TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Começou no último Domingo a EXPLORACRATO 2008

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- Artigo Editado e Republicado -

HIGIENE ? HONESTIDADE NA EXPLORACRATO ? - Que é Isso ?


Roubo? Casquinha de caranguejo a 8 reais !! - Fala sério !!

Afinal o que é a ExploraCrato 2008 ?

Vou tentar definir aos que nunca estiveram no Crato:
A Expocrato, festa tradicional que na antiguidade foi orgulho da nossa terra, baluarte da expressão de uma terra em franca ascendência, evento de encontro social, além da exposição de animais pelos criadores, e que já foi tida como a principal festa do interior do nordeste, era uma feira que se propunha a mostrar o produto daqui para os que vêm visitar a região durante as férias. Hoje a festa mudou, e para pior! Trata-se de um evento importado, onde a única relação com o passado glorioso continua sendo o imenso afluxo de pessoas que vem à cidade nas férias e continuam a renovar as amizades. A similaridade para por aí. Pela falta de uma infra-estrutura adequada que vise o respeito ao cidadão, à educação e à própria terra que sedia a mostra importada, em relação aos 50 milhões de reais que são movimentados na feira, a cultura local foi também deixada de lado, os artistas locais não tem mais vez como antigamente, não há espaço para a mostra local, não há espaço para se mostrar o produto local aos que vem de fora, e sim, trazer o que vem de fora para mostrar aos de fora. Sobre os artistas locais, ainda podem ser vistas pequenas, porém válidas iniciativas como o palquinho pequeníssimo, escuro e som problemático que a URCA oferece aos artistas todo ano, para um público em geral apático, que passa ao largo e nem escuta som, de tão baixo e ruim. Até os alto-falantes de anúncio da expocrato cobrem o som desse palco. Numa tremenda desmoralização dos organizadores do evento para com a cultura local. De resto, a festa hoje se caracteriza por preços exorbitantes, grande exploração das famílias pobres da cidade que vão à cata de alguma diversão, violência, assaltos, e grande fedentina.

A Descrição Física:

Pois bem, a antiga exposição centro-nordestina de animais e produtos derivados ( hoje sim, o título se encaixaria bem ), nada mais é que um local onde existe um grande curral redondo, cercado de outros currais onde ficam os animais que os expositores esperam vender durante a feira. As pessoas se programam nas férias e vêm ao Crato. Mandam fazer roupa nova, saem com a família...chegando lá, você é "afanado" logo de cara. Os flanelinhas juram que irão "pastorar" seu carro, ou então você se submete aos "afanadores" mais profissionais, que guardam seu carro, mas não se responsabilizam se acontecer algo. Certa vez, meu carro foi baleado durante um tiroteio no estacionamento. Ah, lá às vezes tem tiroteios, mas é coisa rara. É mais comum facadas.

Qual é a graça nisso ?

Bem, se você acha engraçado ficar circulando com sua família ao redor de um picadeiro ou curral, todos de mãos dadas, sem ter o que fazer, pisando em cocô de sabe lá do quê, esbarrando numa multidão que aparentemente não consegue caminhar, milhares se acotovelando, ou se vc se atreve a ir para os arredores, vc pode entender o que a palavra FEDENTINA significa ( sem falar que nos arredores pode ser perigoso o risco de assaltos ). Depois de 1 hora rodando, seus pés estão lhe matando, sua esposa irá reclamar que tá cansada com o sapato alto novo dela de pisar em buracos e LAMA, e seu filho já tá de barriga cheia de tanta porcaria que ele comeu. Mas o melhor ainda está por vir, quando as crianças decidem ir aos parques de diversões. Reze pra não acontecer nada com eles...

BANHEIROS?

Bem, os banheiros não são imundos, são qualquer coisa pior do que isso...
Depois de um certo tempo, fica um líquido no chão que ao pisar, vc reza pra ser água. O Aroma é insuportável, entretanto. Higiene passou longe.

Mas nas altas horas piora, porque aí começarão os shows pagos, altos preços, e alguns da sua família irão querer ver as "atrações". Aquele seu primo que nunca vem de São paulo, todo "falante", quer ver o que é a cultura local e se enturmar... daí vc vai ter que escutar aquelas porcarias que você tá cansado de escutar no rádio todo dia, e ficar na roda de bêbados até o dia amanhecer, para dar assistência, chegando em casa lamentando a noite perdida, lamentando a grana que você pagou naquele espetinho de gato 5 vezes mais caro que no centro da cidade ( que já é caro ), e tossindo pra valer devido à poeira. Ah, eu esqueci de falar da poeira. A Kilômetros dá pra se ver a poeira de lá...Coisa incrível...

Mas não se preocupe, no outro dia tem tudo de novo, durante uma semana, poeira, fedentina, forró e assaltantes de toda espécie. "Pois vá à Exposição de Crato, é certamente o programa de índio mais inesquecível que você pode encontrar na cidade durante as férias, salvo ainda raras excessões, para não dizerem que generalizamos.

Quem ganha e quem perde na história toda:

É óbvio que todo mundo sabe quem é que ganha nessa estória toda. Duante a festa, cerca de R$ 50 milhões de reais são movimentados. Há quem diga que essa feira é um negócio importado, e que o Crato apenas sedia todos os anos, já que é o Governo do estado quem a organiza, e até a programação de shows é terceirizada para a mesma empresa todos os anos, há 10 anos. Quem ganha com isso, a gente já sabe, mas devido à grande exploração, custos exorbitantes cobrados desde o mísero metro quadrado na Expocrato para os barraqueiros, certamente que os frequentadores podem e devem sair de lá com aquela cara de "Fui Roubado", quando pagaram por produtos que custam até 5 vezes mais caros que o preço de mercado.

