VERDADE E CIÊNCIA
Frente ao inevitável, a lição se conformava. Se o que estiver para acontecer fosse imponderável, a lição era de fé. As rochas tão sólidas e indestrutíveis contam a história de poderosas transformações. As águas tão incertas e tempestuosas: brotam a agricultura, abundam a pescaria e saciam os rebanhos.
Ao contrário do que muitos imaginam ainda hoje, a ciência nunca foi a voz da verdade. A verdade última das coisas. Isso é um atributo das religiões. Elas não precisam provar o que dizem, foram anunciadas pelas entidades superiores de sua crença. Só para as religiões, ideologias, ferramentas ou outros instrumentos para os quais se pretendam usos permanentes é possível anunciar a verdade última. Não para a ciência.
O discurso da ciência é no condicional É como um futuro condicional que não existe na língua portuguesa. Se isso e aquilo acontecer, é bem provável que o enunciado seja assim. Essa é a linguagem da ciência. Sempre poderá existir uma observação futura em que a verdade de hoje se colocará em questão.
Mas se o domínio de si e do mundo dependia das verdades de si mesmo e deste mundo, o que aconteceu para que a ciência, que não busca verdades definitivas, promovesse tantos impactos reais sobre a humanidade? A verdade congela a realidade de um mundo em transformação. Durante algum tempo determinada verdade é até válida para a sociedade, mas logo a seguir começa a desmilingüir-se. A condicionante para que determinada coisa seja válida é a matriz que nos permitiu reequilibrar o enunciado das coisas inevitáveis, imponderáveis ou contraditórias.
REPUTAÇÕES: CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO
O conceito que gozamos entre os outros humanos passou por enormes transformações. Primeiramente com a queda dos sistemas monárquicos e hierarquizados, a reputação se democratizou. Antes a reputação das pessoas de modo geral atingia sua vila, sua rua, a família e a parentela. Enquanto a reputação de reis, imperadores, papas, cardeais e bispos tinha por base milhares ou milhões de pessoas.
Com o advento da sociedade de consumo, das grandes nações modernas, dos meios de comunicação a reputação atingiu artistas, políticos burgueses, operários, esportistas, empresários, gente em geral da cultura. Aí a equação da reputação também mudou de patamar, deixou de ser o conceito da própria pessoa e passou a ser o conceito de uma super pessoa.
Nisso os conhecimentos científicos da psicologia social passaram a ter grande importância. A reputação não sendo mais das próprias pessoas, passou a ser propriedade dos meios que usam a psicologia social para criar a própria. Nisso a chamada mídia tem grande importância. Ela cria e destrói reputações.
Independe da pessoa. Elas até continua como zumbis em vida, pois a reputação pública nos tempos atuais transforma as pessoas em sombras da reputação. Em sombra de um enredo que pretendia ser a própria pessoa, mas que está muito além delas mesmas e costuma ser reflexiva como purpurina.
Um comentário:
Por que não arriscamos,
sequer um olhar,
na mágica Siqueira Campos
do século passado?
Eu era uma nuvem, e você um sol ...
Nublada, escapava do céu,
em pingos d'água!
Por que a poesia
nos escondeu em outros mundos,
e agora nos mostra , em caras mudadas,
desistidas ?
Porque o coração se renova...
Balança sonhos nessa rêde-vida
Entoa cantos,
que nos adormecem...
Fico assustada , quando caem pedrinhas,
no lago dos mistérios
Bico teus versos ...
Nado cantando ,
e escuto João Gilberto!
Carnaval na cama
Distante dos momos ...
Odalisca guardada
numa foto amarela
Torço Salgueiro ...
"... Muito samba no pé"!
E o Rio das lembranças desagua
num mar bermudense.
Clamo rotina ,
madrugadas insones ...
Descortino a vida ,
escancaro a janela ...
Avisto um Corcovado,
no quintal da donzela ?
Pura miragem ...
Aquieto os passos do olhar ,
num pé de cajá ...
Numa mangueira frondosa
com sua luz cor-de-rosa ...
Estoicamente, vejo a vida passar
morosa e célere ...
Teu rosto, na janela do trem ... recorto!
E enquanto o trem não chega ,
curto o eco do apito
Egito ...
Carnaval das arábias ... mais adiante!
Espero a semana santa
com produtos importados
vinho do Porto, bacalhau ...
Feijão verde com pequi,
e refresco de murici ...
Meu Crato não é de janeiro ... é de março!
Meu baião é de julho ...
É de Junho minha inspiração!
Aspiro a noite
vento de chuva
chuva miúda , apaga meu fervor !
Brasa, nos restos de palha ...
Gargalha um amor !
Um abraço!
Tudo é sempre muito simples ... Fácil de entender , até quando não se explica!
( risos )
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