TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Zé de diadora escuta vozes que ele não sabe de onde. Diz ele que as vezes são cantigas, bem bonitas cantigas. De outras vezes são ordens. Gritos. Músicas estranhas. Cantos de passarinhos. Pergunto se ele escuta a gente. Falando com ele também. Diz que escuta. Que é como o botão de sintonia de um rádio. Só escuta uma coisa de cada vez. As vezes ele recita estrofes inteiras de camões. Outras vezes – em filas de banco – ele fala em línguas estranhas. Dona antonina diz que ele fala alemão, javanês, carioca. Dona antonina sabe. Dona antonina lê mão e vê visage. Zé de diadora vive das graças de deus. Trabalhar mesmo, nunca. De vez um quando faz um mandado. De vez em quando não faz. Ta sem vontade. Com calundu. Dona antonina disse a minha mãe que isso é coisa de homi donzelo. Que as coisas lá dele, subiram tudo pra cabeça.
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5 comentários:
Lupeu, vez por outra vejo escritos seus e os vejo com um linguajar bem próprio.
E poesias, escreve ou não é lá muito afeito?
Grande abraço, Pachelly J.
grande pachelly, bom saber que você lê o que escrevo. e sim, minha praia de verdade é a poesia. tenho um livro que posso te mandar (manda o endereço pro meu e-mail)e escrevo poesia "quando ela apareçe". o linguajar é a mistureba cariri com as andanças. pequi cibernético, baião de dois com dendê e tofu. coisa de quem nasceu com uma antena pirata na cabeça. e um dial no coração. um grande abraço.
lupeu
Foi boa! Então, não sabendo o seu email, passo aqui mesmo o endereço:
Rua: Antonio Moreira da silva 01
Bairro: Belmonte
Crato-Ce
63.100.000
Vamos ver essa coisa meio "Pequi/Acarajé"!
Retribuirei com uma coletânea da minha musiquice!
Abraço rapaz, aguardo!
iriaí é mais do que presente!!!!
te admiro desde que eu era
só a coisa germe
que se tornou a coisa lupeu.
livro segue breve
com otras cozitas, inéditas
vai que te dá uma idéia né?
vai que vira música né?
pode até não fazer sucesso,
mas é moral pro meu currículo.
um puta e federal abraço.
lupeu
Gosto de ser provocado. Vai ser legal brincar com essa possibilidade de que as ideias virem parceria. A admiração é recíproca! Igualmente por essa geração irreverente.
Abração!
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