feito mesmo por um afro-descendente! Temos uma discriminação visível, independente da palavra politicamente correta.
O segundo ponto é que , em algumas situações, o uso da cartilha ajuda afastar as pessoas. A indicação , por exemplo, de sempre tratar as pessoas como “eles e elas”, “senhores e senhoras”, evitando o plural no masculino que, historicamente, incluía todos, parece criar barreiras entre as pessoas. Seria melhor, por exemplo, que para compensar, nos próximos mil anos se utilizasse a forma feminina no plural para se referir a todos. Uma outra questão importante é que as palavras são muito parecidas com as pessoas. Elas envelhecem e, frequentemente, saem de moda. Vejam, por exemplo tertúlia , baile, flerte, película... hoje são termos totalmente obsoletos. Não bastasse isso, no seu dinamismo, a língua muda com o tempo, os costumes, as gerações. O termo politicamente correto nesse momento pode já não ser amanhã. “Bárbaro”, por exemplo, nos últimos tempos pode denominar uma coisa bem legal, já não é o adjetivo repugnante que aparece em “crime bárbaro”. Muitos verbetes, inclusive , tomam outros significados e dimensões. O verbo “denegrir”, lembrem, advém etimologicamente de negro e, na sua origem, é preconceituoso, mas hoje, já não tem nenhum resquício dessa conotação. Chamar um motorista de “barbeiro”, hoje, já não tem ligação direta com o cabeleireiro. Chamar uma moça de mulata é bem diferente o significado que se depreendia disso no Século XIX; mais frequentemente se trata de um elogio. Comunista hoje já não come criancinhas. Há que se falar ainda das sérias dificuldades que teremos em tornar de uso corriqueiro algumas definições politicamente corretas. Trocaremos : surdo, cego, mudo por “portadores de necessidades especiais”. A língua no seu dia a dia busca rapidamente a Lei do Menor Esforço. Vai ser complicado a fixação do termo fora da língua culta, em pouco eles poderão ser chamados de “pornes”.
A intenção da Cartilha é ótima mas é bom lembrar que não será por conta dela que os apenados terão celas mais dignas; os afro-descendentes conseguirão iguais condições de trabalho; os homossexuais e as mulheres sofrerão menos violência; os portadores de necessidades especiais conseguirão melhor acessibilidade. A luta está apenas começando. Só caminharemos quando o país deixar de se engalfinhar tentando descobrir qual é a cor mais bonita da aquarela e chegar à conclusão que o multicolorido do arco-iris pátrio é que nos dá a individualidade e a beleza inigualáveis. O politicamente correto tem sérias limitações até nome: no Brasil o político e o correto, historicamente, não se homogeneízam muito bem.
J. Flávio Vieira
Cariri Encantado recebe Cacá Araújo!
Nosso programa semanal CARIRI ENCANTADO, que chega ao nr. 49 nesta sexta-feira, dia 30/04, transmitido pela Rádioa Educadora do Cariri a partir das 14 horas, recebe Cacá Araújo, educador, ator, dramaturgo e folclorista e que também é diretor do projeto CENA BRINCANTE, desenvolvido pela Cia. Cearense de Teatro Brincante/Sociedade Cariri das Artes, Ponto de Cultura apoiado pelo MINC/Governo Federal e SECULT/Governo do Ceará.
A nossa conversa vai ser em torno da construção da cena teatral caririense.
A música que vai rolar é da melhor qualidade e traz a sonoridade caririense destas terras daqui.
É bom conferir!
ENCONTRO MARCADO:
Programa Radiofônico Cariri Encantado
a partir das 14 horas
Radio Educadora do Cariri, 1020
Produção: Oca-Officinas de Cultura Artes & Produtos Derivados
e revista virtual CaririCult.
Apoio Cultural: Centro Cultural BNB-Cariri
Apoio Logístico: cineasta Jackson BOLA Bantim, Prof. Jorge Carvalho e o memorialista Huberto Cabral
Seleção musical e textos: JFlávio Vieira, Carlos Rafael Dias, Olival Honor e LCSalatiel
Apresentação: Luiz Carlos Salatiel
CLÉRIO REIS:MARGINALIA DAS MARGINALIAS POÉTICAS.
Isto é um fato este poeta é um GURU de todos os poetas marginais que se dizem os tais,pois Clério ao contrario de mim,desestabilizou todos os conceitos de uma convencionalidade capital e contestador de uma sociedade desmitificada em seus conceitos canónicos do bem estar em prol do social,desde os anos setenta um efervescente contestador,em que abandona o curso de jornalismo e retorna a sua província dos magos afros Kariris degustadores de ervas sapoti,este flagrante me foi inusitado e ecitei-me e fotografalo,na verdade não sei ainda,se estava dormindo ou meditando seu mantra dos chapadões do vale kariri tribal,o certo é que não esperei o deixei a sós com seus umbigos de terrinha magica cratera kariri.
A SEMENTE.
A putrefação do corpo.
O tempo!
Cal no corpo que clama.
A pressa!
Minha cova será rasa
E bem próxima das aves
Na busca de grãos
Na busca do pólem.
Wilson Bernardo(Poema texto & Fotografia)
A SEMENTE.
A putrefação do corpo.
O tempo!
Cal no corpo que clama.
A pressa!
Minha cova será rasa
E bem próxima das aves
Na busca de grãos
Na busca do pólem.
Wilson Bernardo(Poema texto & Fotografia)
Os paulistas continuam o problema - por José do Vale Pinheiro Feitosa
Tai, o pessoal da Dilma que me desculpe, mas Zé Serra é dos nossos. Fez movimento estudantil, estava ao lado das lideranças que defendiam o nacionalismo e o desenvolvimento brasileiro. Por isso teve que sair do país e depois voltou para a política dentro do PMDB, a grande federação de oposição ao que a ditadura significava. Quando o PMDB passou a ter a cara de apenas uma federação de interesses regionais, ajudou a fundar o PSDB com a bandeira da ética. Portanto, não procurem falar mal dele naquilo que ele tem de melhor. Estou com a pessoa dele, mas não com o personagem que hoje se apresenta para ser presidente.
O “personagem” tem a cabeça e o porte dos barões da Avenida Paulista, pensando que o Brasil é apenas eles e para eles. Por isso é contra o Mercosul. Por motivo específico. O motivo é que eles querem subordinar todo o resto ao modelo de São Paulo locomotiva, antes do Brasil e agora da América do Sul. Os vagões seguem lá atrás recebendo a brasa e a fumaça da Maria Fumaça. Explico melhor. Os Barões da Paulista ainda estão no tempo da Maria Fumaça.
O personagem decorou o texto e subtexto do pensamento liberal que veio desde Gustavo Corção, passando por “gênios” com Simonsen (recorde do separatismo do pai em 32) e Roberto Campos. Liberais, explico, nem tão assim, apenas a força de argumento para que tudo fique sob a guarda do núcleo único e superior do campo capitalista que se traduz, territorialmente, exclusivamente na elite paulista. As grandes famílias paulistas e todas as subordinadas no território nacional.
O texto, para que não venham cobrar-me a fonte, não é citação direta de Corção, Simonsen ou Campos. Ele passou pela CEPAL, é intelectualmente preparado e sabe fazer um “O” sem ajuda de uma quenga. É do “personagem” que falo, aquilo que representa. E ele representa aquele discurso liberal que viceja nas páginas da mídia das quatro famílias poderosas do texto paulistano: Frias, Civita, Mesquita e por adoção, os Marinho.
Uma questão deste pensamento se camufla por trás da questão Estado e Não Estado. Camufla-se atrás do discurso do Neoliberalismo, mas isso faz parte desta malandragem brasileira, “Prá Inglês Ver”. Aqui o Neoliberalismo tinha e tem um motivo. Qual seja o horror a que os fundos públicos venham a desenvolver o resto do país, tornando os outros estados mais fortes e relativizando o poder único paulistano.
Por isso mesmo as federações oposicionistas são isso mesmo, uma juntada de interesses, na maior parte das vezes, divergentes. Retornando à questão de então, quando o PMDB era muito forte em São Paulo. Hoje é muito difícil não pensar-se que as lideranças paulistanas, incluindo as velhas raposas do PSD, os medianos de movimentos de classe média e operária como Mário Covas e Almino Afonso, e o jovens intelectuais universitários como Serra e FHC não tivesse por trás o mesmo rancor aos militares. O rancor pela ousadia de alguns nacionalistas entre os líderes das forças armadas que pensaram num projeto nacional e tentaram abrir portas de desenvolvimento regional.
Agora sintam o motivo porque, mesmo sendo tão pródigo com a indústria automobilística paulistana, Juscelino Kubitschek sempre foi acusado de ser a fonte da inflação brasileira. E por quê? Por Brasília, mas não a cidade, mas a marcha para Oeste, criando novos pólos de desenvolvimento fora do círculo de giz paulistano.
Alguém, e com certa razão, apontará uma contradição. Mas se São Paulo é um mundo da concentração de capitais, o desenvolvimento regional só lhe seria favorável. É na tua cabeça, mas não na dos Barões, que são territorializados e amam os acordos unilaterais de livre comércio. São Paulo acima de tudo. Abaixo o Mercosul.
O “personagem” tem a cabeça e o porte dos barões da Avenida Paulista, pensando que o Brasil é apenas eles e para eles. Por isso é contra o Mercosul. Por motivo específico. O motivo é que eles querem subordinar todo o resto ao modelo de São Paulo locomotiva, antes do Brasil e agora da América do Sul. Os vagões seguem lá atrás recebendo a brasa e a fumaça da Maria Fumaça. Explico melhor. Os Barões da Paulista ainda estão no tempo da Maria Fumaça.
O personagem decorou o texto e subtexto do pensamento liberal que veio desde Gustavo Corção, passando por “gênios” com Simonsen (recorde do separatismo do pai em 32) e Roberto Campos. Liberais, explico, nem tão assim, apenas a força de argumento para que tudo fique sob a guarda do núcleo único e superior do campo capitalista que se traduz, territorialmente, exclusivamente na elite paulista. As grandes famílias paulistas e todas as subordinadas no território nacional.