Quem AMA o Crato, preserva-o em toda a sua cultura e não o explora!


Por: Dihelson Mendonça
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4 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Ô Dihelson você está igual ao Chacrinha: não vim aqui para explicar, eu vim aqui para confundir. Até acho que você anda postando como anônimo. Lá no blog do Crato, mesmo com a introdução na matéria, você mostra belas fotos do evento, até elogia e trança coisas legais da festa. Aqui no Cariricult você cai de pau com tanta contudência que até parece coisa pessoal. Eu acho que você gosta tanto da Expocrato que quer ela só para você. Brincadeira, você sabe.

Dihelson Mendonça disse...

Olá, Amigo José do vale,

Quero inicialmente parabenizar aos moderadores do CaririCult que apagaram as provocações de um anônimo que apareceu aí para me ofender, o que retornei em mesmo tom e timbre. Foi bom ter apagado. Quem quiser se pronunciar, e principalmente atacando pessoas diretamente, deve fazê-lo colocando nome e sobrenome.

Por exemplo, pode não ser nada muito grave se alguém não identificado fala:

"Não concordo com seu ponto de vista. Acho isso, ou aquilo"

Talvez seja tolerável. Entretanto se alguém se passando por anônimo disser: "O Zé do vale é um canalha que mora no Rio de Janeiro às custas da mulher dele", então, nesse caso, a pessoa teria que se identificar para escrever tamanha maldade, pois isso seria um texto muito contundente.

Sobre a ExpoCrato, você sabe a minha opinião, Zé. Outros não entendem. É a maior festa popular que nós temos, tradicional...bla bla bla...é sim. Há pontos positivos e pontos negativos.

O que eu faço é elogiar os pontos positivos e criticar os negativos. Se eu fosse só críticas, eu seria parcial. Então, o que é bom deve ser elogiado, e o que está errado, deve ser citicado. Não sei se algumas pessoas conseguem entender isso.

Abraços,
"Minha alma canta..."

DM

Luiz Puera disse...

texto um tanto quanto forçado na minha humilde opinião. tá mais pra um desabafo pessoal do que uma visão crítica.

"...a única relação com o passado glorioso continua sendo o imenso afluxo de pessoas que vem à cidade nas férias e continuam a RENOVAR AS AMIZADES."

creio que isso já vale e muito a festa! Podem até dizer: "ah... mas isso pode ocorrer em outros locais"
pode sim e não estou descartando isso. Só digo que SE fosse SÓ por isso, celebrar a amizade, já valeria cada segundo da Expocrato.

Quanto ao palco da URCA, creio que a intenção ali não é fazer nenhum megashow, não. Foi dito aí sobre um "público em geral apático". Não é defendendo a atitude do povão não, mas o povo que por lá passa não tá interessado nisso. Como vc mesmo falou é algo mais cultural. Então fica lá quem curte esse tipo de som. Já vi alguns lá bons por sinal, mas confesso que muitas vezes chego e faço como muitos que querem encontrar logo os amigos ou namorada.

Quanto aos shows em si... não vejo esse preço exorbitante todo não, sinceramente.
Quer um show barato? Alugue o DVD e assista em casa. Mas certamente a emoção NÃO vai ser a mesma.
Quer um show de graça? Vá pro Centro Cultural do Banco do Nordeste. É bom? Sim, com toda certeza. Mas com a mesma certeza não preciso de arrudeios pra dizer que são essências distintas. Curto ambas essências e é tudo questão de vontade. Na hora que meu espírito tá com vontade de uma mato sua necessidade e qdo está com vontade da outra faço o mesmo. =)

Estando no lugar dos organizadores, creio que eu tbm faria igual tendo que trazer (felizmente ou infelizmente), "Chicletinhos" e "Aviõezinhos" pq eu tbm iria querer retorno financeiro. Sou capitalista? Talvez, sim. Mas, assim como todo mundo, tambem estou no meio da luta, e obvio que iria gostar de ter uma boa parte da fatia do bolo.

E não vejo tanta violência como foi dito linhas acima, não.

Mas uma coisa, concordo: de fato os banheiros deveriam ser melhores.
Mas por causa disso o povo vai deixar de ir? Creio que não.

Bem, é isso...
Me desculpem as discordâncias, mas é só uma opinião.

(mas a festa já passou e talvez não faça mais efeito)

Ahhh... e aproveito pra fazer algo que nunca tive a oportunidade de fazer que é parabenizar Dihelson pelo belíssimo espetáculo apresentado ano passado no (acima mencionado) Centro Cultural Banco do Nordeste, onde eram apresentadas imagens e vc executava uma música no momento que tentasse traduzir alguma emoção relacionada com a imagem na base do improviso. Foi muito bonito e transcendente. Precisa voltar com esse show mais vezes!

Dihelson Mendonça disse...

Obrigado, Luiz,

Não sabia que vc estava na platéia naquele show do BNB das imagens. Ele se chama "A Música do Acaso e a Arte da Improvisação". Foi realmente interessante chamar algumas pessoas da platéia para que eu pudesse compor ali na hora música para cada um deles, bem como desafiar qualquer um a subir ao palco com um tema a fim de que eu pudesse desenvolver. Eu adoro essas coisas em que o artista pode se dar bem, ou se esborrachar no chão. Pena que não foi filmado, rs rs rs

Abraços,

Dihelson Mendonça