Abaixo, alguns fatos históricos - desconhecidos pela maioria dos brasileiros - no tocante ao episódio que ficou conhecido como: "Proclamação da República"
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O Golpe Militar de 15 de novembro de 1889
Por: Fernando Mascarenhas Silva de Assis
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A primeira Bandeira dos Estados Unidos do Brasil (este foi o nome oficial do Brasil de 15 de novembro de 1889 até 1967, quando o Marechal Castello Branco propôs, sensatamente, a mudança para República Federativa do Brasil.
A bandeira dos golpistas republicanos possuía treze listras alternadas com duas cores e uma cantoneira com estrelas em número equivalente aos Estados Federados. Uma "cópia servil do pavilhão da república norte-americana", segundo declarou o escritor positivista Miguel Lemos (1854-1917). Esta bandeira durou apenas 4 dias. Os militares resolveram retornar à Bandeira do Império, apenas mudando o brasão imperial por uma esfera azul com a frase: "Ordem e Progresso".
A bandeira dos golpistas republicanos possuía treze listras alternadas com duas cores e uma cantoneira com estrelas em número equivalente aos Estados Federados. Uma "cópia servil do pavilhão da república norte-americana", segundo declarou o escritor positivista Miguel Lemos (1854-1917). Esta bandeira durou apenas 4 dias. Os militares resolveram retornar à Bandeira do Império, apenas mudando o brasão imperial por uma esfera azul com a frase: "Ordem e Progresso".
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Artigo:O dia em que não se proclamou a República
ouO Golpe Militar de 15 de novembro de 1889
Por: Fernando Mascarenhas Silva de Assis
Os fatos
Outro “viva”, em resposta, foi dado pelos soldados que, já desarmados os espíritos, logo voltaram aos quartéis. Estes fatos ocorreram na cidade do Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de 1889, data em que não foi proclamada a República.
O povo
A melhor descrição da participação do povo no incidente do dia 15 foi dada por Aristides Lobo, um dos poucos republicanos que presenciaram os acontecimentos, que sentenciou:
O que o povo viu e ouviu foi um desfile de tropas (não mais do que seiscentos militares), um marechal doente falando aos soldados, e o grito de “Viva o Imperador” que, junto com os militares, também foi respondido pelos populares.
O que o povo não viu, não ouviu e não foi ouvido, foi a trama que se urdia às escondidas, criando a moda e o costume dos golpes militares em nossa terra. O povo que, segundo o ideal republicano, deveria ter sido o autor e o protagonista da implementação da forma republicana no Brasil, ficou relegado ao paraíso utópico dos ideais não alcançados.
O que, para a historiografia oficial, parece ter sido uma proclamação, não o foi, assim como a República parece, mas não é...
O marechal Deodoro da Fonseca, velho e doente, foi arrancado às pressas de seu leito para falar à tropa amotinada. Os militares, descontentes com a atuação do Conselho de Ministros que governava o Brasil, exigiam a substituição desses ministros.
Na realidade, o que a tropa exigia já estava decidido. O Imperador, sempre atento ao bom andamento das questões de governo, havia decidido efetuar a troca do ministério. O marechal, ciente da decisão do Imperador, foi ao encontro dos revoltosos e, após dar a notícia da substituição do Conselho dos Ministros, em cena que ficou imortalizada na magnífica tela de Henrique Bernadelli, levantou o quepe e gritou:
“ Viva o Imperador ”.Na realidade, o que a tropa exigia já estava decidido. O Imperador, sempre atento ao bom andamento das questões de governo, havia decidido efetuar a troca do ministério. O marechal, ciente da decisão do Imperador, foi ao encontro dos revoltosos e, após dar a notícia da substituição do Conselho dos Ministros, em cena que ficou imortalizada na magnífica tela de Henrique Bernadelli, levantou o quepe e gritou:
Outro “viva”, em resposta, foi dado pelos soldados que, já desarmados os espíritos, logo voltaram aos quartéis. Estes fatos ocorreram na cidade do Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de 1889, data em que não foi proclamada a República.
O povo
A melhor descrição da participação do povo no incidente do dia 15 foi dada por Aristides Lobo, um dos poucos republicanos que presenciaram os acontecimentos, que sentenciou:
“ O povo assistira a tudo bestializado”.