O texto, para que não venham cobrar-me a fonte, não é citação direta de Corção, Simonsen ou Campos. Ele passou pela CEPAL, é intelectualmente preparado e sabe fazer um “O” sem ajuda de uma quenga. É do “personagem” que falo, aquilo que representa. E ele representa aquele discurso liberal que viceja nas páginas da mídia das quatro famílias poderosas do texto paulistano: Frias, Civita, Mesquita e por adoção, os Marinho.
Uma questão deste pensamento se camufla por trás da questão Estado e Não Estado. Camufla-se atrás do discurso do Neoliberalismo, mas isso faz parte desta malandragem brasileira, “Prá Inglês Ver”. Aqui o Neoliberalismo tinha e tem um motivo. Qual seja o horror a que os fundos públicos venham a desenvolver o resto do país, tornando os outros estados mais fortes e relativizando o poder único paulistano.
Por isso mesmo as federações oposicionistas são isso mesmo, uma juntada de interesses, na maior parte das vezes, divergentes. Retornando à questão de então, quando o PMDB era muito forte em São Paulo. Hoje é muito difícil não pensar-se que as lideranças paulistanas, incluindo as velhas raposas do PSD, os medianos de movimentos de classe média e operária como Mário Covas e Almino Afonso, e o jovens intelectuais universitários como Serra e FHC não tivesse por trás o mesmo rancor aos militares. O rancor pela ousadia de alguns nacionalistas entre os líderes das forças armadas que pensaram num projeto nacional e tentaram abrir portas de desenvolvimento regional.
Agora sintam o motivo porque, mesmo sendo tão pródigo com a indústria automobilística paulistana, Juscelino Kubitschek sempre foi acusado de ser a fonte da inflação brasileira. E por quê? Por Brasília, mas não a cidade, mas a marcha para Oeste, criando novos pólos de desenvolvimento fora do círculo de giz paulistano.
Alguém, e com certa razão, apontará uma contradição. Mas se São Paulo é um mundo da concentração de capitais, o desenvolvimento regional só lhe seria favorável. É na tua cabeça, mas não na dos Barões, que são territorializados e amam os acordos unilaterais de livre comércio. São Paulo acima de tudo. Abaixo o Mercosul.
Le Monde, El Pais, Financial Times, Time...E agora, José ?
29/04/2010 - 11h02
Lula é eleito o líder mais influente do mundo pela "Time"
Do UOL Notícias
Em São Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito nesta quinta-feira (29) pela revista americana “Time” como o líder mais influente do mundo. Lula encabeça o ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero (praticamente substituído pelo Bolsa Família) é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente brasileiro de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.
Lula é eleito o líder mais influente do mundo pela "Time"
Do UOL Notícias
Em São Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito nesta quinta-feira (29) pela revista americana “Time” como o líder mais influente do mundo. Lula encabeça o ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero (praticamente substituído pelo Bolsa Família) é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente brasileiro de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Estética Bucal
Tenho um sorriso de ogro:
sumiu um dente da frente
gasto por tantos sonhos.
Outro suspenso amarelo
encostado a uma presa.
Vejo agora claramente
o pântano sombrio.
Natural, então,
as madames fugirem trêmulas
as ninfas se mijem de medo.
Tenho um sorriso
Corcunda Notre Dame.
Minha alma envergonhada.
Nem o vento do Himalaia
consegue abrir a janela.
Ó sorriso sinistro.
Tosco.
E o poeta escova
todos os dias:
manhã (ao cantarem os galos),
após as refeições, antes de dormir.
Mesmo assim,
nem lúcifer suporta
meu riso medonho.
Recorro aos caridosos espíritos
que me abrigam debaixo das asas:
"meu caro, tens 44.
Trata dos teus dentes de asno..."
"E meu hálito?" (interrogo aflito)
"Pétalas!" (gracejam)
sumiu um dente da frente
gasto por tantos sonhos.
Outro suspenso amarelo
encostado a uma presa.
Vejo agora claramente
o pântano sombrio.
Natural, então,
as madames fugirem trêmulas
as ninfas se mijem de medo.
Tenho um sorriso
Corcunda Notre Dame.
Minha alma envergonhada.
Nem o vento do Himalaia
consegue abrir a janela.
Ó sorriso sinistro.
Tosco.
E o poeta escova
todos os dias:
manhã (ao cantarem os galos),
após as refeições, antes de dormir.
Mesmo assim,
nem lúcifer suporta
meu riso medonho.
Recorro aos caridosos espíritos
que me abrigam debaixo das asas:
"meu caro, tens 44.
Trata dos teus dentes de asno..."
"E meu hálito?" (interrogo aflito)
"Pétalas!" (gracejam)
COMPOSITORES DO BRASIL
Chorinhos e Chorões
Por Zé Nilton
Segundo o eminente pesquisador da Música Popular Brasileira, José Ramos Tinhorão, no seu livro Pequena História da Música Popular (da modinha à canção de protesto), Petrópolis, Editora Vozes, 1975, o chorinho nasce da polca, gênero muito cultivado a partir do final da primeira metade do Século XIX.
O choro não aparece logo como gênero, mas como “uma forma de tocar” estilizada por músicos populares do Rio antigo.
Do violão, os músicos tiravam tons usando as cordas mais graves, os bordões, que passaram a marcar a música tal qual um baixo, daí a expressão “baixaria” para este tipo de modulação.
“Pois seriam esses esquemas modulatórios, partindo do bordão para decaírem quase sempre rolando pelos sons graves, em tom plangente, os responsáveis pela impressão de melancolia que acabaria conferindo o nome de “choro” a tal maneira de tocar, e a designação de “chorões” aos músicos de tais conjuntos, por extensão.”
Do cavaquinho, saia o saltitante contracanto e a marcação rítmica, quando não o solo choroso que, com o advento da flauta, na segunda metade do Século XIX, estava assim formada a base musical do choro. O pandeiro entra bem depois, quando o violão perde o sentido da marcação e o samba batucado exige a percussão como acompanhamento rítmico.
Tinhorão, como bom marxista, releva esta expressão da nossa música como nascida no seio da baixa classe média do Segundo Império e da Primeira República.
Ele diz que “esta afirmação pode ser comprovada com o simples levantamento das profissões de 300 músicos, cantores, compositores, mestres de bandas e boêmios ligados a grupos de choros, referido pelo carteiro carioca Alexandre Gonçalves Pinto em seu livro de memórias intitulado “O Choro, Reminiscências dos chorões antigos”, publicado em 1936”.
Eu tenho este livro numa reedição do MEC/FUNARTE, de 1978. Uma curiosidade: o autor, Alexandre Gonçalves Pinto convida “o maior cantor e poeta de todos os tempos”, Catulo da Paixão Cearense, para prefaciar sua obra. Este se desculpa e não aceita tal empreitada pelos infindáveis erros gramaticais de toda a sorte encontrados nos originais. Mas aí já é outra história...
Em comemoração ao Dia do Choro, ocorrido em 23de abril pp. que coincide com o dia de S. Jorge, vamos apresentar um pouco da história do choro e tocar algumas de suas mais antigas/novas músicas desse gênero, no Programa Compositores do Brasil desta quinta.
Na sequencia:
Odeon, de Ernesto Nazaré, com Fernanda Takai
Corta Jaca ou “Gaúcho”, de Chiquinha Gonzaga, com Altamiro Carrilho.
Brasileirinho, de Waldir Azevedo, com Baby Consuelo
Um chorinho, de Chico Buarque, com Chico Buarque
Choros No. 1, de Heitor Villa-Lobos, com Turíbio Santos
Ingênuo, de Pixinguinha e Benedicto Lacerda, com Regional de Evandro
João Gilberto (raridade) – Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barros, com João Gilberto
Noites Cariocas, de Jacó do Bandolim, com Jacob do Bandolim
Pedacinhos do Céu, de Jacob do Bandolim, com Ademilde Fonseca
Tico-tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, com Roberta Sá
Chorinho nervoso pro Hermeto Pascoal, de Sivuca, com Sivuca
Tua imagem, de Canhoto da Paraíba, com Canhoto da Paraíba
Quem ouvir verá!
Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri – 1020
Quintas-feiras, de 14 às 15 h.
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Apoio Cultural: CCBN
Retransmitido pela rádio www.cratinho.blogspot.com
Cine PE na sua 14a. Versão
A segunda noite da Mostra Competitiva deste 14º Cine PE (ocorrida ontem, 27/4) indica que a curadoria do evento está optando pela diversidade de temas e de estéticas dos curtas-metragens. Na noite anterior, o público (sempre numeroso e participativo) do Festival já havia tomado contato com o experimentalismo de Tanto (da catarinense Nataly Callai), com o aspecto humano-documental de Lá Traz da Serra (do paraibano Paulo Roberto) e Bailão (do paulista Marcelo Caetano), com o humor ácido de O Filme Mais Violento do Mundo (direção do mineiro Gilberto Scarpa) e, principalmente,com o ovacionado estilo cômico/ dilacerante de Recife Frio, do pernambucano Kleber Mendonça Filho.Aliás, se Recife Frio já havia sido ovacionado no Festival de Brasília do ano passado, aqui, jogando em casa, o curta foi mais que aplaudido. Procurando a palavra mais precisa para expressar o que aconteceu após a sua exibição no Cine PE, digamos que ele foi... canonizado, santificado. E não sem motivos. Ainda que, pessoalmente, eu prefira o dolorido romantismo agridoce de Bailão, é inegável que Recife Frio, com seu delicioso e inteligente sarcasmo, tem tudo para continuar sua vitoriosa carreira de prêmios iniciada em Brasília.De qualquer maneira, a diversidade de estilos continuou na noite de ontem. Também de Pernambuco veio o “vídeo poema experimental inspirado numa poesia de minha própria autoria” (palavras da diretora) chamado Corpo Urb, de Mariane Bigio. Em pouco mais de dez minutos, Mariane narra a perturbação de uma jovem consumida pelo estresse, no cotidiano recifense.Como contraponto, o carioca Marão apresentou o seu Eu Queria Ser um Monstro, forte candidato ao troféu “filme fofo” do Festival. Misturando stop motion com animação tradicional, o diretor conta a simpática historinha de um menino que fantasia ser um monstro gigantesco, mas que depois percebe que há modelos mais interessantes que podem lhe servir de espelho. Mais participativa que claque de sitcom americana, a plateia do Cine PE não economizou “aaaaahhhhhs” e “oooohhhhhs” durante a projeção.Também em animação (no caso, mesclada com live action), o paulista Fábio Yamaji apresentou O Divino, de Repente, que ilustra com traços rápidos as canções repentistas (ainda mais rápidas) de um divertido cantador de histórias. O público riu muito, mas riria ainda mais se o curta fosse legendado, já que a rapidez verbal do protagonista impede a total compreensão das letras de suas músicas.E a sessão de curtas de ontem foi encerrada com o belo e melancólico Senhoras, de Adriana Vasconcelos, representando o Distrito Federal. Em seguida, foi aberta a Mostra Competitivas de Longas, com o documentário Cinema de Guerrilha (do carioca radicado em São Paulo Evaldo Mocarzel) e a ficção O Homem Mau Dorme Bem (do gaúcho radicado em Brasília Geraldo Moraes).Infelizmente, porém, como faço parte do júri desta categoria, não posso e não devo comentar os filmes antes da premiação final, que ocorrerá no próximo domingo (2/5).
