Muito tem se falado da condição instável da vida humana. A cada dia que se passa sentimos que caminhamos por trilhas de sofrimento, ilusão, violência e ignorância. Num mundo onde a roupa vale mais do que o corpo, e o corpo mais do que Espírito, o que poderemos esperar num futuro próximo? E quantos se enganam pensando estarem certos? O que vale mais: o poder do ouro ou o poder do caráter? Olhamos a nossa volta e encontramos uma vida planejada, mas desequilibrada; uma vida calculada, mas insensível; uma vida de luxúria, mas cercada por imensos oceanos de pobreza; uma vida cheia de setas psicológicas e ideológicas, mas sem sentido verdadeiro. O pequeno cone de percepção da vida utilitária não consegue mostrar a imensidão da vida multidimensional, interdependente e conectada com o cosmos em tudo e
Quantas vezes intui o quanto acertei e fui atendido – em agosto de 1988 - ao pedir a Deus em oração uma vida e caminho sem poder material pragmático. Olho agora a minha volta e me certifico do mundo selvagem que vem se manifestando no campo das relações humanas. A luta pela sobrevivência apaga a memória espiritual de que somos seres transcendentes criadores de realidades. E que podemos escolher a realidade que assim desejarmos viver e trilhar rumo ao infinito da perfeição. E quase todos são envolvidos pelo véu do esquecimento de suas origens. Pois, raros são aqueles que se lembram de suas origens e identidades ontológicas – cósmicas! As ideologias que praticam obscurecem o mundo dos valores. As ciências que conhecem acabam desconhecendo a natureza da sua essência criadora. As religiões que seguem contemplam um deus limitado pelo raio de ação de suas razões sem Amor incondicional.
Mas, a natureza criadora é sábia e fará tudo para retornar ao eixo e ao centro da evolução e unidade cósmica. Aqueles que se acham superiores cairão em desgraças simplesmente pelo fato de não perceberem que na trajetória e força das leis criadoras não existe diferença entre bem e mal, céu e terra, macrocosmo e microcosmo, física e metafísica. Só existe complementariedade na identidade profunda em cada existência criada! A vida é renovação constante das forças complementares que agem na origem da criação-consciência. A morte não existe para quem já morreu um dia
Pobres daqueles que clamam por revolução fora da consciência de si mesmo! Estão cegos tentando conduzir milhares ou milhões de cegos como eles. Sinto compaixão por não poder agir num contexto onde é garantido o direito de experimentar e escolher, podendo-se como conseqüência – mesmo inconsciente! - amar ou sofrer, destruir o outro ou se autodestruir.
Assim, quem vê o outro como inimigo não sabe o que vê e muito menos sabe ser e perceber a sua imagem refletida na construção e criação psicológica do outro. Somos CRIADORES , inclusive e principalmente de imagens e falsas identidades. O que criamos pode ser tão profundo e belo guiado pelo poder do Amor, quanto pode ser tão superficial e feio guiado pelo poder do terror. Esses são os dois extremos criadores possíveis de serem experimentados e vivenciados por cada um de nós. Somos verdadeiramente heróis ou santos quando nos salvamos dando (morrendo para) a vida que criamos egoisticamente.
Portanto – VOCÊ MESMO DECIDE, SALVA E CRIA O SEU PRÓPRIO DESTINO!
Conheci, finalmente, esta figuraça que é o Prof. Bernardo Melgaço. Dia desses, em conversa com o Rafael, mostrei o meu interesse pelo tema :Física Quântica! despertado a partir de uma leitura do livro O Tao da Física, de Fritjof Capra e de entrevista com o físico indiano Amit Goswami que vi no programa Roda Viva. Rafael, então me falou do filme "Quem somos Nós" (que me emprestou) e do Prof. Bernardo Melgaço que era um expert no assunto. Hoje, em reunião do IMAGO, na URCA, travei com ele um contato e o convidei para participar do Cariricult. Entretanto, me antecipo e colei agora um dos seus artigos retirado do seu blog: http://bernardomelgaco.blogspot.com/
Imagem que ilustra a postagem: The Key
1946 (270 Kb); Oil on canvas, 59 x 84 in; The Art Institute of Chicago, de Jackson Pollock
Um comentário:
Do Prof. Bernardo Melgaço, tenho um profundo sentimento de admiração e de gratidão, por ele dedicar sua existência e toda sua competência intelectual para somente fazer o bem; isso porque ele acredita piamente na generosidade como uma infalível arma pra salvar o mundo da mediocridade e das intrigas.
Prof. Bernardo tem feito um primoroso e ainda não devidamente reconhecido trabalho de extensão universitária, a partir da URCA, mas que atinge toda a região e alhures.
Sua luta parece um pouco solitária, mas tem eco naqueles que exercitam a cidadania, de forma incansável e desapegada.
Ah, se tivéssemos mais pessoas como Melgaço...
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