“O ugarítico era uma língua semítica escrita em alfabeto cuneiforme com 27 consoantes e três vogais. Os escritos encontrados foram importantes para estudiosos do Velho Testamento, por auxiliar a clarificar textos hebraicos e revelar como o judaísmo utilizava frases comuns, expressões literárias e frases empregadas pelas culturas gentis que o cercavam.” - Norte-americanos decifram língua extinta com novo programa de computador.
Eis uma grande notícia sobre lingüística computacional, quando sistemas de inteligência artificial se aperfeiçoam cada vez mais no papel de tradução entre línguas (ou decifração de línguas mortas – tanto faz). A notícia é que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts e da Universidade do Sul da Califórnia desenvolveram um programa com alto nível de acerto em tradução. As potencialidades do sistema são: a) fazer a correlação entre duas línguas; b) relacionar alfabetos de línguas diferentes; c) identificar cognatos entre línguas (palavras com raízes comuns); d) por modelo probabilístico mapear radicais semelhantes, sufixos, prefixos, entre outras relações entre palavras de duas línguas.
O desenvolvimento desta linha científica e técnica transformará o mundo numa velocidade ainda maior. No futuro, não muito distante, estaremos lendo textos incrivelmente inacessíveis, em línguas mortas feito o grego clássico e latim ou línguas exóticas como o tibetano, ampliando enormemente a nossa capacidade própria de tomar conhecimento. Em outras palavras cada vez mais se afunila aquilo que o pessoal da comunicação chama de comunicação “horizontal”. Agora a “bidirecionalidade” não ocorrerá apenas entre pessoas vivas, mas entre nós e Platão, com o texto que ele escreveu sem a intermediação ou a verticalidade do tradutor humano.
Um dos resultados, a meu ver, será refazer o final da frase que pintei em negrito no primeiro parágrafo que reproduzi da notícia. Pelo texto existe um “núcleo esclarecido”, duradouro e que não se desviou do seu rumo, que seria o judaísmo, o qual foi agregando pequenas contribuições do gentílicos o que circundavam. É bem provável que você, aí no futuro e me lê ainda tão distante no tempo, já tenha refeito o período.
O judaísmo foi para o meu momento histórico o resultado de um texto escrito e que se materializou em minhas mãos como objeto de leitura. Por isso sempre tive que pensar a sua formação a partir dele. Não vi que ele, na verdade, apenas se tornou o que li com o tempo, sendo construído pelos semitas, todos, sem periferia ou centro, num longo processo que é a contribuição daquelas culturas à história do meu tempo.
Quando esta verticalidade hierárquica que nos cega nos dias de agora cessar, veremos que a humanidade continua a busca de teimas com o cosmo. Não sendo apenas uma mera reatividade dele (o cosmo), mas um sutil e contributivo rearranjo circunstancial nosso em face de suas intempéries (para nós, para o cosmo é curso normal). E quanto mais de intempéries compreendermos, mas teremos a capacidade de temperar, misturar incongruências na superfície para acalmar o piso em profundidade.
Eis uma grande notícia sobre lingüística computacional, quando sistemas de inteligência artificial se aperfeiçoam cada vez mais no papel de tradução entre línguas (ou decifração de línguas mortas – tanto faz). A notícia é que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts e da Universidade do Sul da Califórnia desenvolveram um programa com alto nível de acerto em tradução. As potencialidades do sistema são: a) fazer a correlação entre duas línguas; b) relacionar alfabetos de línguas diferentes; c) identificar cognatos entre línguas (palavras com raízes comuns); d) por modelo probabilístico mapear radicais semelhantes, sufixos, prefixos, entre outras relações entre palavras de duas línguas.
O desenvolvimento desta linha científica e técnica transformará o mundo numa velocidade ainda maior. No futuro, não muito distante, estaremos lendo textos incrivelmente inacessíveis, em línguas mortas feito o grego clássico e latim ou línguas exóticas como o tibetano, ampliando enormemente a nossa capacidade própria de tomar conhecimento. Em outras palavras cada vez mais se afunila aquilo que o pessoal da comunicação chama de comunicação “horizontal”. Agora a “bidirecionalidade” não ocorrerá apenas entre pessoas vivas, mas entre nós e Platão, com o texto que ele escreveu sem a intermediação ou a verticalidade do tradutor humano.
Um dos resultados, a meu ver, será refazer o final da frase que pintei em negrito no primeiro parágrafo que reproduzi da notícia. Pelo texto existe um “núcleo esclarecido”, duradouro e que não se desviou do seu rumo, que seria o judaísmo, o qual foi agregando pequenas contribuições do gentílicos o que circundavam. É bem provável que você, aí no futuro e me lê ainda tão distante no tempo, já tenha refeito o período.
O judaísmo foi para o meu momento histórico o resultado de um texto escrito e que se materializou em minhas mãos como objeto de leitura. Por isso sempre tive que pensar a sua formação a partir dele. Não vi que ele, na verdade, apenas se tornou o que li com o tempo, sendo construído pelos semitas, todos, sem periferia ou centro, num longo processo que é a contribuição daquelas culturas à história do meu tempo.
Quando esta verticalidade hierárquica que nos cega nos dias de agora cessar, veremos que a humanidade continua a busca de teimas com o cosmo. Não sendo apenas uma mera reatividade dele (o cosmo), mas um sutil e contributivo rearranjo circunstancial nosso em face de suas intempéries (para nós, para o cosmo é curso normal). E quanto mais de intempéries compreendermos, mas teremos a capacidade de temperar, misturar incongruências na superfície para acalmar o piso em profundidade.
4 comentários:
será finalmente concretizado o sonho de uma BABEL?
Lupin,
Depende do ângulo que se leia a respeito da Torre. Se tratarmos do encontro de todas as culturas, acho que é por aí. Mas se for a confusão que os judeus entenderam como vingança pela ousadia da própria construção, acho que não.
zé,minha ideia da BABEL de línguas é o congraçamento das culturas.
zé, vejo a BABEL como um congraçamento de culturas.
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