Estudantes do Polivalente se preparam para espetáculo "Nós, o estopim"
O espetáculo pretende interagir com o público e fazer uma grande brincadeira popular no dia 27 de maio no Sesc Crato.
Preparação do Espetáculo “Nós, o estopim” movimenta os estudantes da Escola de Ensino Fundamental e Médio Polivalente Gov. Adauto Bezerra no Crato. O Espetáculo reúne diversas linguagens artísticas, como teatro, dança, performance, música, poesia e audiovisual.
O espetáculo será apresentado no dia 27 de maio no Teatro do Sesc Crato e faz parte do projeto desenvolvido pela instituição chamado “Performance Poética e Armazém do Som”.
“Nós, o Estopim” é composto de fragmentos de cenas e acontecimentos em que o público a todo instante é instigado a participar. As poesias engajadas de Rosemberg Cariry, Salete Maria, Patativa do Assaré, Cacá Araujo e Alexandre Lucas narrará o discurso do espetáculo numa mistura entre a linguagem contemporânea, a cultura de massa e as manifestações da tradição popular.
Cerca de 50 estudantes deverão participar da apresentação. A idéia é aproveitar as habilidades dos estudantes. Para participar do espetáculo, os alunos passarão por oficinas de teatro, malabares, dança e produção de máscaras.
O espetáculo conta com a parceria da Companhia Cearense de Teatro Brincante, Coletivo Camaradas, Projeto Nova Vida, EEFM Polivalente Governador Adauto Bezerra Crato, Projeto Nova Vida.
Preparação do Espetáculo “Nós, o estopim” movimenta os estudantes da Escola de Ensino Fundamental e Médio Polivalente Gov. Adauto Bezerra no Crato. O Espetáculo reúne diversas linguagens artísticas, como teatro, dança, performance, música, poesia e audiovisual.
O espetáculo será apresentado no dia 27 de maio no Teatro do Sesc Crato e faz parte do projeto desenvolvido pela instituição chamado “Performance Poética e Armazém do Som”.
“Nós, o Estopim” é composto de fragmentos de cenas e acontecimentos em que o público a todo instante é instigado a participar. As poesias engajadas de Rosemberg Cariry, Salete Maria, Patativa do Assaré, Cacá Araujo e Alexandre Lucas narrará o discurso do espetáculo numa mistura entre a linguagem contemporânea, a cultura de massa e as manifestações da tradição popular.
Cerca de 50 estudantes deverão participar da apresentação. A idéia é aproveitar as habilidades dos estudantes. Para participar do espetáculo, os alunos passarão por oficinas de teatro, malabares, dança e produção de máscaras.
O espetáculo conta com a parceria da Companhia Cearense de Teatro Brincante, Coletivo Camaradas, Projeto Nova Vida, EEFM Polivalente Governador Adauto Bezerra Crato, Projeto Nova Vida.
Colégio Santa Teresa de Jesus (CSTJ) Realiza Jogos com o tema África do Sul
Com a participação dos alunos, professores e colaboradores foi aberto 0 18º Jogos do Colégio Santa Teresa de Jesus (CSTJ) de Crato. A abertura aconteceu nesta terça 27/05 e contou com a participação da banda de música do Crato na solenidade de abertura, houve o hasteamento da bandeira nacional o acendemento da Pira olímpica autoridades se fizeram presentes bem como os pais dos alunos. O evento se estenderá até o dia 30/05 com várias atividades esportivas, tendo como tema a África do Sul.
Anotem aí: www.fotografiaspjamacaru.blogspot.com - por José do Vale Pinheiro Feitosa
Nem leia o que segue. Enderaça-se ao blog de fotografias do Pachelly Jamacaru. Veja o ensaio que ele fez com Nova Olinda. Depois, se quiser, venha ouvir a minha conversa. Talvez não necessite, o ensaio é mais importante assim como você também.
O Pachelly escreve tateando, tendo cuidado de não ferir sentimentos. Pessoalmente, ele é calmo, mas em absoluto é zen. Tem uma tensão controlada em seu porte, que se evidencia pelo tempo que leva até se aproximar de alguém. Chega de leve, sem querer invadir e não se incomoda se antes o seu recato pudesse ser interpretado como indiferença.
Quando argumenta, não ri. É muito sério quando forma suas sentenças de pensamento. E franze o cenho diante da contestação às suas idéias. Mas nisso, eis seu paradoxo: é muito atento com o que diz o outro. Em resumo, Pachelly Jamacaru é um artista, vivendo como artista, discutindo arte e tem uma voz mansa que não representa em absoluto a sua arte.
Este ensaio sobre Nova Olinda é arte, pois ir àquela cidade e fotografá-la com os macetes e ângulos da moda pode não ser. Mas o Pachelly fotografa, o que se encontra lá, como se ele desse uma "arrumada" na composição. Esta coisa de mostrar uma ordem cênica no mundo é quase que lampejo, dura segundos e muitos poucos têm a mente atenta o suficiente para captá-la.
Escolho quatro fotografias, mas poderia pegar aquela de Seu Expedito Seleiro, em seu eterno sonho de Lampião, o mito são as alpercatas do cangaço e Pachelly nem fotografou a espingarda toda, mas o olhar de riso do artesão diz muito bem do seu segredo comercial. Tantas outras, mas quatro me foram marcantes como representativas das demais: a Casa Grande, a Bodega, a Oficina e A Sala em que a idosa ver televisão.
Ele fotografou a Casa Grande de um modo inteiramente diferente com que a vemos em imagens. Entende-se, ela fica numa rua larga e muito visível ao transeunte, foi escolhida como símbolo do projeto do Alemberg e por isso sempre se evidencia como imagem solitária. Mas o Pachelly foi lá e a fotografou de um modo nunca visto: um pedaço da cena, entre outras, por trás dos troncos evidenciados das árvores, cuja folhagem não mostram as cores, mas as folhas e flores do jardim embaixo a substituem.
A bodega é um ensaio sobre a cor: a bicicleta vermelha descansada no balcão amarelo, ambos tomando parte substancial do olhar, mas se desdobrando em misturas de cores primárias nas paredes e prateleiras. Sobre a garupa da bicicleta um cesto parece dialogar com a mesma cor do piso.
A oficina é um ensaio abstrato. Pode pegar qualquer grande pintor abstrato que verás esta mesma proposição artística. Tudo na composição faz sentido, desde aquela peça vermelha no centro da imagem, como todas as formas que fragmentam conceitos nos três cantos do olhar, ficando mais clara esta fragmentação dada a certeza conceitual da moto bem evidente e à frente de tudo. Satisfeito? Tem mais, uma banheira azul que certamente serve para testar o furo na câmara de ar, no ponto lateral à esquerda do olhar, como se dialogasse com o pedaço avermelhado antes descrito.
A sala tem muitos significados. Primeiro a própria sala. Ela é azul. A cor do céu. Céu cuja trilha é feita com as guardas e guias de santos pela parede. Tem um santuário e claro que a solenidade dos membros da família em fotografias espalhadas pelas paredes. Como a fazer a ligação entre o céu e o altar da terra, ainda se põe o olhar num tecido vermelho que emoldura a parte inferior da foto. A esse molho todo, acrescente o efeito da iluminação, dando à cena seu tom mais sublime. Mas eis um mais agudo do lampejo de Pachelly: a senhora, idosa, muito certo que autora da fé, se encontra de costas para o nosso olhar, atenta a um outro "céu", aquele da televisão e sua presença dominante na casa das pessoas.
Quando pensamos na glória do grande mercado de arte, é preciso que na altura dele não se esqueça de grandes artistas, que vivem e criam, continuamente como faz Pachelly Jamacaru.
O Pachelly escreve tateando, tendo cuidado de não ferir sentimentos. Pessoalmente, ele é calmo, mas em absoluto é zen. Tem uma tensão controlada em seu porte, que se evidencia pelo tempo que leva até se aproximar de alguém. Chega de leve, sem querer invadir e não se incomoda se antes o seu recato pudesse ser interpretado como indiferença.
Quando argumenta, não ri. É muito sério quando forma suas sentenças de pensamento. E franze o cenho diante da contestação às suas idéias. Mas nisso, eis seu paradoxo: é muito atento com o que diz o outro. Em resumo, Pachelly Jamacaru é um artista, vivendo como artista, discutindo arte e tem uma voz mansa que não representa em absoluto a sua arte.
Este ensaio sobre Nova Olinda é arte, pois ir àquela cidade e fotografá-la com os macetes e ângulos da moda pode não ser. Mas o Pachelly fotografa, o que se encontra lá, como se ele desse uma "arrumada" na composição. Esta coisa de mostrar uma ordem cênica no mundo é quase que lampejo, dura segundos e muitos poucos têm a mente atenta o suficiente para captá-la.
