TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Fhátima Santos encanta a platéia em show percorrendo toda a história da Música Popular Brasileira !!



Em shows extremamente úteis às novas gerações, que não tiveram acesso à música dos grandes mestres da MPB, tais como Pixinguinha, Nelson cavaquinho, Tom Jobim e tantos outros que fizeram a história dessa arte, a cantora alagoana Fhátima Santos vem ao cariri, em shows performáticos, onde resgata brilhantemente todo o glamour da Música Popular Brasileira de todos os tempos.

Ontem, dia 25 de outubro aconteceu no SESC Crato um dos grandes shows do ano de 2007. Trata-se do show da cantora Fhátima Santos, verdadeiro baluarte da música Brasileira. Foi um show simplesmente arrebatador, onde a platéia vibrou do início ao final apoteótico com o extraordinário talento da cantora e do seu grande violonista. No show, Fhátima Santos faz uma espécie de retrospectiva do que de melhor existiu e existe dentro da Música Popular Brasileira.

Sob o título de "Eu, Vocês e a Música", Fhátima Santos, acompanhada pelo exímio violonista Eduardo Menezes, de pouco mais de 20 anos de idade, Fhátima encantou a platéia, com seu enorme carisma e vozeirão, percorrendo praticamente toda a história da música popular Brasileira, desde o Lundu, passando por ritmos como o Samba, o Frevo, a Bossanova, o Samba-Canção, e até a música brega com nova roupagem. Tudo isso com caráter extremamente didático, explicando previamente cada peça musical que se seguiria.

De cada ritmo abordado, as canções mais representativas daquele período eram tocadas e cantadas, e o público invariavelmente cantou junto. Sucessos de cartola, de Ary Barroso, de Tom Jobim e muitos outros foram tocados com nova roupagem, muito bem arranjadas, e a cada música, eram lidos textos informativos e conversas com o público, num estilo muito descontraído. Diversos artistas da região estiveram presentes no show. Registramos as presenças de Abidoral jamacaru, Pachelly Jamacaru, João do Crato, baterista Demontier DelaMone, que se confessa fã de carteirinha da cantora, além de Dihelson Mendonça, que fez 2 participações no show.


Hoje, sexta-feira dia 26, às 19:30, Fhátima Santos se apresenta novamente no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Juazeiro do Norte. Para quem perdeu esse show espetacular, esta será uma grande oportunidade para viajar no som da autêntica Música Popular Brasileira, interpretada por uma das vozes mais ecléticas da MPB. Estejam por lá, pois definitivamente, vale a pena conferir. É imperdível !!




Reportagem e Fotos:
Dihelson Mendonça

5 comentários:

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Estive no show e, por motivos alheios a minha vontade, tive que sair na terceira música. No folder, vi o repertório e faço uma observação pertinente: Por que num repertório tão extenso (25 músicas) nenhuma é de compositor caririense? Somos tão feios assim?

Pachelly Jamacaru disse...

Dihelson, um show... de fotos bem capturadas!
A figura é uma figura, como profissional e pessoa deva ser, mas em particular, o repertório parece nos arrastar ao pretérito do passado! Carioquices didáticas! Para quem está famélico de novidades, o show deixa a esperar!
Se a artísta tem potencial tem, ninguém discute! Mas, imagino todo aquele vozeirão e a expansividade que ela tem, cantando atualidades, seria um super show!
Adorei as fotos, belas sacadas!

Dihelson Mendonça disse...

Bem, Salatiel,

A resposta a essa sua perguntsa é bastante óbvia. A proposta do show é como expliquei na matéria, não sei se vc leu, fazer um apanhado de todas as principais composições dos estilos musicais desde o início da Música Popular Brasileira, lá do Lundu, passando pela valsa, passando pelo Samba, etc... músicas que marcaram a história da Música Popular Brasileira, sucessos consagrados.

Que eu saiba, nenhum artista caririense fez qualquer música de sucesso para a música popular brasileira tais como "Carinhoso", "Chega de Saudade" e "Rosa" de pixinguinha.

O projeto é um resgate às raízes da Música Brasileira.

Creio que quando for um projeto de músicas de compositores cearenses, ela deverá interpretar compositores do cariri e também de Fortaleza ( que também não teve nenhum ).

Tudo é uma proposta que se submete para o BNB.

Creio que se o Amigo Salatiel enviar uma proposta de resgate do TANGO de GARDEL para se apresentar no BNB, certamente que não haverá nenhuma música de caririenses também.

Mas a Fhátima vai ler esses comentários, eu passei o endereço dos blogs pra ela, e ela vai poder te responder melhor.

Abraços,

Dihelson Mendonça
pachelly, obrigado pelos elogios, mas eu não gostei muito das fotos, tava realmente difícil fazer açi qualquer coisa de mais criativo.
No segundo dia, na sexta-feira, eu fui para o BNB e lá fiz fotos bemmmm melhores. Depois eu te mostro, mestre!


