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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ex-secretária da RF revela que Dilma solicitou agilização na devassa contra filho de Sarney

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a ex-secretária da Receita, Lina Vieira
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom e Marcello Casal JR/Agência Brasil

A ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, reafirmou nesta terça-feira, 11, que teve um encontro com a ministra Dilma Rousseff, no qual a chefe da Casa Civil teria feito um pedido para agilizar a investigação sobre o filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

A revelação foi publicada inicialmente no jornal Folha de S.Paulo do último dia 9, segundo o qual Lina afirma que teve o encontro com Dilma. Esse encontro, segundo o jornal, foi apenas entre as duas, no gabinete da ministra, no final de 2008, após determinação judicial para reforçar a fiscalização das empresas de Sarney. Lina disse que estava no processo de eleição do Senado, e que entendeu que era para encerrar a fiscalização. "Acho que não queriam problema com Sarney", disse ao jornal.

Nesta terça, em Mossoró (RN), a ministra Dilma voltou a negar ter feito o pedido e negou ter tido o encontro a sós. "Eu não tive essa discussão com a ex-secretária da Receita, Lina Vieira. (...) Tive reuniões com pessoas presentes, nunca foi sobre esse assunto, e sinto muito que a secretária da receita tenha ido a público dizer isso", declarou.

Lina disse estar triste com os desmentidos sobre o encontro. “Eu estou muito triste por que nada disso deveria estar acontecendo. Se a ministra tivesse dito a verdade, que houve esse encontro, eu não acho nada demais nesse encontro.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a ministra na segunda-feira,10, durante reunião da Unasul no Equador, e afirmou que o encontro entre as duas era uma fantasia.

Lina disse nesta terça, 11, acreditar que, em particular, a ministra confirmaria ao presidente a conversa. “Tudo o que eu disse foi verdade, o encontro ocorreu, eu acho que ele estava em Quito, não teve oportunidade de conversar com a ministra, certamente em particular a ministra irá confirmar que teve esse encontro comigo.”

A ex-secretária disse que houve testemunhas do encontro. “O encontro efetivamente aconteceu, tem o pessoal da Receita, o motorista que me levou, do prédio do Palácio do Planalto, tem a minha chefe de gabinete, a própria chefe de gabinete da ministra esteve na minha sala para agendar essa reunião, então, os fatos existem, efetivamente aconteceu e eu não vejo nada demais nessa conversa que a ministra teve.”

Dilma destacou que não havia provas da reunião. “A gente não afirma, a gente prova, então, as agendas são oficiais. (...) Havia uma agenda que tava na mala. Estranho que as agendas, elas estão geralmente nos meios normais, eletrônicos. E agora não tem agenda nenhuma. Não tá na mala. A agenda, ela não existiu, ela é sigilosa.”

Fonte: G1

3 comentários:

Armando Rafael disse...

Dilma nega o encontro? hummm...
Mas a ex-secretária da Receita Federal (que caiu porque mandou abrir processo sobre a sonegação da Petrobras) não é tida como uma pessoa íntegra e de credibilidade?
Essa Dilma Vana...

Como dizia Lao Tsé:
"A alma não tem segredo que o comportamento não revele".

Ou então este provérbio árabe:
"Mesmo a melhor cobras é uma cobra".

Anônimo disse...

Mais uma mentira da Dilma.

Dilma Rousseff e a mentira se encontraram de novo. Como se sabe, elas têm uma sina juntas. Na ditadura e na democracia.

A ministra-chefe da Casa Civil, que Lula inventou como gerentona e o Brasil acreditou (o Brasil acredita em Lula), mentiu sob tortura para salvar seus companheiros. Um gesto nobre, pelo qual ela tomou gosto.

A mãe do PAC (esse menino anda sumido) declarou, sem ninguém a torturá-la, que o governo a que serve investiu 504 bilhões de reais na aceleração do crescimento. É mentira, claro, mas colou e ela foi em frente.
É. A Dilma aos poucos vai ficando conhecida como o Pinóquio do atual governo.

Armando Rafael disse...

Do Blog de Reinaldo Azevedo:

E agora, Dilma? Chefe de gabinete da Receita confirma declaração de Lina
quinta-feira, 13 de agosto de 2009 | 5:51
Por Leonardo Souza e Andreza Matais:

A chefe de gabinete do secretário da Receita Federal, Iraneth Dias Weiler, deu ontem depoimento à Folha em que corroborou detalhes das declarações que a ex-secretária Lina Maria Vieira faz sobre encontro que teria tido com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Em entrevista à Folha no domingo, Lina disse que, no final do ano passado, foi chamada para uma reunião reservada com Dilma no Planalto. No encontro, segundo Lina, a ministra pediu para acelerar a auditoria que, por decisão da Justiça, o fisco faz nas empresas da família de José Sarney (PMDB-AP), dirigidas pelo filho mais velho do senador, Fernando.
Dilma afirma que jamais esteve a sós com Lina, que não houve reunião no Planalto e que não fez pedido nenhum. Desafiou a ex-secretária a provar o que havia afirmado.
Funcionária de carreira da Receita, Iraneth confirmou que Erenice Guerra, secretária-executiva da Casa Civil, foi ao gabinete de Lina no final do ano passado. “Ela entrou pela porta do corredor, não passou pelas secretárias. Não foi uma coisa que constava da agenda.”
Segundo Iraneth, Lina falou com ela sobre o convite do Planalto logo após a visita de Erenice e disse “que teria um encontro reservado no Planalto”.
Até o fechamento desta edição, a Casa Civil não comentou a participação de Erenice no episódio. Anteontem, o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, disse: “A Erenice me garantiu que jamais foi ter essa conversa com Lina”.
Iraneth trabalha na direção da Receita desde setembro. Continua na gestão do secretário interino Otacílio Cartaxo.
A servidora afirmou que não se lembra da data da visita de Erenice. Disse que reuniões inesperadas, embora frequentes, não são registradas na agenda oficial do órgão.
Iraneth, no entanto, se recorda de detalhes do encontro. Contou que estava com Lina no gabinete quando Erenice apareceu. Uma integrante da equipe de segurança havia avisado pelo interfone da visita.
Iraneth disse que abriu a porta para Erenice e deixou a sala, “como sempre faço nesse tipo de conversa”. “Eu confirmo que ela [Erenice] esteve aqui e que a secretária falou que iria ao Palácio.”