Escolho quatro fotografias, mas poderia pegar aquela de Seu Expedito Seleiro, em seu eterno sonho de Lampião, o mito são as alpercatas do cangaço e Pachelly nem fotografou a espingarda toda, mas o olhar de riso do artesão diz muito bem do seu segredo comercial. Tantas outras, mas quatro me foram marcantes como representativas das demais: a Casa Grande, a Bodega, a Oficina e A Sala em que a idosa ver televisão.
Ele fotografou a Casa Grande de um modo inteiramente diferente com que a vemos em imagens. Entende-se, ela fica numa rua larga e muito visível ao transeunte, foi escolhida como símbolo do projeto do Alemberg e por isso sempre se evidencia como imagem solitária. Mas o Pachelly foi lá e a fotografou de um modo nunca visto: um pedaço da cena, entre outras, por trás dos troncos evidenciados das árvores, cuja folhagem não mostram as cores, mas as folhas e flores do jardim embaixo a substituem.
A bodega é um ensaio sobre a cor: a bicicleta vermelha descansada no balcão amarelo, ambos tomando parte substancial do olhar, mas se desdobrando em misturas de cores primárias nas paredes e prateleiras. Sobre a garupa da bicicleta um cesto parece dialogar com a mesma cor do piso.
A oficina é um ensaio abstrato. Pode pegar qualquer grande pintor abstrato que verás esta mesma proposição artística. Tudo na composição faz sentido, desde aquela peça vermelha no centro da imagem, como todas as formas que fragmentam conceitos nos três cantos do olhar, ficando mais clara esta fragmentação dada a certeza conceitual da moto bem evidente e à frente de tudo. Satisfeito? Tem mais, uma banheira azul que certamente serve para testar o furo na câmara de ar, no ponto lateral à esquerda do olhar, como se dialogasse com o pedaço avermelhado antes descrito.
A sala tem muitos significados. Primeiro a própria sala. Ela é azul. A cor do céu. Céu cuja trilha é feita com as guardas e guias de santos pela parede. Tem um santuário e claro que a solenidade dos membros da família em fotografias espalhadas pelas paredes. Como a fazer a ligação entre o céu e o altar da terra, ainda se põe o olhar num tecido vermelho que emoldura a parte inferior da foto. A esse molho todo, acrescente o efeito da iluminação, dando à cena seu tom mais sublime. Mas eis um mais agudo do lampejo de Pachelly: a senhora, idosa, muito certo que autora da fé, se encontra de costas para o nosso olhar, atenta a um outro "céu", aquele da televisão e sua presença dominante na casa das pessoas.
Quando pensamos na glória do grande mercado de arte, é preciso que na altura dele não se esqueça de grandes artistas, que vivem e criam, continuamente como faz Pachelly Jamacaru.
Madrugada de Abril - Dihelson Mendonça
Dedicado a Roberto Jamacaru
Duas e trinta e oito. Canopus já brilhava alta no horizonte.
A passos lentos, uma sombra magra e tardia, range um ferrolho emperrado e poeirento de um portão vazado e frio, de onde já se espreitam folhas insones e claras, varridas pelo vento silencioso de uma madrugada de abril.
Um oceano do mais puro azul profundo ostenta safiras, esmeraldas e rubis piscantes que se empalidecem ante a claridade de uma lua leitosa a boiar esplendorosamente na imensidão celestial. Tempo indefinido... levantando a fronte, contemplo aquele microcosmo aureolar que define tantas verdades invisíveis quanto indivisíveis de seres de luzes tênues, quais pérolas orvalhadas, que descem e habitam almas ternas que mortificam-se em lençóis tão doces e vulneráveis...
Calhas de alumínio luminoso e cumeeiras íngremes arvoram-se em desenhar contornos que ofendem um sudário imáculo de um templo egípcio em ruínas. Uma ou outra ave perdida é avistada deslizando suas asas num jorro de leite cristalizado. E enquanto isso, Reis, príncipes e deusas desfilam para a tela da eternidade as suas glórias, em batalhas de linhas divisórias e imaginárias.
Mas, ante tudo isso, dormem os mortais!
Por sobre a terra, admirava-me a sombra de uma lua cada vez mais ocidental, que toda esparramada e nua pelos céus, esticava assuntosamente as pilastras de uma varanda de conversas longas, sussuros e sorrisos que já não há. Tarde é o tempo, e imprecisos todos os sentidos descritivos das lembranças que fulgem em crer na sua completude, nada é tão inverossímil, funesto e belo, diante do todo daquilo que apenas parece...
Poetas há que desfilam torrentes de gozo ante a via-láctea e suas vicissitudes. Mas abraçado somente à pequenez de um instante no tempo, sem que houvesse pobre alma mortal a companheira de verdades, todo o universo convulsiona em beleza apenas para mim tão somente; E como um demente, ante tanta perfeição, chego a crer por um breve instante, que posso ser um deus...
...em plena madrugada azul de Abril
Dihelson Mendonça
terça-feira, 27 de abril de 2010
CALLOU E A TRINDADE
Dia do Trabalhador é dia de festa em Gravatá - PE. Cidade serrana a 85 Km de Recife. A Assomus e MUG, estará realizando evento musical em praça pública. As 22h terá o show do cearense Calazans Callou: Callou tem uma musicalidade áspera, porém cultivável e contagiante. "...meu som eu busco através da poesia cantada, na pancada da zabumba e nos dissonantes overdrives, passeio pelas baladas "Dylianas" com tempero nordestino preparado pelo visionário Zé Ramalho, mergulhando no blues e emergindo no bom e velho rock'n'roll." Callou está gravando seu segundo CD "Das Tensões" que é título de uma das 14 canções em parceria com músicos e poetas do Cariri cearense: Geraldo Urano, Carlos Rafael, Marcos Leonel, Tiago Araripe, Wilson Bernardo, Socorro Moreira, Lupeu Lacerda, Chagas e a pernambucana Geovânia Freitas. Callou será acompanhado pela Trindade: Elton Sancho Pança (Guitarra), Bruno Lee (Bateria) e Marquinhos (Baixo). Quem quiser saber mais sobre Calazans Callou, navegue pela página www.myspace.com/calazanscallouce
Arte pra que te quero!
R$ 56 milhões para as artes
Funarte lança 34 editais para premiar mil artistas
Com o maior orçamento dos últimos 20 anos definido pelo Ministério da Cultura, a Funarte acaba de lançar 34 editais de fomento às áreas de teatro, dança, circo, artes visuais, fotografia, música, literatura, cultura popular e arte digital. Serão concedidos mil prêmios e bolsas de até R$ 260 mil, para projetos de produção, formação de público, pesquisa, residências artísticas, apoio a festivais e produção crítica sobre arte.Com investimento total de R$ 56,8 milhões, a Funarte e o Ministério da Cultura acabam de lançar 34 editais de fomento às áreas de teatro, dança, circo, artes visuais, fotografia, música, literatura, cultura popular e arte digital. Serão concedidos mil prêmios e bolsas de até R$ 260 mil, para projetos de produção, formação de público, pesquisa, residências artísticas, apoio a festivais e produção crítica sobre arte.
Foram lançadas as novas edições dos prêmios Myriam Muniz (teatro), Klauss Vianna (dança) e Carequinha (circo) e da Rede Nacional Artes Visuais – que estão entre as principais políticas públicas para as artes no Brasil. O apoio à literatura, à criação em música erudita e à circulação de música popular também está mantido. Além disso, muitas inovações garantem espaço para novos formatos e novas interações estéticas no país.
Pela primeira vez, a Funarte lança editais para seleção de festivais. Há também prêmios para artes cênicas na rua e o apoio a residências artísticas no Brasil e no exterior. A instituição investe na composição de música erudita, em concertos didáticos na rede pública de ensino e na gravação de CDs de música popular. Nas artes visuais, a Funarte volta a apoiar festivais e salões regionais, além de viabilizar projetos de pesquisa e reflexão crítica sobre artes contemporânea. A fotografia será tratada como categoria à parte, com o Prêmio Marc Ferrez.
ORÇAMENTO RECORDE – O orçamento da Funarte para 2010 é de R$ 101,6 milhões – sete vezes maior que o de 2003, e o maior em vinte anos de história da Fundação. Os programas foram elaborados a partir das diretrizes do Plano Nacional de Cultura, do Ministério da Cultura, com ampla participação da sociedade, por meio de diversos encontros com a diretoria colegiada da instituição e com os Colegiados Setoriais. Os projetos inscritos são analisados por comissões externas, contando sempre com representantes de todas as regiões brasileiras. As inscrições estão abertas em todo o país.
Confira os editais 2010 da Funarte/MinC que estão com inscrições abertas:
Prêmio de Produção Crítica em Música – Edital para apoio a dez trabalhos de pesquisa sobre música brasileira, com prêmios de R$ 15 mil para cada contemplado. Inscrições até 26 de maio.
Prêmio de Composição Clássica – Edital para apoio a 70 obras inéditas para a XIX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, com prêmios de R$ 8 mil, R$ 10 mil, R$ 15 mil, R$ 20 mil e R$ 30 mil. Inscrições até 30 de setembro.
Prêmio de Concertos Didáticos – Edital para apoio a 16 projetos de concertos didáticos em escolas da rede pública, com prêmios de até R$ 20 mil para cada proposta selecionada. Inscrições até 28 de maio.
Prêmio Circuito de Música Clássica – Edital para apoio a 12 projetos de recitais de música de concerto, com prêmios de até R$ 75 mil para cada proposta selecionada. Inscrições até 27 de maio.
Prêmio Circuito de Música Popular – Edital para apoio a 12 projetos de turnês de espetáculos de música popular, com prêmios de R$ 65 mil para cada proposta selecionada. Inscrições até 26 de maio.
Prêmio de Apoio à Gravação de Música Popular – Edital para apoio a 20 projetos de gravação e difusão da música popular, com prêmios de R$ 35 mil para cada proposta selecionada. Inscrições até 26 de maio.
