TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Viagem à Mauridérnia (a chegada)
(clik no vídeo e leia o texto abaixo)
Por volta do meio da tarde chegamos em Mauridérnia, antiga Mauriti, segundo Geraldo Urano. Fomos direto para o Hotel Frei Damião, conforme nosso contato tinha nos orientado por telefone, no momento da confirmação do convite. Jackeline foi para a casa da avó, que ficava do outro lado da rua (acho que tinha uma praça no meio). Deixamos a bagagem, fomos até a casa da vó de Jackeline e em seguida, em menos de quinze minutos, estávamos, os três, sentados no primeiro bar que encontramos, na esquina do quadrilátero onde ficava o hotel e a casa da vó de Jackie.
Não tínhamos um tostão, mas estávamos confiantes que iríamos vender um bocado de livros à noite e que dinheiro, no momento, não seria nenhum entrave para molharmos a garganta.
No entanto, antes de fazemos o pedido, orientei Geraldo a explicar ao dono do bar que estávamos sem dinheiro e que gostaríamos de tomar umas cervejas, mas que o pagaríamos logo após o lançamento do livro.
Geraldo concordou. Chamou o dono do bar e emendou: uma dose de Ypioca, uma cerveja Brahma, dez balas Pepper e dez cigarros Belmonte!
Fiquei preocupado. Ponderei para cancelarmos o pedido, mas Geraldo, cheio de confiança, disse: tá tudo certo! E não parou aí, foi pedindo doses e mais doses de cachaça, uma cerveja atrás da outra. Por fim, já se aproximando a hora do lançamento, pedimos a conta. Geraldo, então, provou que seu feeling, mais uma vez, estava certo. Primeiro disse que era poeta, que eu e Jackie éramos atores e que estávamos ali para lançar seu livro de poesia na abertura da Semana Universitária.
O dono do bar, que tinha ouvido, interessado, parte da nossa animada, esdrúxula e etílica conversa, e tendo, inclusive, se imiscuído nela, mostrou-se muito solícito.
Geraldo, então, o presenteou com um livro e uma original dedicatória: para o caboclo cibernético de Mauridérnia! Depois mandou pendurar a conta e disse que mais tarde voltaríamos para pagar e beber mais.
Sem problemas. O "caboclo cibernético", totalmente hipnotizado com o que via, lia e ouvia, concordou sem pestanejar.
COMENTÁRIO ABERTO:
(como administrador da CaririCult tomei a liberdade de postar o comentário da Socorro Moreira sobre a "Viagem a Mauridérnia - LCSalatiel)
"Já conheço os passos dessa estrada..." Pois era lá que eu morava...justo nesta época! Os dois( Rafael e Geraldo) , foram bater lá em casa, numa hora que nem lembro...Pareciam descomprometidos com qualquer missão...Estavam ébrios de vida: música e poesia.Acho que fecharam a conta no Hotel São Damião, e se aninharam , no meu alpendre, onde rêdes e ventos, acolhiam sonhos e gente!
Os dois se intimidaram na minha presença...Disseram pouco...Não ouvi nenhuma loa, que expressasse o momento...Mas, a vontade que senti foi de adotá-los...Pena, que já eram filhos das mães...Uma delas, uma prima queridíssima por mim: Erice! Eita que saudades de Erice! Era doce de poesia!Um café com creme- a bruxinha mais querida do mundo!Imagina, se eu ia perder a oportunidade de adoçar a boca de Geraldo? E o Rafael ganhou a sobra de toda minha querência.Por isso talvez, esse menino(Rafael)...ainda seja o menino, que nunca achei que cresceu! Crescer é deixar de ser criança...Crescer é perder...a ingênua beleza da infância!
E é por tudo isso que a relação estre nós...sempre foi assim, meia tribal! Índios da tribo Cariri...com direito a Pajé, a Tupã, a Cacique, com todos os aparatos,cores,apitos,flechas, arcos e curare!Corações marcados e tatuados com o veneno benígno da boa camaradagem
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4 comentários:
Algum anos se passaram
e... O Dono do bar botou num leilão o livro do Geraldo e sua dedicatória uraniana e ganhou alguns "milhões de dólares" (que final feliz!!!)
Valeu Rafa!
Tô gostando de ler a continuação dessa Viagem à Mauridérnia...
Tem mais "estórias" dessas aí, manda ver, Rafa!
Ah, cara, e se cadastra no Blog do Crato também, já te mandei uns 2 convites pra teu e-mail...
Falow!
cara, eu preciso dar um pulo aí. ou lá, na Mauridérmia...
Um duplo agradecimento:
A Salatiel que colocou a trilha sonora ideal para a leitura desta desprentenciosa croniqueta. E
à Socorro Moreira, pelo belo comentário.
De fato, Socorro morava em Mauriti (desculpe, Mauridérnia) na época e ela nos socorreu, não somente com os seu alpendre e suas mágicas comidas (providenciais alimentos), mas também nos tirou de uma enrascada em que nos metemos. Mas esse fato será contado nos próximos capítulos de "Viagem à Mauridérnia".
Aguardem.
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