O que o povo viu e ouviu foi um desfile de tropas (não mais do que seiscentos militares), um marechal doente falando aos soldados, e o grito de “Viva o Imperador” que, junto com os militares, também foi respondido pelos populares.
O que o povo não viu, não ouviu e não foi ouvido, foi a trama que se urdia às escondidas, criando a moda e o costume dos golpes militares em nossa terra. O povo que, segundo o ideal republicano, deveria ter sido o autor e o protagonista da implementação da forma republicana no Brasil, ficou relegado ao paraíso utópico dos ideais não alcançados.
O que, para a historiografia oficial, parece ter sido uma proclamação, não o foi, assim como a República parece, mas não é...
As origens do golpe
A viuva Adelaide
A república não foi proclamada em praça pública. Veio à lume por um decreto cuja história nada tem de gloriosa. Nela aparece uma personagem quase desconhecida pelos brasileiros, escondida a sete chaves pela historiografia oficial, mas que foi a verdadeira causa da pseudo proclamação: uma senhora, gaúcha, conhecida por Viuva Adelaide.
Dai porque quando se escreve sobre os descalabros da República, tacham-na de VIÚVA.
Depois da parada que terminou com um ``Viva o Imperador`, já em casa, de volta à cama, o Marechal recebeu a visita de um grupo de conspiradores republicanos que tentou fazer com que Deodoro assinasse o documento que viria a ser o decreto Nº 1 da república. O velho militar, que não era um traidor, se recusou: havia jurado fidelidade ao Imperador.
De má fé, os emissários disseram ao Marechal Deodoro que o Visconde de Ouro Preto seria substituído por Silveira Martins, conhecido político gaúcho. Sabiam da inimizade entre os dois. Anos antes, Deodoro havia se apaixonado pela viúva Adelaide. Foi correspondido por Adelaide por pouco tempo. A viuva logo trocou os seus favores pelos do citado Silveira Martins. O velho marechal nunca perdoou o político gaúcho que lhe tomou a amante.
Tresloucado, como sempre ficava quando se lembrava de sua antiga amada, Deodoro disse: “Deixe-me assinar esta porcaria”. ``Esta porcaria``, foi a primeira manifestação oficial dos golpistas, esclarecendo que seu objetivo era a decretação da República provisória.
Um comentário:
"Uma imagem vale mais do que mil palavras". Esta frase veio à minha mente quando (re) vi o desenho da primeira bandeira do Brasil - República...
Tinha razão o prof. Paulo Napoleão Nogueira da Silva, professor de Direito Constitucional na Universidade Estadual Paulista quando escreveu em um artigo:
"Nos cem anos durante os quais vigorou a proibição de sequer falar-se em monarquia (1889-1988, quando a atual Constituição anistiou os brasileiros que preferem a forma de governo monárquica), o País foi programaticamente induzido (as palavras “programaticamente induzido” vêm grifadas no artigo) a esquecê-la. Diretrizes governamentais de todos os tipos, explícitas ou dissimuladas, foram adotadas nesse sentido. Substituíram Pedro I por José Bonifácio, na iconografia oficial da Independência, mas a figura do Patriarca não calou fundo, além do que ele próprio era um defensor da Monarquia. Então o papel de Tiradentes – relevante no processo de formação e conscientização da nacionalidade, e sem dúvida glorioso – foi enfatizado e realçado a um grau nem sempre compatível com a realidade histórica.
Desde os primeiros dias da República os autores dos livros didáticos para os cursos primário e secundário, segundo critério de orientação e exigências do Ministério da Educação, passaram a só estampar o retrato de Pedro II com as longas barbas e o aspecto cansado dos seus últimos anos de vida, para associar à Monarquia a imagem de velhice, decrepitude e coisa antiga. Esses mesmos livros tratavam, e ainda hoje tratam, de evidenciar as glórias da proclamação da República, o “heroísmo” de Deodoro e o “idealismo” dos seus companheiros, como se tivessem participado de uma feroz batalha em prol da liberdade”.
Foi assim que as várias gerações de 1889 até hoje vêm sendo formadas (melhor dizendo "deformadas") propositadamente pelos historiadores positivistas republicanos.
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