Prêmio de Dança Klauss Vianna - Edital para apoio a 40 projetos de atividades e espetáculos de dança, com prêmios de R$ 40 mil, R$ 60 mil, R$ 80 mil e R$ 100 mil. Inscrições até 23 de maio.
Prêmio de Teatro Myriam Muniz – Edital para apoio a 34 projetos de circulação de espetáculos, com prêmios de R$ 90 mil e R$ 150 mil, e 36 de montagem de espetáculos, com prêmios de R$ 60 mil, R$ 90 mil e R$ 120 mil. Inscrições até 23 de maio.
Prêmio Festivais de Artes Cênicas – Edital para apoio a 36 projetos de festivais de teatro, circo e dança, com prêmios de R$ 50 mil, R$ 80 mil e R$ 100 mil. Inscrições até 23 de maio.
Bolsa de Residências em Artes Cênicas – Edital para seleção de 43 propostas de residência artística para profissionais de teatro, dança ou circo, com bolsa de R$ 45 mil para cada beneficiado. Inscrições até 23 de maio.
Prêmio Artes Cênicas na Rua – Edital para apoio a 63 projetos de apresentação, registro ou preservação de atividades artísticas, com prêmios de R$ 20 mil, R$ 40 mil e R$ 50 mil. Inscrições até 23 de maio.
IBERESCENA - Fundo intergovernamental de apoio às artes cênicas. Criadores e produtores podem inscrever projetos em quatro categorias. Editais e mais informações em www.iberescena.org. Inscrições até 3 de setembro.
Prêmio Carequinha de Estímulo ao Circo – Edital para apoio a 103 projetos de artes circenses nas diversas regiões do país, com prêmios de R$ 15 mil, R$ 25 mil e R$ 40 mil. Inscrições até 23 de maio.
Bolsa para Formação em Artes Circenses – A Escola Nacional de Circo, situada no Rio de Janeiro, amplia seu caráter nacional ao conceder 15 bolsas de R$ 20 mil para alunos de outras áreas. Inscrições abertas até 23 de maio.
Bolsa de Produção Crítica em Culturas Populares e Tradicionais – Edital para apoio a 30 trabalhos de reflexão crítica e teórica sobre a cultura brasileira, com bolsas de R$ 30 mil. Inscrições até 27 de maio.
Rede Nacional Artes Visuais – Edital para apoio a 40 projetos de fomento às artes visuais, com prêmios de R$ 20 mil e R$ 30 mil. Inscrições até 24 de maio.
Bolsa de Estímulo à Criação Artística em Artes Visuais – Edital para apoio a dez trabalhos de criação e de pesquisa em artes visuais, com bolsas de R$ 30 mil. Inscrições até 27 de maio.
Bolsa de Estímulo à Produção Crítica em Artes Visuais – Edital para apoio a dez projetos de produção crítica em artes visuais, com bolsas de R$ 30 mil. Inscrições até 24 de maio.
Apoio a Festivais de Fotografia, Performances e Salões Regionais de Artes Visuais – Edital para apoio à realização de festivais de fotografia e/ou performances e de salões regionais, com prêmios de R$ 95 mil e R$ 260 mil. Inscrições até 24 de maio.
Prêmio Marc Ferrez de Fotografia – Edital de apoio a 36 projetos de no campo da fotografia, com prêmios de R$ 10 mil e R$ 40 mil. Inscrições até 24 de maio.
Conexão Artes Visuais - Edital de apoio a 30 projetos de festivais, salões de arte, mostras, palestras, seminários, debates, oficinas, mapeamentos, publicações e exposições, com prêmios de R$ 55 mil. Inscrições até 8 de maio. Patrocínio: Petrobras.
Bolsa de Criação Literária – Edital para apoio a 60 trabalhos de produção de textos literários, nos gêneros lírico ou narrativo, com bolsas de R$ 30 mil. Inscrições até 27 de maio.
Bolsa de Circulação Literária – Edital para apoio a 50 projetos de atividades de promoção e difusão da literatura, em municípios do Programa Territórios da Cidadania, com bolsas de R$ 40 mil. Inscrições até 27 de maio.
Bolsa de Reflexão Crítica e Produção Cultural para Internet – 60 pesquisadores receberão R$ 30 mil para desenvolver textos críticos sobre arte em mídia digital, ou produzir conteúdo digital para a web.
Prêmio de Arte Contemporânea – Edital para apoio a 15 projetos de artes visuais para exposição nos espaços culturais da Funarte/MinC no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, com prêmios de R$ 40 mil, R$ 50 mil e R$ 80 mil. Inscrições até 27 de maio.
Além de editais para a ocupação de galerias e outros espaços expositivos, foram lançadas 11 seleções públicas para projetos de música e de artes cênicas a serem desenvolvidos em salas de espetáculos e teatros no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Ascom Funarte
Mais informações: www.funarte.gov.br - Portal das Artes Funarte
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Vitrais
Por que não me amas?
Meus olhos de Neruda
o meu riso de Baudelaire?
Ou seria por causa dos óculos
de Fernando Pessoa?
Por que não me amas?
Minha cantiga de grilo
a minha indolência de minhoca?
Ou por minha recente micose?
(sarou, querida)
Agora de volta aos meus tornozelos
as brilhantes asas (roubei do pégaso).
Por que não me amas?
Minha larga testa de caboclo
os meus lábios cortados de pivete?
Ou meus dentes amarelos de Bukowski?
Parei de beber.
Permaneço ébrio.
Um lunático perfeito
rompantes de asceta.
Por que não me amas?
Por que sou de escorpião tenho veneno na cartola?
Para te amedrontar meu signo chinês é cobra.
Parei de odiar as pessoas como antigamente.
Prossigo com a mente enlouquecida.
Oculta, calada, genocídios.
Por que não me amas?
O meu cíúme de Euclides da Cunha?
Inferno agora é que quero matar quem ama as nuvens.
Quem se isola no quarto conta quantas formigas
afogam-se no vaso sanitário.
É uma tortura esse desejo de esganar quem se parece
com minha sombra dentro do baú antigo da minha vó.
Quando penso que existe alguém arrasta meus chinelos
a minha corrente pela casa e fala sozinho quero matar.
Certamente tu não me amas por esse desvario
que por ora é toda a minha ambição de vida.
Aos meus ombros apenas o fardo invisível.
O cafezinho quente à minha alma ofegante.
E não existe possibilidade de mudanças.
Por todo o sempre (um sopro)
serei esse mesmo tronco
essa mesma casca
e alguns pássaros
no alto.
Ora estufam o tépido peito,
ora batem as asas de chuva:
e gripam.
Meus olhos de Neruda
o meu riso de Baudelaire?
Ou seria por causa dos óculos
de Fernando Pessoa?
Por que não me amas?
Minha cantiga de grilo
a minha indolência de minhoca?
Ou por minha recente micose?
(sarou, querida)
Agora de volta aos meus tornozelos
as brilhantes asas (roubei do pégaso).
Por que não me amas?
Minha larga testa de caboclo
os meus lábios cortados de pivete?
Ou meus dentes amarelos de Bukowski?
Parei de beber.
Permaneço ébrio.
Um lunático perfeito
rompantes de asceta.
Por que não me amas?
Por que sou de escorpião tenho veneno na cartola?
Para te amedrontar meu signo chinês é cobra.
Parei de odiar as pessoas como antigamente.
Prossigo com a mente enlouquecida.
Oculta, calada, genocídios.
Por que não me amas?
O meu cíúme de Euclides da Cunha?
Inferno agora é que quero matar quem ama as nuvens.
Quem se isola no quarto conta quantas formigas
afogam-se no vaso sanitário.
É uma tortura esse desejo de esganar quem se parece
com minha sombra dentro do baú antigo da minha vó.
Quando penso que existe alguém arrasta meus chinelos
a minha corrente pela casa e fala sozinho quero matar.
Certamente tu não me amas por esse desvario
que por ora é toda a minha ambição de vida.
Aos meus ombros apenas o fardo invisível.
O cafezinho quente à minha alma ofegante.
E não existe possibilidade de mudanças.
Por todo o sempre (um sopro)
serei esse mesmo tronco
essa mesma casca
e alguns pássaros
no alto.
Ora estufam o tépido peito,
ora batem as asas de chuva:
e gripam.
semana D da dança começa amanhã em Juazeiro
A semana do Dia “D” da Dança é uma realização da Associação Dança Cariri e do CCBNB Cariri, através do Projeto Capacitando e Dançando a Cena do Cariri no Programa ENCONTROS DA DANÇA, contemplado no Programa BNB de Cultura - Edição 2010 – Parceiras BNDES.
O Dia Internacional da Dança vem sendo celebrado no dia 29 de abril e foi introduzido em 1982 pelo Comitê Internacional da Dança da UNESCO. Esta data nos remete a uma reflexão para a produção da dança, o ensino e a difusão. Bem como, das batalhas enfrentadas e as conquistas da classe artística da dança.
A data comemora também o nascimento de Jean-Georges Noverre (1727-1810), o criador do balé moderno.
PROGRAMAÇÃO
27/04 – terça
10h às 12h – Aula de Dança Contemporânea com Gerson Moreno (Balé Baião- Itapipoca)
Local: Associação Dança Cariri
Rua da Conceição, 13 91 – São Miguel
Informações: 88 9981 7700
15h – mostra de vídeo:
“grupo Corpo: uma família brasileira”
direção: Fabio Barreto e Marcelo Santiago
78 min – Documentário – Brasil - 2008
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
20h – Cena Cearense:
Academia Carolina Rocha (Juazeiro) – 15min,
trecho de repertório “divertisment ”
Dakini Cia de Dança (Juazeiro) – 15min,
trecho do espetáculo “amarras”
Espetáculo- solo convidado:
“cumplicidade na contramão”
de Gerson Moreno
(Balé Baião- Itapipoca) - 30 mim
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
28/04 – quarta
10h às 11h30 – Aula de Dança Contemporânea com Aspásia Mariana (Fortaleza)
Local: Associação Dança Cariri
Rua da Conceição, 13 91 – São Miguel
Informações: 88 9981 7700
15h – debate:
“reflexões sobre o ensino da arte”
Palestrante: Prof. Dr. Fábio Rodrigues
(Escola de Arte Reitora Violeta Arraes Gervaisau – URCA)
"dança contemporânea e a produção cearense"
Mediadora: Janne Ruth ( coreógrafa e diretora da Cia e Projeto BCAD - Fortaleza)
Debatedores:
Alysson Amancio (bailarino e coreógrafo - Juazeiro)
Aspasia Mariana (interprete-criadora – Fortaleza)
Gerson Moreno (bailarino e coreógrafo - Itapipoca)
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
20h – Cena Cearense:
Arte da Rua - ADR Crew (Juazeiro) – 10min,
trecho de “da rua ao palco”
Espetáculo convidado:
“amphi” de Aspásia Mariana
(Fortaleza) - 30 min
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
29/04 – quinta
15h – Palestra e Debate
“políticas culturais para a dança cearense: capital e interior”.
