TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mulheres à beira de um ataque de nervos

Vi uma discussão bizarra no Blog do Crato e aí, como se dizia antigamente, caiu a ficha. Fotografadas ficaram chateadas porque foram publicadas fotos suas que elas não gostaram (diga-se de passagem, as fotos eram boas) As alegações é que as fotos mostravam rugas ou que eram distorcidas. Fico impressionado com a auto-imagem que algumas pessoas possuem. Ou com a vaidade disfarçada com mil nomes. Ou com a desculpa escondida na "naturalidade" da expressão "vaidade feminina". São essa pessoas que, além de ter uma visão ultrapassada do que seja fotografia , não admitem críticas. Se protegem em um mundo da "boa educação" onde só se pode falar coisas "belas". Como se beleza fosse um conceito absoluto. Inconteste. E a produção "artística" ficasse presa em um passado romantizado cuja melhor representação é a nostalgia. Fotógrafos! Fotografem dos mais diversos ângulos! A beleza está nos olhos de quem vê!

12 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Grande polemista Maurício. Nem toda luta focada no mesmo inimigo avança, até por que se torna a ciranda de um retorno ao mesmo ponto. Esta questão das fotos sei um pouco também, até postei como referência. Mas se tu fores aos comentários do post de tais fotos não houve necessariamente um debate, houve sim uma série de comentários que apoiavam o fotógrafo. Nenhuma linha feita pelas mulheres fotografadas em tal postagem. Isso é bem diferente do fato que em outra postagem houvesse um texto muito sutil e alguns comentários em referência. Quando digo sutil é que foi preciso os comentários do post da fotos para que entendesse de fato, ou como dizes, caisse a ficha. Mas convenhamos estamos falando do sagrado direito à imagem pessoal, com ou sem vaidade; pois vaidade pode ter entrado no assunto apenas como desqualificativo. Também convenhamos não estamos falando de nenhuma obra que se aproxime, por exemplo, do Retrato de Gertrude Stein. De qualquer modo até para que nos libertemos das rusgas que o tempo cria, não é possível que qualquer um venha a entender o teu post como o estímulo ao enquadramento compulsório daquelas mulheres. Se houvesse este mau entendido retornaríamos à estética da perversidade, do prazer da arte como objeto de tortura.

Maurício Tavares disse...

Zé do Vale
Não acho que o meu post seja a ciranda de um retorno ao mesmo ponto. Apenas constatei como algumas pessoas querem ter o controle da recepção do que publicam ou é publicado sobre elas. O "sagrado direito à imagem pessoal" é o eufemismo que algumas pessoas no poder usam para se referir ao direito de censura.As fotos não eram ofensivas. Imagine se as pessoas pudessem ter o direito sobre como elas deveriam sair nos jornais (só posso aparecer "bonita"). E, reconheço abestalhado, sou menos elitista do que você. Os pequenos artistas também merecem seu crédito.

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Prezado Mauricio

As fotos estavamirreconhecíveis. A principio não distingui de quem se tratava. E não se pode expor ninguém em forma de zombaria. a sensibilidade feminina é bem difgerente da nossa e devemos respeitá-la.

Anônimo disse...

Prezado Maurício

Respeito sua visão dos fatos, mas vou pedir permissão para discordar de você, pois penso de outra forma. Sou mulher, estou com 59 anos e não tenho vergonha de assumir as minhas rugas. No entanto, se algum fotógrafo amigo meu, quiser me fotografar toda, o conjunto, eu não vou me incomodar. Entretanto, se em nome da arte ele distorcer meus olhos, minha boca e focar nas minhas rugas, ficarei indignada, como fiquei com aquelas exposição das minhas amigas que são lindas por dentro e por fora e foram expostas com fotografias desfocadas com muita crueldade, provavelmente sem intenção de magoá-las. Creio que minhas amigas não têm vaidades fúteis, mas qualquer ser humano ficaria magoado numa situação dessa. Estou solidária com elas.

Maurício Tavares disse...

