O feriado de 15 de novembro - Saiba mais
Ainda em "clima do feriado de 15 de novembro", mais dois fatos históricos, que as novas gerações não conhecem:
A verdade sobre a Bandeira e o Hino do Brasil
A Bandeira
Dom Pedro I escolheu pessoalmente as cores da nova Bandeira do Império do Brasil, que foi desenhada pelo pintor francês Debret. A cor verde, para lembrar a cor de sua Casa Real de Bragança; e o amarelo, a cor da Casa de Habsburgo–Lorena de Áustria, de onde provinha sua primeira esposa, a Arquiduquesa Dona Leopoldina.
Quando o golpe militar implantou a República, foi arvorada como Bandeira Nacional – de 15 a 19 de novembro de 1889 – uma bandeira copiada da norte-americana. O Marechal Deodoro, no entanto, pelo Decreto nº. 14, decidiu manter a Bandeira do Império (já muito conhecida e amada pelos brasileiros), e apenas mandou eliminar a Coroa, substituindo-a pela esfera celeste estrelada com a legenda: Ordem e Progresso.
A partir daí, as novas autoridades republicanas “mudaram” o significado das cores da Bandeira Nacional, o que, ainda hoje, consta nos livros didáticos. O verde passou a representar as matas, e o amarelo, o ouro do Brasil.
O Hino Nacional
Após o golpe militar que implantou a República, o Marechal Deodoro abriu concurso para a escolha do novo Hino Nacional dos Estados Unidos do Brasil. A vencedora foi a composição de Leopoldo Miguez, com letra de Medeiros de Albuquerque, cujo refrão é:
Liberdade, Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
O anúncio do novo hino foi marcado para uma noite de gala, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Após a execução do novo hino, na verdade um belo hino (hoje oficializado como o da Proclamação da República), o Marechal Deodoro – que andava aborrecido com seus colegas militares, pelo excesso de exigências nos gastos – deu o veredicto:
- Prefiro o velho...
Foi quando ficou preservado para a posteridade a velha Marcha Imperial, o nosso atual Hino Nacional Brasileiro, que havia sido tocado nos campos da Guerra do Paraguai, já conhecido do povo, e que, ainda hoje nos emociona, ao ouvirmos seus primeiros acordes:
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante
Fontes de consulta: Pedro Calmon, Américo Lacombe, e o livro “Presidentes da República, Símbolos, Hinos e Canções”CEDIL/ALHAMBRA-1989.
Dom Pedro I escolheu pessoalmente as cores da nova Bandeira do Império do Brasil, que foi desenhada pelo pintor francês Debret. A cor verde, para lembrar a cor de sua Casa Real de Bragança; e o amarelo, a cor da Casa de Habsburgo–Lorena de Áustria, de onde provinha sua primeira esposa, a Arquiduquesa Dona Leopoldina.
Quando o golpe militar implantou a República, foi arvorada como Bandeira Nacional – de 15 a 19 de novembro de 1889 – uma bandeira copiada da norte-americana. O Marechal Deodoro, no entanto, pelo Decreto nº. 14, decidiu manter a Bandeira do Império (já muito conhecida e amada pelos brasileiros), e apenas mandou eliminar a Coroa, substituindo-a pela esfera celeste estrelada com a legenda: Ordem e Progresso.
A partir daí, as novas autoridades republicanas “mudaram” o significado das cores da Bandeira Nacional, o que, ainda hoje, consta nos livros didáticos. O verde passou a representar as matas, e o amarelo, o ouro do Brasil.
O Hino Nacional
Após o golpe militar que implantou a República, o Marechal Deodoro abriu concurso para a escolha do novo Hino Nacional dos Estados Unidos do Brasil. A vencedora foi a composição de Leopoldo Miguez, com letra de Medeiros de Albuquerque, cujo refrão é:
Liberdade, Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
O anúncio do novo hino foi marcado para uma noite de gala, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Após a execução do novo hino, na verdade um belo hino (hoje oficializado como o da Proclamação da República), o Marechal Deodoro – que andava aborrecido com seus colegas militares, pelo excesso de exigências nos gastos – deu o veredicto:
- Prefiro o velho...
Foi quando ficou preservado para a posteridade a velha Marcha Imperial, o nosso atual Hino Nacional Brasileiro, que havia sido tocado nos campos da Guerra do Paraguai, já conhecido do povo, e que, ainda hoje nos emociona, ao ouvirmos seus primeiros acordes:
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante
Fontes de consulta: Pedro Calmon, Américo Lacombe, e o livro “Presidentes da República, Símbolos, Hinos e Canções”CEDIL/ALHAMBRA-1989.
2 comentários:
Vale a pena ler o Editorial do jornal "O POVO" de hoje:
EDITORIAL
Frutos de um equívoco
O Brasil ainda hoje tenta consertar um equívoco ocorrido há 118 anos quando jogou fora o parlamentarismo junto com a Monarquia
15/11/2007 00:40
A República está aniversariando, hoje. Fruto de um golpe militar, só viria ganhar legitimidade popular formal, com o plebiscito de 1993.