Palestrante: Franzé Silva (Secult/CE)
Mediadora: Sheila Fernandes (Ponto de Cultura Estação das Artes - Senador Pompeu/CE)
Debatedores:
Lenin Falcão (BNB)
Mano Granjeiro (SESC)
Jota Júnior Santos (Assoc. Dança Cariri)
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
20h – Cena Cearense:
Espetáculo “br 116” Alysson Amancio Cia de dança
(Juazeiro do Norte) - 40 min
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
http://www.semanaddadancacariri.blogspot.com/
O Dia Internacional da Dança vem sendo celebrado no dia 29 de abril e foi introduzido em 1982 pelo Comitê Internacional da Dança da UNESCO. Esta data nos remete a uma reflexão para a produção da dança, o ensino e a difusão. Bem como, das batalhas enfrentadas e as conquistas da classe artística da dança.
A data comemora também o nascimento de Jean-Georges Noverre (1727-1810), o criador do balé moderno.
PROGRAMAÇÃO
27/04 – terça
10h às 12h – Aula de Dança Contemporânea com Gerson Moreno (Balé Baião- Itapipoca)
Local: Associação Dança Cariri
Rua da Conceição, 13 91 – São Miguel
Informações: 88 9981 7700
15h – mostra de vídeo:
“grupo Corpo: uma família brasileira”
direção: Fabio Barreto e Marcelo Santiago
78 min – Documentário – Brasil - 2008
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
20h – Cena Cearense:
Academia Carolina Rocha (Juazeiro) – 15min,
trecho de repertório “divertisment ”
Dakini Cia de Dança (Juazeiro) – 15min,
trecho do espetáculo “amarras”
Espetáculo- solo convidado:
“cumplicidade na contramão”
de Gerson Moreno
(Balé Baião- Itapipoca) - 30 mim
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
28/04 – quarta
10h às 11h30 – Aula de Dança Contemporânea com Aspásia Mariana (Fortaleza)
Local: Associação Dança Cariri
Rua da Conceição, 13 91 – São Miguel
Informações: 88 9981 7700
15h – debate:
“reflexões sobre o ensino da arte”
Palestrante: Prof. Dr. Fábio Rodrigues
(Escola de Arte Reitora Violeta Arraes Gervaisau – URCA)
"dança contemporânea e a produção cearense"
Mediadora: Janne Ruth ( coreógrafa e diretora da Cia e Projeto BCAD - Fortaleza)
Debatedores:
Alysson Amancio (bailarino e coreógrafo - Juazeiro)
Aspasia Mariana (interprete-criadora – Fortaleza)
Gerson Moreno (bailarino e coreógrafo - Itapipoca)
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
20h – Cena Cearense:
Arte da Rua - ADR Crew (Juazeiro) – 10min,
trecho de “da rua ao palco”
Espetáculo convidado:
“amphi” de Aspásia Mariana
(Fortaleza) - 30 min
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
29/04 – quinta
15h – Palestra e Debate
“políticas culturais para a dança cearense: capital e interior”.
Palestrante: Franzé Silva (Secult/CE)
Mediadora: Sheila Fernandes (Ponto de Cultura Estação das Artes - Senador Pompeu/CE)
Debatedores:
Lenin Falcão (BNB)
Mano Granjeiro (SESC)
Jota Júnior Santos (Assoc. Dança Cariri)
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
20h – Cena Cearense:
Espetáculo “br 116” Alysson Amancio Cia de dança
(Juazeiro do Norte) - 40 min
Local: Teatro CCBNB Juazeiro
http://www.semanaddadancacariri.blogspot.com/
Comentário sobre o Geraldo Junior
Música: Geraldo Junior
April 23rd, 2010
Sexta-feira é dia de relaxar, deitar numa boa rede e uma boa música escutar.
A partir de hoje, a sexta-feira será o dia de trazer aqui para o blog o que estamos escutando em nossa agência. Compartilharemos com vocês colegas, clientes e parceiros, um pouco do som que rola por aqui e nos trás a inspiração de cada dia.
Começaremos com o CD – Calendário – O Tempo e o Vento, do músico Cearense Geraldo Junior, que, no momento, é o som mais “ouçado” na agência.
E para aqueles que gostam da boa música e do verdadeiro forró, aproveitem para saber um pouco mais sobre a história do Geraldo, assistir vídeos, ver fotos e até mesmo fazer o download do cd, através do seu site www.geraldojunior.com.brAproveitamos para parabenizar este cabra da peste que representa a nossa região à altura e desejarmos todo sucesso do mundo.
Vejam a matéria original no blog Leriado:
http://vf2.com.br/leriado/2010/04/musica-geraldo-junior/
Avatar - por José do Vale Pinheiro Feitosa
1 Rubrica: religião.
na crença hinduísta, descida de um ser divino à terra, em forma materializada [Particularmente cultuados pelos hindus são Krishna e Rama, avatares do deus Vixnu; os avatares podem assumir a forma humana ou a de um animal.]
2 processo metamórfico; transformação, mutação
“James Cameron's epic motion picture, Avatar”.
Com tais palavras o site oficial do filme explica a que veio. Com todas as suas metáforas, fantasias, lendas das forjas de Hollywood, o pretensioso se mostra muito aquém (ou além) do resultado. É um filme pipoca, bebe nas águas de Walt Disney, mergulha nos diversos “Guerra nas Estrelas” e emerge, quase faltando o fôlego, com o discurso oficial da sociedade americana. Qual discurso?
Da sociedade e dos governos do hemisfério Norte. As riquezas materiais do território do sul não podem ser exploradas. Tudo aquilo que antes era reserva ao sul do equador, deve permanecer como tal para um futuro uso dos habitantes do Norte. Não é esta a metáfora direta, geraria revolta a sul e quem sabe até ao norte. É a metáfora indireta, aquela que, por travessa, diz o essencial: não toquem nisso que não é de vocês, é nosso.
É a posse “internacional” do território que antes ainda era tido como o inviolável das nações. A Amazônia é deles, o petróleo do pré-sal, também, o que é nosso é o subdesenvolvimento e a pobreza. Vamos olhar para o Avatar James Cameron: numa manifestação, internacional, contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Bem aqui no território nacional, junto a quem de direito e com o espírito, não metafórico, da mídia amiga do imperialismo.
Agora vamos à qualidade do discurso hollywoodiano tanto de Al Gore quanto este recente de Cameron. Aliás, se encontra mais explicitamente no filme 2012, quando o mundo é salvo, com uma arca de Noé moderna, construída para salvar apenas os espécimes do G8. Deve ter sido roteirizado e filmado antes da crise que caiu no colo deles com mais vigor que o argumento do filme.
É um discurso tipicamente de psicologia social, disfarçado de bem comum, para defender a reserva da qualidade de vida das sociedades avançadas, que consomem escalas assombrosas da energia do planeta e dos seus recursos minerais não renováveis e aqueles renováveis. Falam do bem comum com aquele direito de intervir no outro, preservando o seu modo como herança de privilégio.
Ora eles têm que pagar mais pelo que nos tiram. Devem consumir menos do que estragam para que, também, possamos. Precisamos de água limpa, escola decente, saúde coletiva, moradia de qualidade, melhorar enormemente as nossas cidades, articular a malha de transporte numa escala centenas de vez maior do que a de hoje. A metáfora deles corrompe os jovens e vicia os que desistiram das próprias pernas.
O Avatar não é nossa fantasia. É, sobretudo, o processo metamórfico, ou a mutação do discurso imperialista como modo de preparar o futuro exclusivo para eles. E o futuro deles não é tão distante assim. Amanhã virá o segundo capítulo com a exploração dos recursos.
na crença hinduísta, descida de um ser divino à terra, em forma materializada [Particularmente cultuados pelos hindus são Krishna e Rama, avatares do deus Vixnu; os avatares podem assumir a forma humana ou a de um animal.]
2 processo metamórfico; transformação, mutação
“James Cameron's epic motion picture, Avatar”.
Com tais palavras o site oficial do filme explica a que veio. Com todas as suas metáforas, fantasias, lendas das forjas de Hollywood, o pretensioso se mostra muito aquém (ou além) do resultado. É um filme pipoca, bebe nas águas de Walt Disney, mergulha nos diversos “Guerra nas Estrelas” e emerge, quase faltando o fôlego, com o discurso oficial da sociedade americana. Qual discurso?
Da sociedade e dos governos do hemisfério Norte. As riquezas materiais do território do sul não podem ser exploradas. Tudo aquilo que antes era reserva ao sul do equador, deve permanecer como tal para um futuro uso dos habitantes do Norte. Não é esta a metáfora direta, geraria revolta a sul e quem sabe até ao norte. É a metáfora indireta, aquela que, por travessa, diz o essencial: não toquem nisso que não é de vocês, é nosso.
É a posse “internacional” do território que antes ainda era tido como o inviolável das nações. A Amazônia é deles, o petróleo do pré-sal, também, o que é nosso é o subdesenvolvimento e a pobreza. Vamos olhar para o Avatar James Cameron: numa manifestação, internacional, contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Bem aqui no território nacional, junto a quem de direito e com o espírito, não metafórico, da mídia amiga do imperialismo.