Um grande abraço.

Pachelly Jamacaru disse...

Não Dihelson, as fotos ficaram boas sim! Vc aplicou o que Cartier Bresson sempre pregou, a filosofia do instante decisivo! Sério mesmo, eu gostei das fotos!

Sem tomar as dores, mas, nenhum compositor brasileiro vai fazer sucesso de hoje em diante, enquanto os novos intérpretes vetores, alimentar o vício dos sons de basinhos noturnos! Não creio que seja o caso da Fátima, que como você bem disse, é parte de um projeto da história da MPB, mas sem deixa de frisar que a opção dos estilos de projetos, não são advindos daquela instiuição, são dos artístas mesmo! Anseio ver outro show dessa Diva, e olha, dizendo desde já, que não seja com repertórios de artístas do Cariri não, e porque não Alagoanos, os novos de sua tera natal, que ainda não conhecemos e que precisam de bons intérpretes para impusioná-los? Até quando Alagoas vai carregar o estigma Djavânico? Não há outras frutas nos quintais de Alagoas? E no Ceará, outras jandais não solfejam?
Tudo o que dissemos aqui, é querendo dar a nossa parcela de visão, sobre esta que pode se tornar uma bem sucedida intétrepe da Música brasileira, pois não!
Abraço a você e a Fátima.

Dihelson Mendonça disse...

Olá, Pachelly,

Aproveito para repassar a notícia que a Fhátima me passou:
Em breve, a Fhátima deverá realizar um projeto onde interpretará os compositores cearenses, pois ela me pediu informações, composições suas, que ela já conhece e admira, do seu disco com a Lia Chaves, de Abidoral Jamacaru, que na sua humildade característica de grande Ser Humano, diferentemente de muitos pomposudos daqui, foi até lá conhecê-la pessoalmente, e que eu falei pra ela, ela adorou o "Côco pra Azuleita e Asa branca" me pediu cópias, travaram amizade, e pediu sobre outros compositores da região do Cariri que fazem trabalhos interessantes.

Pelo que entendi, ela deseja fazer alguma temporada divulgando os compositores cearenses e nordestinos da modernidade, e está à cata de musicas ( poesia e letra ) de todos NÓS daqui do cariri para realizar o seu CD até porque não conhece o trabalho do pessoal daqui, visto que ela é de Alagoas e só conhece mais a turma de fortaleza, pois mora lá.

Ela está para gravar um CD e precisa de compositores, e, claro, não vai gravar gente de fora, porque suas raízes são eminentemente nordestinas. Por conta dessa conversa que ela teve com Abidoral, este ficou empolgado e na mesma hora, em atendimento ao pedido que ela lhe fêz, Abidoral me pediu lá mesmo no SESC que eu fizesse uma cópia dos trabalhos dele para enviar pra ela, a fim de que ela possa gravar as que simpatizar mais, com a roupagem dos arranjadores que trabalham com ela, gente aliás, muito competente, que trabalha com arranjos para Leny Andrade, Emílio Santiago, Gal Costa e Maria Betânia. O CD deve sair em breve. Ela está à cata de conhecer os trabalhos. Acho que é o momento de chegar junto, formar parcerias, sem orgulhos bestas que alguns daqui têm, por se considerarem DEUSES da música caririense ( lembro-me daquele episódio infeliz de um colega nosso no bar do Parque ) - Palpite Infeliz, lembra ??.

Afinal temos intérpretes e temos compositores. O papel do intérprete é só de interpretar a seu modo o trabalho que nós, compositores criamos diuturnamente. Nem é bom às vezes que o compositor interprete, como também não é bom que o intérprete componha ( claro que toda regra tem excessão ).

Mas ao ver minhas composições com a intérprete Anna Canário, como compositor, fiquei realizado, pois eles ( os intérpretes ) sabem dar VIDA, LÁGRIMAS à nossas peças, coisas que às vezes, nem nós mesmos que as compomos pensamos em quão grande potencial uma música singela possui, quando entregue na mão de um profissional da interpretação.

É por isso que temos os compositores e os intérpretes, esses últimos, gente que a exemplo de Anna Canário, Fhátima Santos, Leyla Pinheiro, e muitos outros espalhados pelo Brasil, tem o dom de encantar a platéia, doam suas lágrimas por nós, para dar vida e arte a obra de um compositor. Nisso reside seu papel, sua vida e sua função na música.

Fico muito feliz por termos intérpretes no Brasil do nível de Elis Regina, Emílio Santiago, Leny Andrade, e mesmo Fhátima Santos, para dar vida às músicas, coisa que os cantorezinhos da noite, tocadores de DJAVANÊS ( que ela abomina de tanto o pessoal tocar ), não fazem idéia do que seja fazer algo com a voz de diferente do que foi gravado no disquinho que comprou na loja.

Um grande abraço,

Dihelson Mendonça