TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 5 de junho de 2010

Uma festa e um empreendimento


Eu tinha feito um comentário na postagem do José do Vale sobre a Expocrato. Decidi ampliá-lo e fazer como postagem. Sem dúvida, a Expocrato é um importante acontecimento do estado do Ceará. Inegável o seu apelo junto à população, a tradição que se configurou, o efeito simbólico e o orgulho dos cratenses com o que talvez seja sua maior festa não religiosa. No entanto, há toda uma discussão sobre os eventos artísticos e culturais (stricto sensu) e a qualidade dos shows, o preço dos ingressos, as oportunidades para os artistas locais e regionais etc.   

Qual é o cerne da questão nessa área? Na minha opinião é que ela tem um dono, ou alguns donos.  Foram feitos contratos. E o que a população em geral acha dos contratos e da legalidade capitalista? 

A questão central é estarmos falando de um negócio. A Expocrato é um negócio. E os arrendatários do espaço fazem como desejam, desde que não desrespeitem a lei. Ilegalidade não há. O que pode haver é ilegitimidade, ou será que não? 

Na lógica do capital não há democracia. Quem põe o capital quer lucro. É assim que funciona. E os "consumidores" são "livres" para consumirem ou não. Eis a contradição, ironia e sarcasmo do negócio capitalista. As formas de resistência são bem vindas, mas são apenas pequenos óbices que não alteram a "essência" do negócio. Tanto é que muitos que reclamam, apenas o fazem pela exclusão, se participassem, não reclamariam. Outros reclamam, agem e querem a mudança, mas sabem que passa por um outro tipo de evento, não o do "agronegócio", do ""showbusiness".

2 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Darlan está claro o que você diz. Quando falou de incluidos e excluidos do negócio, bem falou da fragilidades da queixa. Mas o cerne da contradição é o excluido,todos, do mais imediato ao mais mediato como a falta de elementos da cultura local. Não existe uma lógica de contradição que não passe inicialmente por aquela política e depois vai ampliando até que se torne em algo que nega o negócio como está sendo jogado. A primeira lógica é mudar o modo de jogar e este pessoal aí nem legitimidade ou até mesmom legalidade tem plena. Ninguém controla mesmo nada ou a sociedade sabe exatamente como os mecanismos funcionam. Aliás a URCA poderia dar uma grande contribuição com tesas e monografias estudando esta cadeia de decisões por trás da Expocrato.

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...
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