Prezado Carlos Eduardo
Não concordo com você:"Zombaria das pessoas". Que pessoas idiotas são essas que zombam rugas? Na verdade o problema não está na zombaria das pessoas, está na na insegurança de quem se sente "zombado". Quando era adolescente no Crato uma vez Samuel Araripe comentou com um amigo na Praça Siqueira Campos que eu era a pessoa mais feia que ele já tinha visto na vida. Na época fiquei chocado. Hoje me divirto vendo suas fotos nada bonitas no blog do
Crato e com um corte de cabelo dos mais cafonas que já vi. Uma pequena satisfação pessoal que não significa nada pra mais ninguém. Até porque o conceito de beleza é relativo (embora muitas vezes tenhamos dificuldade de concordar com isso). Mas depois do comentário de Zé do Vale fui ler os comentários ao texto de Dihelson no BLog do Crato e , pra meu espanto, concordo integraalmente com ele(sei, ele é pretensioso mas faz muitas coisas). O Crato vive de um tradicionalismo que se reflete até em posições conservadoras como as geradas pelas fotografias.
um abraço, Maurício

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Maurício,

Respeito o que você acha e não quero fustigar no mesmo ponto. Apenas deixar por registro, mesmo que falho, que ao falar da ciranda ao mesmo ponto me referia a embates anteriores neste blog e com as mesmas pessoas, no caso algumas daquelas mulheres (o título do post já é revelador, mesmo que aceitando o estilo ácido que usas e reclama de quem não gosta). Realmente ao usar a palavra "sagrado" me excedi no coloquial do linguajar corriqueiro de alguns quando discutem direitos. Foi um ato falho, mas pode usar o conceito democrático de inviolável, que não se deve infringir.

Claro que ninguém num blog coletivo se isenta do que escreve. Mas você bem sabe que não se trata desta discussão, da imagem de quem fotografou ou escreveu algo. Se trata do objeto fotografado de fotos que você esteticamente gostou, que parece defender a permanência, mas com a outra mão confunde a intocabilidade de direito à imagem com um conceito arraigado a respeito do outro. O preconceito também é a utilização repetida do mesmo conceito que pode ter sido válido para uma crítica mas não como a metáfora permanente do outro.

Agora, em consideração sobretudo a você, foi isso que levantei. Este post poderia ser o espicaçar sistemático de outros frequentadores do blog. Aliás isso é mais importante ainda pela natureza territorial do blog, todos temos muito a ver com o Cariri e o Crato.

Grande Maurício, não estou fazendo ironia, mas é preciso de fato nos despir do elitismo para sermos efetivamente livres neste mundo transformador e transformado. Acontece, que bem conheço a minha cidade, sua ancestralidade, e sei dos nosso defeitos. O vezo se revela até ao se nomear artistas como pequenos.

Mas aí, reconheço teu esforço revolucionário, defender os pequenos artistas (esgrimindo com a vaidade dos artistas) da prepotência de quem só quer aparecer bonito na foto. Relativizando a beleza não pela ação própria do vocábulo mas como a egocentricidade: se gostei tem queaparecer. Mas não é termo, eis o motivo pelo quais escrevemos tanto nestes comentários: eu, você e o Carlos.

Maurício Tavares disse...

Prezada Magali
Cruel é a passagem do tempo para algumas pessoas. Mas fazer o quê? Existem outras formas de beleza. Como fui feinho na adolescência a idade até que me ajudou. Mas não dá pra ser Gisele Bündchen eternamente. Deve ter alguma sabedoria na natureza. Mais do que em nós, com certeza. Lembrando o velho caetano : "è preciso estar atento e forte..."
abraço.

Maurício Tavares disse...

E agora, José? (em tom de brincadeirinha com o seu xará Sir Ney)
Quando voltei a falar de algo similar a uma discussão anterior foi para reforçar minha tese: "tá vendo!" ,"essas pessoas não aceitam críticas!". Embora você não concorde vejo a mesma atitude mntal nas duas situações. E reafirmo, as idéias me interesam mais do que as pessoas. Isso aqui não é um blog pessoal. Vejo na sua tentativa de defesa das fotografadas uma situação parecida com a de Lula defendendo Sarney. Mas continuo achando que certas pessoas (Sir Ney) e certas atitudes como a em discussão são indefensáveis. E pra isso é preciso usar o recurso da "novilíngua" ou dos velhos costumes.

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Maurício,

O interessante dos vocábulos prefixados com o vocábulo in- é que levam dentro deles a possibilidade da afirmativa (indefensável). Como esta do Sir Ney vis-a-vis a avidez do PSDB e de parte do DEM pela presidência de um dos poderes da República. Para continuarmos neste assunto eu pediria um adiamento para domingo à noite, pois estou fechando o computador para viajar durante o final de semana.

Dihelson Mendonça disse...

Prezado Carlos Eduardo Esmeraldo, Magali e os Demais.

