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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Juazeiro vai ter novo museu – postado por Armando Lopes Rafael


Fonte: Jornal do Cariri Online
Museu vai destacar ações pastorais de Monsenhor Murilo

A Casa Paroquial que por quase 50 anos foi moradia oficial do Monsenhor Murilo de Sá Barreto, localizada na Rua Padre Cícero, ao lado da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores, começa a ser desocupada para dar lugar ao Museu em sua homenagem, que ocupará cinco cômodos situados na parte da frente do imóvel. Nos últimos quatro anos, o imóvel foi utilizado pelo padre Paulo Lemos Pereira e outros sacerdotes, que se mudaram para a casa onde o Padre Cícero assinou o Pacto com os Coronéis (localizada na mesma rua) e é considerada por muitos, a primeira “prefeitura de Juazeiro do Norte”.

Essa desocupação é o primeiro passo neste sentido. A idéia de transformar a casa paroquial em Museu Monsenhor Murilo partiu do nosso bispo Dom Fernando Panico e de outros amigos. De imediato, nós apoiamos e já estamos trabalhando neste sentido”, disse padre Paulo Lemos, destacando que o museu vai reunir fotos, objetos pessoais, vida pastoral, dedicação aos romeiros e tudo aquilo que representou a trajetória evangelizadora do vigário do Nordeste. “A história de Juazeiro começa com a religião, através da devoção a Nossa Senhora das Dores. Queremos que seja um museu bastante amplo”, frisou padre Lemos, apelando para que as famílias tradicionais de Juazeiro, que possuem objetos relacionados aos vigários anteriores ao padre Cícero e Monsenhor Murilo, colaborem fazendo doações ao museu. “Posteriormente, faremos o recolhimento de todo o material que vai compor o acervo do museu”, disse padre Paulo.
Outras figuras importantes da história religiosa de Juazeiro como a Beata Maria de Araújo, que através de suas ações contribuíram para o fortalecimento da religiosidade popular em Juazeiro, também serão destacadas.
Nos próximos dias terá início uma campanha junto aos amigos de Monsenhor Murilo e da paróquia de Nossa Senhora das Dores, para que possam ajudar na execução da obra. “Eu acredito que o museu será uma obra em benefício de toda a população de Juazeiro do Norte”, observou.
O administrador paroquial da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores informou que vários pesquisadores como Daniel Walker, Renato Casimiro, Renato Dantas, Irmã Annete Dumoulin, além do próprio bispo Dom Fernando Panico, estão engajados nesse trabalho.

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Meu comentário:
Felizmente Juazeiro do Norte sabe ser grata aos seus pastores.
Dom José Tupinambá da Frota foi o primeiro bispo de Sobral. Governou aquela diocese de 1916 a 1959. Por 43 anos. Ele foi o maior benfeitor de Sobral e de toda região norte do Ceará. Tudo que existe de relevante em Sobral nas áreas de educação, saúde, comunicação, etc. se deve a dom José Tupinambá. Corre uma lenda que o bispo trazia melhoramentos para aquela cidade, mas certos seguimentos da elite (sempre existem os anticlericais que só sabem bisbilhotar) que era mal agradecida e falava mal do bispo.
Qualquer semelhança com a Cidade de Frei Carlos não é mera coincidência...
Dizem que antes de morrer dom José teria dito:
– Deixa está. Sobral vai estagnar por cerca de 30 anos e aí vão se lembrar de mim...
Não deu outra. De 1960 até 1990, Sobral cresceu de forma lenta para o potencial da cidade. Mas em 1990 Ciro Gomes foi eleito governador do Ceará e – de lá pra cá – a história de Sobral é outra.
Diferente de Crato onde seu maior benfeitor, dom Vicente de Paulo Araújo Matos foi (e continua sendo) um injustiçado e esquecido. Sequer tem seu nome numa rua. Será que estamos vivendo a “maldição” que Sobral viveu por 30 anos por conta da ingratidão para com dom Vicente?


3 comentários:

Armando Rafael disse...

Por falar em dom José Tupinambá da Frota, as duas “historinhas” abaixo foram escritas num livro do jornalista Lustosa da Costa:

1
Dom José exigia muito respeito às formalidades. Quando em visita à Secretaria do Interior e Justiça, ainda sob a ditadura, D. José foi cumprimentado com um aperto de mão pelo porteiro ou contínuo Fialho. Não gostou e, empurrando-o levemente, ordenou: “Ajoelha, cabra”. É que, naquele tempo, a gente se ajoelhava para beijar a mão do bispo. E D. José não dispensava tal tipo de homenagem.


2
O padre Tiburcio Gonçalves de Paula,que morou em sua companhia do “palácio do bispo” testemunhou cena que bem define sua preocupação com a hierarquia:

Certa feita, um sertanejo assim o abordou:

“Senhor bispo!”
“Suba mais”
“Vossa Reverendíssima”
“Suba mais”, ordenou dom José.
“Vossa Excelência Reverendíssima”

O antístite ficou, enfim, satisfeito:

“Assim é que se trata um bispo

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

O Pe. Murilo é merecedor que se cultive sua memória que se confunde com a memória de todos os romeiros.
Armando, existe também um projeto para transformar o Palacio Epicopal do Crato em Museu?

Armando Rafael disse...

Existe sim, Salatiel.
Seria o Museu de Arte Sacra Diocesano.