Do ponto de vista da eficácia dos instrumentos institucionais para o funcionamento de um Estado Democrático de Direito, o regime que substituiu a Monarquia Constitucional teve pouco a oferecer. Alguns apontam até um retrocesso, visto que até então o sistema democrático representativo (dentro do horizonte político-institucional do século XIX, frise-se) funcionava sem interrupções. Sofria, tanto quanto o presidencialismo americano e o parlamentarismo britânico de então, os condicionamentos político-culturais da época. Nesses países, o voto também era censitário, não havia sufrágio feminino, a escravidão era comum à república americana e ao Império brasileiro e, na Inglaterra, o chefe de Estado ainda detinha poder de interferência no governo (vide a rainha Vitória), embora menos do que o brasileiro.
O Brasil independente nasceu sob a égide do constitucionalismo. Apesar de a Assembléia Constituinte originária ter sido fechada por um ato autoritário de D. Pedro I, a Constituição outorgada foi uma das mais avançadas do seu tempo. E funcionou ininterruptamente, durante todos os 67 anos do Império. Garantiu a prevalência do poder civil e as liberdades democráticas (liberdade de expressão e de organização, pluripartidarismo e alternância de poder). O regime monárquico parlamentarista tinha a vantagem de evitar o caudilhismo militar que infestava as repúblicas vizinhas, além de ter assegurado a integridade territorial e a unidade da Nação. Coisa que não aconteceu na América Espanhola, republicana, que se fragmentou em vários pequenos países.
A monarquia constitucional brasileira jamais abrigou uma classe nobre hereditária (os títulos eram apenas honoríficos e dados através do Parlamento) e caminhava para um parlamentarismo nos moldes britânicos. O governo, é certo, ainda sofria a interferência do Chefe de Estado (Imperador), graças à distorção provocada pela existência de um quarto poder: o Moderador. Prerrogativa que aos poucos vinha sendo abandonada por Pedro II, dando ensejo ao surgimento paulatino de um parlamentarismo pleno. Isso, provavelmente, teria ocorrido - junto com a extinção do Poder Moderador´ - a partir das reformas que já estavam em vista.
Não houve tempo para isso (o que foi uma pena), pois os militares deram o golpe e ao invés de derrubarem exclusivamente o primeiro ministro, levaram de roldão também o regime. Poderiam ter deixado, pelo menos, o sistema parlamentarista (o que supostamente nos teria livrado de tantos golpes de estado e ditaduras no futuro). Não o fizeram. Até hoje estamos pagando por esse equívoco.
Parabéns à imprensa cearense pela lucidez. Sempre me disseram que os cearenses tem uma inteligência mais crítica do que os cariocas. Mesmo assim, uma excelente mini-reportagem do jornal BOM-DIA BRASIL que a TV Globo acaba de transmitir e pelo texto que a jornalista Vilma Gryzinski publicou em VEJA desta semana, teço alguns comentários sobre o dia de hoje.
Há 118 anos, uma quartelada depôs o gabinete ministerial chefiado pelo Visconde de Ouro Preto e, horas depois, a movimentação de republicanos como Quintino Antonio Ferreira de Sousa Bocayuva, Benjamin Constant Botelho de Magalhães e Floriano Vieira Peixoto levou o debilitado Marechal do Império Manoel Deodoro da Fonseca a assinar um documento — que parece ter sido chamado por ele de “porcaria” — de “proclamação provisória da República” no Brasil.
Na madrugada de 16 para 17 de novembro, os Imperadores, os Príncipes Imperiais e os príncipes netos de D. Pedro II foram banidos do território nacional por uma ordem arquitetada já por Ruy Barbosa de Oliveira — que prontamente aderira ao golpe de Estado, uma vez que apesar de não se dizer republicano oficialmente, era um anti-isabelista radical —, Aristides da Silveira Lôbo e outros republicanos, positivistas radicais, que deram suporte, digamos assim “intelectual”, àquilo que muito qualificadamente D. Pedro II chamou de “maluquice”.
O jornalista que acaba de apresentar a reportagem de BOM-DIA BRASIL — se não me engano, Flavio Fachel é o seu nome — resumiu com clareza o que foi o 15 de Novembro de 1889: confusão. A República brasileira já nasceu confusa e, o pior, ignorada. Assim ela se mantém até hoje, sob diversos aspectos, perante o grosso da população brasileira. Ao contrário do que diz a historiadora carioca Margarida de Souza Neves em um de seus textos sobre a temática, a República não é comemorada anualmente no Brasil, seja em 15 de Novembro e, menos ainda, 7 de Setembro.
Um conjunto de conspirações tolstoianas deu cabo da Monarquia no Brasil, não porque ela fosse impopular, ao contrário... mas porque ela estava cada vez mais popular. É o que nos elucida em Os Bestializados (1988) e em Formação das Almas (1991) o historiador mineiro José Murilo de Carvalho. De fato, é este o pensamento do Instituto D. Isabel, acerca da transição do XIX para o XX no Brasil: ignorando-se, como se ignora em larga escala, por parte de historiadores e cientistas sociais, o abolicionismo e o isabelismo, não se compreende, jamais, como tudo se processou em novembro de 1889.
Bruno Cerqueira - Historiador
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