No dia seguinte, perto das nove horas, carregando uma caixa de livro, fomos falar com Socorro Moreira, gerente da agência local do Banco do Brasil e prima de Geraldo.
Socorro nos recebeu com elegância e alegria. Bebemos um café e eu expliquei que queríamos sua autorização para vender o livro aos funcionários do banco. Socorro não só permitiu como nos acompanhou, recomendando a compra do livro. Resultado: vendemos uns vintes exemplares X Cz$ 10,00 = Cz$ 200,00. E mais: ela se propôs a ir conosco na agência do Banco do Estado do Ceará (BEC). Mais uns Cz$ 100,00 apurados. Total: 300,00 cruzados em menos de meia hora. Foi melhor do que imaginava.
Nossa primeira ação, depois de “estribados”, foi pagar a conta pendurada no bar do “caboclo cibernético”.
Decidimos permanecer em Mauridérnia, pois à noite, na Semana Universitária, João Neto, irmão de Jackeline, iria ser atração do dia com seu show de mímica. Como era cedo, decidimos fazer um périplo pela cidade, de bar em bar, até a hora da apresentação de João Neto. Depois, fomos para um bar e lá encontramos uma pessoa, de meia-idade, cabelos agalegados, cobrindo as orelhas. Usava chapéu Panamá e camisa aberta até o peito. Tinha um fusca bege. Bebemos juntos e ele propôs esticarmos até a churrascaria do Posto Papai Noel, que fica na entrada de Mauridérnia, na BR 116. Fomos. E bebermos no balcão, que estava lotado de caminhoneiros. Jackie era a única embarcação feminina no meio daquele mar revolto de machos à deriva. Mas, como no outro dia iríamos saber, não percebemos um caminhoneiro, desconfiando que Jackie era uma fugitiva ou desaparecida procurada desesperadamente pela família,- ligar para o número anunciado num panfleto “procura-se”, fazendo três pessoas saírem naquela mesma madrugada de Petrolina para Mauridérnia, esperançosas de encontrar o ente sumido.
3 comentários:
e eu aqui, só sacando e acompanhando. espero o restante.
Rafa,
Lembra da onda de Geraldo (em alfa) tomando banho num tanque de um sítio de Mauridérnia! Todo mundo cuidando dele prá que não se acidentasse.
Lembro do show de mímica...Neto era muito bom! Ainda hoje sinto falta da sua arte...(Prefiro a mímica ao humor...).Contou com uma participação especial de Jackeline... dublando a música:" Papai, me empreste o carro..." .Achei fantástico.Foi aplaudidíssima!
Tentei acompanhar a overdose poética dos meninos...Quando entrava em contato com Geraldo, ele sorria meio debochado, (sempre em Alfa, Beta,ômega) e dizia: E aí? Você também é de Antares?
Entrava na lombra, sem ter sorvido, uma gôta de vinho...Papo louquíssimo.Os meninos me olhavam, e diziam: Socorro é chapada por natureza! Tinha que ser, prima de Geraldo! Mas a loucura do artista é tão linda, tão linda...e sofrida!
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