TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 16 de setembro de 2007

Blog Poem


Cogito

eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível

eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora

eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim

eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim.



Torquato Neto

3 comentários:

Carlos Rafael Dias disse...

Belo poema, Zé, de um dos grandes poetas e letrista da cultura tropicalista tupiniquim. Nordestino do Piauí, TN, é a essência da poesia marginal gerada na contracultura dos loucos anos 60.
Viva Torquato, um poeta que desfolha a bandeira e inicia a manhã tropical brasileira.

socorro moreira disse...

Eu amo Torquato Neto!

"Adeus
vou pra não voltar
e onde quer que eu vá
sei que vou sozinho
tão sozinho amor
nem é bom pensar
que eu não volto mais
desse meu caminho
ah... pena eu não saber
como te contar
que o amor foi tanto
e no entanto eu queria dizer
vem
eu só sei dizer, vem....
nem que seja só...
PRA DIZER ADEUS!"

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Vi no Rio - MAM - a exposição "Tropicália" e Torquato é um dos seus mais belos personagens/criador. A gente,que desse cantinho caririense ainda pegou um "flash" do movimento, se arrepia todo com a pura beleza transgressora dos trapicalistas. De certo modo, o nosso comportamento, as nossas sintonias, as escolhas que fizemos, foram influenciadas muito mais por "eles" do que pelos diretores do Colégio Diocesano ou Santa Teresa.