Como já expliquei 300 vezes, essa deverá ser a vez 301 que creio até nem precisaria explicar, mas já que sempre que se fala alguma coisa, sempre alguém não irá entender, creio que a maioria sabe que não há nem havia por parte do fotógrafo, ou seja, EU, qualquer intenção de denegrir a imagem de quem quer que fosse ao realizar as fotos, e que tudo visa a Arte.

No momento em que o Carlos Eduardo Esmeraldo lança ao éter a frase:

"E não se pode expor ninguém em forma de zombaria..."

Ele parte do princípio errôneo e deturpado de que eu estaria para fazer zombaria da Claude, ou da Socorro ou da Edilma.

Longe de mim tal intenção. A Arte é soberana e jamais se renderá aos caprichos da vaidade desvairada feminina.

Compreendi através desse episódio, que a amizade de uma mulher só dura até o momento em que a sua própria e INFINITA vaidade não é ferida, e que:

"A melhor amiga de uma mulher, sempre será a sua própria vaidade. Por isso, ela eliminará todos os grandes valores da alma."

E já que estamos a discutir verdades, lhes digo uma coisa: A maioria das mulheres vive num mundo irreal, de farsas e conceitos distorcidos de sua própria beleza estética, achando-se princesas após os 60 anos, pensando que ainda possuem a beleza dos 16. Até o dia em que alguém se lhes mostra um ESPELHO, o maior inimigo da vaidade feminina.

Vê-se que é problemático quando se mostra a realidade das coisas. Vê-se o quão é difícil ser amigo de alguém que é mais amigo do seu próprio ego e da vaidade do que das pessoas reais.

Eu não uso farsa. Eu não preciso de subterfúgios. Não preciso inventar, maquiar, denegrir nem exaltar alguém. Quisera fotografar a alma. E quantas almas PODRES eu iria fotografar. Talvez mais que corpos. O artista não está interessado em conceitos estéticos puramente humanos.

Nunca foi intenção minha denegrir a imagem de quem quer que fosse. Já não tenho esse problema com as minhas Garotas do Blog do Crato. Nunca tive.

Portanto, antes que a MENTIRA e a INVERDADE povoe as mentes de alguns, pela repetição da mentira dita infinitas vezes, é que trago mais essa mensagem.

Nos últimos dias tenho vivido um verdadeiro inferno interior. Mas um inferno de decepção com pessoas que sonhei terem almas. Não muito diferente do que tenho esperado do resto da humanidade, pois dela, nada espero, e minhas concepções acerca do Ser Humano, de maneira geral, não leva em consideração que a maioria ainda não passou da mentalidade do Neanderthal, mas difícil foi aceitar mais essa verdade terrível de que quando a vaidade está em jogo, rompem-se até as maiores amizades, e que a fragilidade e a infantilidade de ALGUMAS mulheres é tanta, que não podem suportar o pêso da própria idade, olhar-se no espelho e ver que temos infinitas belezas interiores, e só os mais rudes é que se prendem ao frágil esqueleto exterior, que nada denota, nada serve, e que a alma é incorpórea. Ela habita os homens naquilo que o espelho não revela. Mácula alguma do corpo recai sobre a mente, pois nada há que entre pelo corpo que o possa contaminar.

Mas precisamente, os maus desígnios, o pecado-mor, a vaidade, com seu parente Egoístico, isso macula até o espírito para sempre.

Ah!, como tenho arrependimento de muitas coisas!

Arreendo-me de tê-las fotografado.
Arrependo-me de tê-las acompanhado.
Arrependo-me mais profundamente, de ter acreditado um dia na humanidade enquanto corpos físicos. Pobres! Não têm culpa. Como seres humanos, são eternas crianças engolindo bois e engasgando com mosquitos.

Ainda procuro como Diógenes e sua lanterna em pleno dia, alguém de bom-senso que se ASSUMA inteiramente, a mais difícil propriedade do Ser humano.

Tenho encontrado muitos esqueletos e gente feia nos mais belos corpos. Seres Humanos belos, entretanto, são como agulhas num palheiro.

Haverá algum JUSTO ?
Ou teremos que ir à exaustão da mentira pela repetição e exposição de uma imagem infiel que só existe na imaginação de alguns ?

Dihelson Mendonça

Dihelson Mendonça disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dihelson Mendonça disse...

"Ainda não vi ninguém que ame a virtude tanto quanto ama a beleza do corpo."

Confúcio

Ou seja, estou profundamente decepcionado com todo esse espetáculo homérico de aparências, tradicionalismo e vaidades...

Dihelson Mendonça