Agora vamos à qualidade do discurso hollywoodiano tanto de Al Gore quanto este recente de Cameron. Aliás, se encontra mais explicitamente no filme 2012, quando o mundo é salvo, com uma arca de Noé moderna, construída para salvar apenas os espécimes do G8. Deve ter sido roteirizado e filmado antes da crise que caiu no colo deles com mais vigor que o argumento do filme.
É um discurso tipicamente de psicologia social, disfarçado de bem comum, para defender a reserva da qualidade de vida das sociedades avançadas, que consomem escalas assombrosas da energia do planeta e dos seus recursos minerais não renováveis e aqueles renováveis. Falam do bem comum com aquele direito de intervir no outro, preservando o seu modo como herança de privilégio.
Ora eles têm que pagar mais pelo que nos tiram. Devem consumir menos do que estragam para que, também, possamos. Precisamos de água limpa, escola decente, saúde coletiva, moradia de qualidade, melhorar enormemente as nossas cidades, articular a malha de transporte numa escala centenas de vez maior do que a de hoje. A metáfora deles corrompe os jovens e vicia os que desistiram das próprias pernas.
O Avatar não é nossa fantasia. É, sobretudo, o processo metamórfico, ou a mutação do discurso imperialista como modo de preparar o futuro exclusivo para eles. E o futuro deles não é tão distante assim. Amanhã virá o segundo capítulo com a exploração dos recursos.
domingo, 25 de abril de 2010
Canto do Bosque
Saberei na hora
ao queimar seus olhos
com meu olhar de fogo
se ainda lhe gosto
se fico trêmulo
transpirando.
Tolice sonhar com o paraíso
antes de pisar sua calçada.
Saberei no momento
em que tocar sua campainha
(da sala vindo seu perfume)
se ainda me enlouquece
a sua presença
se ainda me deixa a língua
dormente.
ao queimar seus olhos
com meu olhar de fogo
se ainda lhe gosto
se fico trêmulo
transpirando.
Tolice sonhar com o paraíso
antes de pisar sua calçada.
Saberei no momento
em que tocar sua campainha
(da sala vindo seu perfume)
se ainda me enlouquece
a sua presença
se ainda me deixa a língua
dormente.
Relato
Nunca acredites no poeta.
O voluptuoso poeta.
Disparidade contra
o mundo real das coisas.
Encanto.
Tremores.
Tudo abstrato.
Por mais cirúrgica
a mão do bardo.
Por mais concisos
os encaixes dos versos.
Não te enganes com o poeta.
O dissimulado ao forjar
fantasia em lágrimas
sabe que se trata
do mundo paralelo
e do risco de morte.
Chega-se o próprio senhor das palavras
a torcer o pescoço de angústia.
Isto é loucura.
Nunca confies no poeta.
O poema é imaculado.
Mas o poeta é uma fábula.
A inércia em agir lhe proporciona
um deleite incompreensível.
Senta-se ele (com sua bunda de metal)
sobre o pufe e inicia seus apelos.
Escárnios.
Devaneios.
E se julga o herdeiro da Verdade.
Loucura.
O voluptuoso poeta.
Disparidade contra
o mundo real das coisas.
Encanto.
Tremores.
Tudo abstrato.
Por mais cirúrgica
a mão do bardo.
Por mais concisos
os encaixes dos versos.
Não te enganes com o poeta.
O dissimulado ao forjar
fantasia em lágrimas
sabe que se trata
do mundo paralelo
e do risco de morte.
Chega-se o próprio senhor das palavras
a torcer o pescoço de angústia.
Isto é loucura.
Nunca confies no poeta.
O poema é imaculado.
Mas o poeta é uma fábula.
A inércia em agir lhe proporciona
um deleite incompreensível.
Senta-se ele (com sua bunda de metal)
sobre o pufe e inicia seus apelos.
Escárnios.
Devaneios.
E se julga o herdeiro da Verdade.
Loucura.
As cidades atuais - Emerson Monteiro
Nas suas origens, a cidade surgia como solução dos problemas de uma humanidade solitária, assuntada em face das intempéries naturais. Quando os seres humanos notaram que a ordem individual das pessoas precisava encontrar alternativas comuns para seus problemas, naquele momento decidiram abrir mão dos valores da paz pessoal em nome da formação dos aglomerados coletivos e seguros.
E agora, transcorridos milênios de experiências, o que vemos são essas cidades lotadas de interrogações quanto a um futuro melhor, onde os dramas de que as pessoas fugiram ao deixar a selva apresentam face talvez tão pavorosa quanto no início da grande aventura social.
Às portas das residências urbanas batem hoje demandas de tão difíceis respostas que agoniam o espírito moderno como garras afiadas a pescoços descobertos. Em velocidade estúpida, o crescimento desordenado das populações já invade áreas de risco inadequadas e inóspitas; a construção de moradias anda a passos lentos em relação ao número de habitantes; as distâncias impõem milhões de transportes que abarrotam vias de circulação e tornam lentos os percursos entre a casa e o trabalho; a sobrevivência reduz conceitos morais em níveis jamais suportados de perversão, ocasionando guerra de classes e desconfiança mútua entre as pessoas, num somatório desordenado de vícios e violência, na coletivização da insegurança e da promiscuidade, tudo levando de roldão o sonho dourado da paz às raias de pesadelos e desencantos avassaladores.
Diante disso, os caminhos da política, velha reserva das respostas negociadas na praça pública, tornam-se tortuosos e ineficazes para oferecer frutos doces de honestidade a que se propunham nos primórdios.
As cidades, em consequência disso, acordam, dia após dia, na longa fila de espera dos novos meios promissores, e a natureza humana apenas amargura pela vida o descumprindo de seu papel de aprimoramento em grupo na força da paciência e da esperança.
Sob este impacto de mais desafios do que de satisfação segue o barco da história, a repassar às outras gerações aquilo que caberia aos contemporâneos resolver com habilidade, concluímos a título de um diagnóstico antes das soluções urgentes necessárias.
E agora, transcorridos milênios de experiências, o que vemos são essas cidades lotadas de interrogações quanto a um futuro melhor, onde os dramas de que as pessoas fugiram ao deixar a selva apresentam face talvez tão pavorosa quanto no início da grande aventura social.
Às portas das residências urbanas batem hoje demandas de tão difíceis respostas que agoniam o espírito moderno como garras afiadas a pescoços descobertos. Em velocidade estúpida, o crescimento desordenado das populações já invade áreas de risco inadequadas e inóspitas; a construção de moradias anda a passos lentos em relação ao número de habitantes; as distâncias impõem milhões de transportes que abarrotam vias de circulação e tornam lentos os percursos entre a casa e o trabalho; a sobrevivência reduz conceitos morais em níveis jamais suportados de perversão, ocasionando guerra de classes e desconfiança mútua entre as pessoas, num somatório desordenado de vícios e violência, na coletivização da insegurança e da promiscuidade, tudo levando de roldão o sonho dourado da paz às raias de pesadelos e desencantos avassaladores.
Diante disso, os caminhos da política, velha reserva das respostas negociadas na praça pública, tornam-se tortuosos e ineficazes para oferecer frutos doces de honestidade a que se propunham nos primórdios.
As cidades, em consequência disso, acordam, dia após dia, na longa fila de espera dos novos meios promissores, e a natureza humana apenas amargura pela vida o descumprindo de seu papel de aprimoramento em grupo na força da paciência e da esperança.
Sob este impacto de mais desafios do que de satisfação segue o barco da história, a repassar às outras gerações aquilo que caberia aos contemporâneos resolver com habilidade, concluímos a título de um diagnóstico antes das soluções urgentes necessárias.
sábado, 24 de abril de 2010
Parabéns, Salatiel!!!
***
Uma homenagem singela
para um mestre,
um momento singelo
de pura alegria,
uma história singela
da arte na arte,
e o artesão
tecendo a sinfonia do tempo
num sol maior.
***
O Cariricaturas felicita você...
receita
Todos os dias
leia poemas.
Mas, por favor,
não passe de três.
Escrever, pode escrever cem.
Ler somente três por dia.
A sua dose diária:
três poemas por dia.
Guarde o xarope.
Não há panaceia
contra rouquidão
senão ler três poemas
por dia.
No final do mês,
sua voz límpida.
Sem tosse,
sem engasgos.
Também notará sua alma
confusa e criativa.
Não esqueça:
três poemas por dia.
leia poemas.
Mas, por favor,
não passe de três.
Escrever, pode escrever cem.
Ler somente três por dia.
A sua dose diária:
três poemas por dia.
Guarde o xarope.
Não há panaceia
contra rouquidão
senão ler três poemas
por dia.
No final do mês,
sua voz límpida.
Sem tosse,
sem engasgos.
Também notará sua alma
confusa e criativa.
Não esqueça:
três poemas por dia.
cirurgiã-dentista
Depois de amanhã
(segunda-feira
é um dia perfeito)
sentarei com a boca aberta
olhando a dentista toda de branco.
Pedirei a meio sorriso
(charme de roedor)
que me restaure os dentes
os dois dentes da frente.
Imagino a mesma
do semestre passado:
os olhos azuis
um riso vasto
jeans de marca
e bata (alvura do paraíso).
Dirá que o plano não cobre
mas haverá um ótimo desconto.
A dentista loira
um perfume lavanda
(clássico de bebês
e adolescentes)
logo me hipnotizará
com seu sorrisão
e uma pontinha de segredo
na covinha da face direita.
Não terei forças.
Não direi não.
Sentado naquela cadeira gigante.
A boca cheia de algodão.
Direi sim, doutora:
Deixe meus dentes da frente
(de esquilo) e as duas presas
(de vampiro) fortes e brilhantes.
Não tenho escolha.
Preciso pular varandas
adentrar em quartos
beijar nucas
e morder.
Morder nem que seja
o braço da cadeira
o pescoço da escrivaninha.
A doutora vai rir.
De fato, gargalhar.
A covinha quem sabe
despregue-se do seu rosto
dessa vez no meu colo
pouse.
Aquela covinha
que só as meninas ricas têm
e quando se tornam dentistas:
esbanjam.
