TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Bloquinho de Poesias

Alguém,
uma boa alma viu
meu bloquinho de poesias?
Não sei bem se perdi
nos canteiros da Sé
ou sob os pedregulhos do Afeganistão.
Sei que meu bolso amanheceu vazio.
Apenas cigarros amassados e oito números.
Meus irmãos,
dentre vós lúcidos
alguém pode me guiar os passos?
Só desejo encontrar meu bloquinho de poesias.
Sei que muitas idéias, cores, névoas
trazia eu há pouco.
Juro que não bebi das caipirinhas de Blandino.
Mas nunca esqueci aquela de cravo.
Meus irmãos de pele e de penúria
acudi meu coração neurastênico!
Devo dormir.
Amanhã é dia de caça.
Envenenar larvas do mosquito da dengue.
Mas onde,
onde jaz meu bloquinho de poesias?

4 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Já examinou o cantinho dos olhos? De ambos, bem no ângulo, por ali de um canal minúsculo corre toda as nascentes do mundo.

Já examinou nos calos de tuas mãos?
Neste chão duro um império de sonhos em força de vontade se construiu.

Jà examinou os arranjos de tua racionalidade?
Em alguma circunvolução o teu caderninho já escrito e por escrever cabe.

Já examinou o nome dos teus?
Em cada fonema que pronuncias um quilo de versos há.

Já examinou o incompreendido?
Na névoa que o esconde toda certeza que logo se fissura se encontra.

Já examinou no nome Domingos Barroso?
Nele todo os dias do dominus(do sol) e toda a matéria do ser é verseja.

Pachelly Jamacaru disse...

Domingos,

Deram notícias de seu bloquinho no bolso de uma camisa surrada de Gerelaod Urano. Contam que um canguru autraliano de um salto sobre o oceano índico, deixou cair de sua bolsa marsupial exatamente sobre a camisa de um outro poeta daqui que estava no varal, legal não?
Abração irreverente poeta!

Glória disse...

Adoro tuas poesias.

socorro moreira disse...

Caça ao tesouro: o bloquinho de Domingos Barroso.
Quem será, que achará?
Eu digo que os anjos, levaram pra copiar...No baú de Pandora é que nunca vai ficar!
A gente devora com os olhos os seus versos,e come!Acho que bloco de poesia, a gente perde, quando ele viaja pro coração dos outros...