Notícias de um cariri exilado na beira do velho chico
Tem gente vendendo criança aqui na cidade
No rádio, o pai da criança disse: - “recebi o dinheiro sim. Eu acho que era pra arrancar os órgão”. Renato russo canta – atemporal – “que país é esse?”
Tem gente invadindo prédio porque não tem terra
Tem gente invadindo cérebro com axé-bestialização-forró-eletric-music.
Tem médico matando doente
E doente mental no planalto brasiliano
Tem gente fumando maconha sintética, em seda de plástico, assistindo sessão da tarde
Tem o pai de um amigo meu que batizou o cachorro de “prefeito”
Tem gente mijando no rio, e jogando esgoto in natura, e gritando na ponte “não a transposição”.
Tem gente inteligente em silêncio
Tem muita gente burra falando...
Tem pescador sem peixe
Tem peixe morrendo por causa do agrotóxico da califórnia nordestina
Tem menina vendendo o priquito no posto de gasolina
Tem um tanto de filho da puta engravatado dizendo na televisão: - “estamos averiguando”.
Tem festa sempre
Tem morte sempre
Tem arte, tímida, acanhada
Implorando um olhar, uma lida na página, um aplauso...
Tem renato russo na minha memória. Gigante. Atemporal. “que merda de país é esse”...
Tem gente vendendo criança aqui na cidade
No rádio, o pai da criança disse: - “recebi o dinheiro sim. Eu acho que era pra arrancar os órgão”. Renato russo canta – atemporal – “que país é esse?”
Tem gente invadindo prédio porque não tem terra
Tem gente invadindo cérebro com axé-bestialização-forró-eletric-music.
Tem médico matando doente
E doente mental no planalto brasiliano
Tem gente fumando maconha sintética, em seda de plástico, assistindo sessão da tarde
Tem o pai de um amigo meu que batizou o cachorro de “prefeito”
Tem gente mijando no rio, e jogando esgoto in natura, e gritando na ponte “não a transposição”.
Tem gente inteligente em silêncio
Tem muita gente burra falando...
Tem pescador sem peixe
Tem peixe morrendo por causa do agrotóxico da califórnia nordestina
Tem menina vendendo o priquito no posto de gasolina
Tem um tanto de filho da puta engravatado dizendo na televisão: - “estamos averiguando”.
Tem festa sempre
Tem morte sempre
Tem arte, tímida, acanhada
Implorando um olhar, uma lida na página, um aplauso...
Tem renato russo na minha memória. Gigante. Atemporal. “que merda de país é esse”...
11 comentários:
Bem, meu caro Lupeu,
Infelizmente esse problema não é só nosso. A maioria dos ítens citados por você podem muito bem ser de qualquer país do terceiro mundo, e alguns podem até ser dos Estados Unidos mesmo.
Lá também tem muita merda naquele país. Dementes na Casa branca ? Prostituição ? Roubos ? Violência ? Crimes, Corrupção ?
Isso não é privilégio nosso não.
A última moda em Montreux foi "Aviões do Forró".
Talvez o certo seria:
-- Que porra de planeta é esse ?
Um grande abraço.
Velho Lupa...
Que legal. Tô percebendo uma certa guinada nos teus escritos. Não no conteúdo, pois a matéria-prima é a mesma. Mas na forma.
Tem gente que, nem como bicho é tratado!
Ainda bem:
A gente tem Lupeu em Petrolina!
Dihelson! Que estória é essa, cara? Montreux não era festival de Jazz? Lembro bem das erformances de Airto Moreira, Naná Vasconcelos e Flora Purim. O mundo tá de cabeça pra baixo ou estamos na contramão?
ainda que antiquado, meu voto é nulo. ainda que meio louco, muitas vezes silêncio. no mais, escrevo e leio. e fumo meus cigarros e brinco com meu filho.
dihelson, meu querido
sei das dores desse mundo
e também tenho um certo
"ódio new-rococó" aos staited´s
é que a dor meu querido
é mais profunda no noso sovaco.
ou seja: petrolina, juazeiro,crato e afins...
o planeta tá fodido sim.
mas vamos nessa, meter farinha no angú deles.
um grande abraço meu querido.
e a música de luana, como vai indo?
rafa-man
boa a sacada da guinada.
só os que "podem" sacaram.
hasta siempre.
corrinha, vamo levar a sério a brincadeira?
salatiel: o mundo tá fodido man.
mas nós temos cariri-cult, tudo fel, cozinha do cão, séquiço sacro, entre tantos outros.
vamo em frente meu querido.
guga cabeção
irmão de trincheira da arte.
filhos? são amelhor forma da gente mudar a merda do mundo.
Pois é, Salatiel,
Eu soube dessa barbárie sobre Montreux. Não sei te explicar se aconteceu nos palcos do festival, ou se nas áreas externas, sei que os gringos se ligaram e dançaram ao som dos "Aviões do forró", assim me contou um colega músico que lá esteve.
É a inversão de valores. os gringos não entendem da cultura do baião, do Xote, do xaxado do Luiz Gonzaga, e aparentemente, assimilaram aquela porcaria como sendo de um representante do Brasil...
Se vc for por lá, espero que não saia do crato pra assistir Aviões do Forró em Montreux!
rs rs rs
Mas isso deve ser um caso a parte, e precisa ser investigado como se deu o crime!
Abraços.
Abração, Lupeu!
Tens razão, a dor dói mais no nosso sovaco. Tenho um vizinho que é um pé-no-saco.
Dia desses a banda "Calipso" deu uma volta ao mundo com aquela musiquinha chata. Agora, falando sério:- aquela mulherzona que canta...!!! É quente que nem vulcâo aceso. Ela, toda erotizada, deve ter chamado mais atenção dos "gringos" do que a própria música.
Quem sabe os organizadores do Festival não se tenham fixado num dos itens mais básicos de Montreux: A Diversidade! Como na ecologia eles ao invés de fazer comparações como : O sagüi é mais bonito do que o pavão ? A lagartixa é mais charmosa que o papagaio ? Eles simplesmente entendem que o mais belo disso tudo é a biodiversidade ou a musicodiversidade e que é preciso dar espaço para as novas tendências antes de se perguntar se são boas ou ruins.
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