TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 1 de abril de 2008

Alarido


Cleílson Ribeiro

Depois que teus olhos encurralaram os meus,
O poema tem em sua casca
um prefácio de garrancho amotinado.

E para cada feixe
de rima que combate
Aprende um alarido
que reconduz seu arcabouço
Expatriado,
para a desnutrição insólita,
das secas.

Teu olhos,endureceram
Com seus alumeios
a carcaça de meus dias sem esperança.

(Mas deixaram uma latunia felpuda
acariciando a medula
de minhas lágrimas.)

2 comentários:

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Cleílson,
Gostaria de que você acrescentasse dados sobre a sua vida de poeta, seu trabalho e sua obra aqui na parte de comentários ou enviasse pra mim.
Um grande abraço,
Salatiel

Marcos Vinícius Leonel disse...

Grande poeta! Cara, com certeza você é um dos maiores poetas da Região, de fato e de direito. Não pelos prêmios que você tem arrebatado ao longo da sua carreira, mas pela consistência da sua poesia, que leio com olhar crítico e não com a apreciação amiga, e você sempre soube disso. Em nossas intermináveis conversas literárias, teóricas, etílicas e tais, eu sempre percebi o quanto voce teria estrada pela frente. Agora vejo que a sua poesia deu um salto para a maturidade, para a consciência do fazer literário, para além da inspiração, que é o que deve preservar o verdadeiro poeta, aquele que é um faber da língua, e não aquele poeta do embuste da oficialidade, ou ainda aquele, que por falta de recursos, mergulha no simplório da inspiração imediata. Agora resta que o Cariri, e especialmente o Crato - a capital da cultura- , acorde da sua letargia literária, que saia de uma vez por todas das algemas do passado, e possa ler e compreender os novos nomes irrevogáveis dessa literatura, que, tal qual você, postam nesse blog.