Três da manhã. Ela deve estar dormindo. Ela deve estar ligando pra minha mãe. Pra mãe dela. Ela deve estar assistindo o último filme da globo. Ela deve estar rasgando minhas camisas. Ela deve estar vasculhando minhas anotações. Ela deve estar arrumando as coisas dela pra ir embora. Ela... será que ela pegou uma faca da cozinha? Será que botou veneno no suco? Ela...
Três e quinze. Tenho que entrar. Chave sem barulho na fechadura. Sapatos tirados na perícia ninja das madrugadas. Pé ante pé. Um som estranho. Acima da música. Gemidos. Ela está com alguém. Não, é um filme. Ela está com alguém. Não, é a porra da música. Ela está...
Três e vinte. Porta do quarto só encostada. Abajur ligado. Penumbra. Vejo a bunda. Dela? De outra ela? De algum ele? O gemido é dela. É? Procuro pelo chão pistas que me digam o óbvio. Circulo devagar a cama. De olhos bem fechados. Ela balbucia palavras sem sentido. Pele arrepiada. Prazer. Muito prazer. Vou dos seus olhos pra sua boca. Entreaberta. Pele suada. Onde ta o cara? A mina? Peitos sacudindo. Mais um orgasmo. Procuro ver de onde emana tanto gozo.
Três e meia. Sua mão saciada solta seu amante. Olho com inveja pro cabo da escova de cabelo. Saio. Pé ante pé. Vou pra sala e ligo a tv. No vídeo ela deixa a pista, em batom vermelho: “enquanto você dorme, o mundo gira”.
Três e quinze. Tenho que entrar. Chave sem barulho na fechadura. Sapatos tirados na perícia ninja das madrugadas. Pé ante pé. Um som estranho. Acima da música. Gemidos. Ela está com alguém. Não, é um filme. Ela está com alguém. Não, é a porra da música. Ela está...
Três e vinte. Porta do quarto só encostada. Abajur ligado. Penumbra. Vejo a bunda. Dela? De outra ela? De algum ele? O gemido é dela. É? Procuro pelo chão pistas que me digam o óbvio. Circulo devagar a cama. De olhos bem fechados. Ela balbucia palavras sem sentido. Pele arrepiada. Prazer. Muito prazer. Vou dos seus olhos pra sua boca. Entreaberta. Pele suada. Onde ta o cara? A mina? Peitos sacudindo. Mais um orgasmo. Procuro ver de onde emana tanto gozo.
Três e meia. Sua mão saciada solta seu amante. Olho com inveja pro cabo da escova de cabelo. Saio. Pé ante pé. Vou pra sala e ligo a tv. No vídeo ela deixa a pista, em batom vermelho: “enquanto você dorme, o mundo gira”.
2 comentários:
Lupeu , Lupeu... Queria que todos nós tívessemos a coragem de escreveu com nudismos de intenções... Tô enjoadíssima do meu lirismo ... E portanto , adoro sair de mim , pra te escutar , nas cabeceiras !
Lupeu , amigo querido ... Ensina-me a contar histórias ... falando pôrra , ao invés de cruz , credo !?
Minha alma foi ficando gay demais , com o passar dos tempos. Vivi o mundo , e não perdi a candura . Oras sou Madalena , noutras sou irmã Dulce ... e minha mãe ainda diz, que Amélia perde feio , em se tratando de abusos !
Mas dentro da minha cabeça , em armários embutidos , guardo todos meus processos ... de indultos e absurdos .
A minha parte de louca pertence toda ao lirismo... Não posso ouvir um bolero , que chamo por Pe. Cícero !
Beijos , querido ! Sou tua fã !
socorro
quem nasce com um nome desse não pede socorro
você é linda porque teu lirismo, tua alma gay, tua madalena, tua irmã dulce, tua amélia...
tantas mulheres
diga PORRA
na tua voz vai soar bacana.
um beijo querida.
até breve.
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