Acima: Foto de Manoel Patrício de Aquino - Presidente do Instituto Cultural do cariri.
Carta aberta ao Instituto Cultural do Cariri - ICC
Crato, 08 de Agosto de 2008
Prezado Nezim Patrício.
Vou pular toda aquela verborragia que normalmente acompanha aqueles que se propõem a escrever artigos, dado a minha escassez de tempo no momento, e a meus parcos dotes literários. Deixo a escrita mais refinada desse tipo de questionamento para gente de mais afeição às letras, como o brilhante Dr. José Flávio Vieira, que escreve tão macio quanto um Boeing 737 pousando sob as mãos de um piloto experiente.
O que me move a escrever essas poucas linhas que agora o faço, é um certo clamor que tem chegado até meus ouvidos por parte de algumas pessoas da cidade, e até membros do próprio Instituto Cultural do Cariri - ICC, do qual também sou membro, de que o ICC ainda não teria começado a funcionar de fato. Ao que parece, segundo alguns, o ICC tem se comportado atualmente apenas como "uma fábrica de imortais", mas na prática, pouco tem feito para realmente engrandecer e valorizar a cultura do cariri. Sabe-se que o provincianismo e o conservadorismo ainda é muito cultuado nesta cidade de Frei Carlos, e diz-se por aí que há um certo receio por parte do ICC de encampar as novas gerações de membros, pois estes poderiam de certa forma, ofuscar o brilho dos mais "idosos". Novamente, conservadorismo reinante.
Bem, o certo é que os tempos são outros. O Crato vive atualmente um período incontestável de efervescência cultural, com todo um aparato de auditórios, espaços propícios à manifestação da Arte e da Cultura em suas mais diferentes formas. Através de inúmeros veículos como a Internet também, dentre outros, estamos vivendo uma época em que há um verdadeiro congraçamento de gerações. O reencontro de pessoas que há muito saíram desta cidade para outras plagas e as novas gerações, que já começam a exibir a sua competência pelo excelente trabalho que ora realizam. Sendo assim, seria de se esperar que o ICC como um órgão que históricamente está ligado à cultura do cariri, não ficasse à margem desse processo, em ambiente recluso e frio, apenas para uma pequena plêiade de privilegiados que vagamente assistem a esses eternos espetáculos de premiação de novos sócios. Portando-se desta forma, o ICC vai-se na contramão da história que está sendo escrita por gente que faz ou deseja fazer alguma coisa concreta. As manifestações da Arte e da Cultura precisam ser vivas e dinâmicas. Não se pode entendê-las como um frio quadro na parede. Sendo assim, pretendendo ainda decerto evitar a multiplicidade das muitas palavras, procuro dizer em tom rápido e certeiro:
"É tempo do ICC parar de se preocupar em ser fábrica de imortais e começar a funcionar de verdade! "
Aguardo alguma resposta sobre o assunto.
As críticas, e não só os elogios, também devem ser encaradas como um processo normal para que se possa aprimorar determinadas metodologias.
Atenciosamente,
Dihelson Mendonça
www.blogdocrato.com
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