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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

PROFESSOR ITALIANO CRIA BLOG PARA HOMENAGEAR OS 60 ANOS DE MORTE DE JOÃO PERNAMBUCO

Abra seu navegador da internet e se direcione para o www.joaopernambuco.com e se emocione com dois eventos ao mesmo tempo: um professor italiano que aprendeu português por conta própria fez um blog dedicado a João Pernambuco.

Angelo Zaniol, nasceu em Veneza em 1937, ensinou Língua e Literatura Francesa e depois se especializou em Organologia e História da Banda Desenhada na Universidade de sua cidade. Na juventude fez por muitos anos estudos particulares de harmonia, contraponto, composição, piano e violão clássico com os melhores mestres de Veneza, o que hoje lhe permite compor e arranjar qualquer tipo de música com segura competência. Nos anos 1976-1991 dedicou-se também, com êxitos notáveis, à (re)construção de cópias fiéis de numerosos instrumentos históricos, quer de sopro quer de cordas. Entrou em contato com a música brasileira em 1947 assistindo aos filme de Walt Disney e Carmen Miranda, quando ouviu Apanhei-te Cavaquinho de Ernesto Nazareth. Na década de 50 tomou conhecimento de Waldir Azevedo através de dois long plays.

Por volta de 1957 assistindo a um concerto de guitarra clássica, ouviu pela primeira uma música de João Pernambuco e tratava-se de Sons de Carrilhões. O compositor brasileiro sempre fez parte do repertório dos grandes violonistas europeus. Na verdade o Brasil e seus músicos necessita aprofundar-se nos conhecimentos do chorinho, pois lá é que se encontra a expressão mais substantiva de uma matriz nacional. Assim como os americanos se abeberaram nos grandes compositores europeus dos séculos XVIII e XIX, os brasileiros que se expressaram melhor, internacionalmente, através de Villa Lobos, devem saber que o mesmo aconteceu aqui. João Pernambuco foi um gênio de sua época em que muitos gênios fundaram uma expressão musical nova e universal.

Para que todos saibamos: a genialidade de um expressão não é matéria de apenas um gênio, é um leito volumoso de artistas criando e recriando seus próprios temas. Por isso, artistas do Cariri, nunca achem pouco o que fazem, não se envergonhem da falta de estilo de salão, e nem achem que o folclore é uma mesmice congelada no tempo.

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