TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 12 de agosto de 2008

BATATEIRA

Na nebulosa de tempestuosos tempos, daqueles que os jangadeiras enfrentam as tormentas deste tempos políticos, veio-me um vento norte e sobre o nome de Socorro Moreira enfunou as velas destes traços permanentes da vida. E logo que um sopro da minha voz saiu disse Batateira. E segue.

Quando eu me encontrava preso, na sela de uma cadeia, foi que eu vi pela primeira vez as tais fotografias, em que apareces inteira, porém não estavas nua, e sim coberta de nuvens...terra, terra....por mais distante, o errante navegante, quem jamais te esqueceria.

Terra – Caetano Velloso.

jamais esqueceria,
das travessuras a outros mundos,
a despeitos de tantos,
de outro eu,
tão distante como as formigas do chão,
as esperanças da juventude,
a morte do velho,

o novo,
novamente,
o novo.

e , muito longe do núcleo,
as nebulosas errantes,
em veloz cavalgada,
tão longe do meu coração,
tão distante do que fui,
fuga do que jamais serei,

terra,
lua,
canaviais.

mas jamais te esquecerei,
ponto frágil domiciliar,
foco do escuro universal,
janelas para o leito batateira,
tributário de todos os mares,


de todos os ares,
dos fios que nos ligam,
das teias que nos aprisionam.

por mais longe da curva da estrada,
este cometa errante,
jamais te esqueceu,
por mais que corpos novos brilhassem,
tantos sonhos que se tornaram saudades.


para teu azar,
esta memória mortal,
querendo infinito lembrar,


Um comentário:

socorro moreira disse...

Que medo senti , que vc esquecesse a Batateira. Que nedo senti , que você nunca mais aparecesse ...
O pessoal está programando uma coletânea dos poetas do Cariricul... Esse poema "Batateira" , escolho , entre outros !
Não tem explicação as nossas saudades... mas as lembranças ainda são claras !


Beijo . Senti tua falta.