(segunda-feira
é um dia perfeito)
sentarei com a boca aberta
olhando a dentista toda de branco.
Pedirei a meio sorriso
(charme de roedor)
que me restaure os dentes
os dois dentes da frente.
Imagino a mesma
do semestre passado:
os olhos azuis
um riso vasto
jeans de marca
e bata (alvura do paraíso).
Dirá que o plano não cobre
mas haverá um ótimo desconto.
A dentista loira
um perfume lavanda
(clássico de bebês
e adolescentes)
logo me hipnotizará
com seu sorrisão
e uma pontinha de segredo
na covinha da face direita.
Não terei forças.
Não direi não.
Sentado naquela cadeira gigante.
A boca cheia de algodão.
Direi sim, doutora:
Deixe meus dentes da frente
(de esquilo) e as duas presas
(de vampiro) fortes e brilhantes.
Não tenho escolha.
Preciso pular varandas
adentrar em quartos
beijar nucas
e morder.
Morder nem que seja
o braço da cadeira
o pescoço da escrivaninha.
A doutora vai rir.
De fato, gargalhar.
A covinha quem sabe
despregue-se do seu rosto
dessa vez no meu colo
pouse.
Aquela covinha
que só as meninas ricas têm
e quando se tornam dentistas:
esbanjam.
Cartas a favor da escravidão - dica de leitura
Cartas a favor da escravidão é uma ótima pedida, uma leitura importante para entendermos nossa história, em especial, a história da escravidão e seus protagonistas. Cartas a favor da escravidão é um livro organizado por Tâmis Parris e editado pela Hedra. Na verdade são as cartas de José de Alencar (1829-1877), conhecido por ser um importante líder político cearense, deputado federal, ministro da Justiça e escritor. Sua obra literária também é famosa e importante, entre outras, O Guarani (1857), Iracema (1865) e Senhora (1875).
Conforme a indicação do organizador, "Cartas a favor da escravidão reúne uma série de sete textos políticos inscritos no gênero epistolar que José de Alencar publicou em franca oposição a D. Pedro II sob o título Ao imperador: novas cartas políticas de Erasmo (1867-1868). O propósito central da obra era a defesa política da escravidão brasileira, que vinha sofrendo intensa pressão internacional e doméstica após a abolição nos Estados Unidos (1865)."
Vale a pena conferir.
MUITA MERDA E VELAS CÍTRICAS LUIZ CARLOS SALATIEL-Wilson Bernardo
Lula - "O que não entende nada"
Por Pedro Lima (Economista e professor de economia da UFRJ)
Lula, que não entende de sociologia,
levou 32 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores;
Lula, que também não entende de economia;
pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI
e ainda empresta algum aos ricos.
Lula, o analfabeto, que não entende de educação,
criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos (14
universidades públicas e
estendeu mais de 40 campi), e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade (meio milhão de bolsa para pobres em escolas particulares).
Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas,
elevou o salário mínimo de 64 para mais de 291 dólares (valores de janeiro de 2010), e não quebrou a previdência como queria FHC.
Lula, que não entende de psicologia,
levantou o moral da nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo.
Embora o PIG-Partido da Imprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.
Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis (maior programa de energia alternativa ao petróleo do planeta).
Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8 (criou o G-20).
Lula, que não entende de política externa nem
de conciliação, pois foi sindicalista brucutu;
mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do
sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel, Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.
Lula, que não entende de mulher nem de negro,
colocou o primeiro negro no Supremo (desmoralizado por brancos) uma mulher no cargo de "primeira ministra", e que pode inclusive, fazê-la sua sucessora.
Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha (a convite dela) e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.
Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC; antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir; hoje o PAC é um amortecedor da crise.
Lula, que não entende de crise,
mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística
a bater recorde no trimestre (como também na linha branca de
eletrodomésticos).
Lula, que não entende de português nem de outra língua,
tem fluência entre os líderes mundiais; é respeitado e citado entre as
pessoas mais poderosas e influentes no mundo atual (o melhor do mundo para o Le Monde, Times, News Week, Financial Times e outros...)
Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu,
já tinha empatia e relação direta com George Bush - notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com Barack Obama.
Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador... é amigo do tal John Sweeny (presidente da AFL-CIO - American Federation Labor-Central Industrial Congres - a central de trabalhadores dos Estados Unidos, que lá sim, é única...) e entra na Casa Branca com credencial de negociador e fala direto com o Tio Sam lá, nos States.
Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa, é ator da (maior) mudança geopolítica das
Américas (na história).
Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e
se torna interlocutor universal.
Lula, que não entende nada de história,
pois é apenas um locutor de bravatas;
faz história e será lembrado por um grande legado, dentro e fora do Brasil.
Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo, já é
cotado pelos palestinos para dialogar com Israel.
Lula, que não entende nada de nada é bem melhor que todos os outros...!
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Reinos
Já não morro
por tua falta
e as noites
(ainda frias)
trazem lembranças
boas e tranquilas.
Já não desejo
tua companhia
(enlouquecido)
meu sonho agora
é uma pizza.
Já durmo bem mesmo
feito a plantinha da varanda
sem medo de lagartinhas
e insetos crescidos.
A brisa que me sacode as folhas
é a mesma que me arrepia os braços.
Sou de fato (creia)
a plantinha da varanda.
Acordo com os pássaros
aos meus ouvidos.
Um ruflar de cordas vocais
que meu deus do céu:
doidas andorinhas.
por tua falta
e as noites
(ainda frias)
trazem lembranças
boas e tranquilas.
Já não desejo
tua companhia
(enlouquecido)
meu sonho agora
é uma pizza.
Já durmo bem mesmo
feito a plantinha da varanda
sem medo de lagartinhas
e insetos crescidos.
A brisa que me sacode as folhas
é a mesma que me arrepia os braços.
Sou de fato (creia)
a plantinha da varanda.
Acordo com os pássaros
aos meus ouvidos.
Um ruflar de cordas vocais
que meu deus do céu:
doidas andorinhas.
Óleo
Quando tu deixaste de lado
o porre e a loucura
fizeste inimigos.
Não é tão simples
largar da velha túnica.
Queimar os ossos.
Afogar-se no próprio oxigênio.
Quando percebeste a tolice
do eterno retorno
entes soberbos
diante do teu silêncio
ergueram-se com ira.
Mas nenhum mal (nem do céu nem da terra)
poderá te ferir a dileta alma
(nascida do fogo
e pelo fogo santa).
Mudar de pele
(enquanto os tolos blasfemam)
não é um milagre natural.
É preciso refluxo constante
da chama dentro do peito.
Dias e noites
margens opostas
pisando pântanos
jardins etéreos.
Ainda sentirás garras aos teus tornozelos.
Ouvirás vozes de veludo aos teus ouvidos.
Mas nenhum mal (nem do céu nem da terra)
cairá sobre tua cabeça
ornada por nuvens brilhantes.
Humano permanecerás atento.
Cercado de descuidos.
Leva contigo somente esta verdade:
nunca mais terás o sossego dos fracos.
o porre e a loucura
fizeste inimigos.
Não é tão simples
largar da velha túnica.
Queimar os ossos.
Afogar-se no próprio oxigênio.
Quando percebeste a tolice
do eterno retorno
entes soberbos
diante do teu silêncio
ergueram-se com ira.
Mas nenhum mal (nem do céu nem da terra)
poderá te ferir a dileta alma
(nascida do fogo
e pelo fogo santa).
Mudar de pele
(enquanto os tolos blasfemam)
não é um milagre natural.
É preciso refluxo constante
da chama dentro do peito.
Dias e noites
margens opostas
pisando pântanos
jardins etéreos.
Ainda sentirás garras aos teus tornozelos.
Ouvirás vozes de veludo aos teus ouvidos.
Mas nenhum mal (nem do céu nem da terra)
cairá sobre tua cabeça
ornada por nuvens brilhantes.
Humano permanecerás atento.
Cercado de descuidos.
Leva contigo somente esta verdade:
nunca mais terás o sossego dos fracos.
lato sensu
Definitivamente:
formiga tem mais vida
do que um gato.
Quando se pensa afogada
dentro do balde
a alma transmigra-se,
rápido desperta:
sacode então as omoplatas
alonga as perninhas
e se perde na vastidão
das cerâmicas.
formiga tem mais vida
do que um gato.
Quando se pensa afogada
dentro do balde
a alma transmigra-se,
rápido desperta:
sacode então as omoplatas
alonga as perninhas
e se perde na vastidão
das cerâmicas.
Lei Municipal do Meio Ambiente do Crato - Por: José Sales
Parabéns à população do Crato. Com a aprovação da Lei Municipal do Meio Ambiente, logo mais, este será o primeiro município do Ceará a ter sua Lei do Meio Ambiente, adequada às demandas de proteção e preservação de seus recursos naturais. A mesma foi composta após uma sequencia de debates audiencias públicas, organizados pela Sceretaria Municipal do Meio Ambiente e, em compatibilidade com as recomendações do PDM CRATO/ Plano Diretor Municipal, em sua nova versão, aprovado em Dezembro 2009. Imagem da Nascente do Rio Batateira - APP da Nascente do Rio da Batateira e Geotope do Geopark Araripe - localizada no bairro do Lameiro, no limite da sede urbana do Crato, no sopé da Chapada e Floresta Nacional do Araripe. A Nascente do Batateira é também o habitat natural e bercário de reprodução do Soldadinho do Araripe. Fotografia Daniel Roman. Arquivo de Imagens Ibi Tupi.
Postado por José Sales
( no Blog do Crato e repostado aqui no CaririCult )
Parabéns, Salatiel !
"Em vez de serem apenas bons,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que torne possível a bondade
Ou melhor:que a torne supérflua!
Em vez de serem apenas livres,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que liberte a todos
E também o amor à liberdade
Torne supérfluo!
Em vez de serem apenas razoáveis,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que torne a desrazão de um indivíduo
Um mau negócio."
Brecht
Parabéns ao grande artista , L.C. Salatiel, uma espécie de Santo Guerreiro da Cultura Caririense, que todos dias nos tem ministrado reiteradas lições de luta, resistência e superação.
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