TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Maldoso solitário

As cordilheiras felizes com minha pequenez.
Um dedo só trêmulo e perfurado.
Meu sangue sempre soube é doce.
As muriçocas adoravam.
Agora as fêmeas aedes brigam.
Onde aquelas formigas bêbadas
que se deleitavam da minha adocicada urina?
Minha rouquidão engolida pelas montanhas.
Não há eco em meu coração.
Minha música me enfadonha.
Meu batimento cardíaco me enlouquece.
Formigas, Kierkegaard, pétalas,
meu filho de seis anos assistindo a Billy e Puro Osso.
A brisa que me puxou os fios das canelas
trouxe-me uma mensagem do gélido além:
"Deite-se, poeta, teus cílios caem sobre os teclados."

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