TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 15 de novembro de 2008

DAR DEU CHOQUE NO BLOG DO CRATO

O Nijair levantou no blog do crato a questão do uso de "dar" ao invés do correto gramaticalmente "dá" no título por mim publicado: UM POSTE QUE DAR CHOQUE. Na verdade dar e estar, entre outros infinitivos causam uma certa confusão quando se escreve dado o mesmo valor do som no momento de escrever. Ambos soam iguais. Quem procura um certo ritmo e um certo canto na narrativa e se além disso narra com uma certa velocidade, precisa de muita disciplina gramatical para não escorregar de vez em quando. Ao que me lembre, embora ja tivesse corrigido o texto enviado para um grupo de pessoas, na ocasião publiquei algo assim há um pouco mais de um ano e nele foi o Dihelson quem levantou a gramática.

De qualquer modo, considero o escrever gramaticalmente correto muito importante para a compreensão e para que muitos anos depois as novas gerações nos entendam. E como gramática é um todo complexo pois representa uma construção social histórica, nem sempre uma regra geral é suficiente para considerar o erro. Por isso é que as gramáticas ficaram tão longas e o pior de todas as regras gerais: cheias de excessões. Um tratado de excessões à regra, é quase um tratado de não-regra. Para não repetir a consideração do Nijair, sugiro ir aos comentários da referida matéria no blog do crato e entenderá a motivo pelo qual anexo estas considerações do verbo dar no dicionário houaiss:

1) a) em algumas acepções, dar funciona como verbo pleno, com seu próprio significado (p.ex., dar um documento a um funcionário = passá-lo às suas mãos); enquanto em inúmeras outras, faz de verbo-suporte, constituindo, com o substantivo (que na gramática tradicional é seu objeto direto), um todo semântico (p.ex., dar um abraço = abraçar); a.1) neste segundo caso, a função do verbo pendula entre a de um elemento de semântica quase vazia e aquela de um verbo não exatamente pleno, mas ainda portador de certo valor semântico maior ou menor, conforme o caso; o estabelecimento de seu sentido depende dos substantivos que com ele ocorrem na posição de objeto, tornando o número de acepções enorme; a.2) quando dar faz de verbo-suporte, o chamado objeto direto não funciona como argumento, tendo, na verdade, a natureza de um predicado, orientando o evento e classificando ou identificando o referente; a.3) por sua importância, diversas acepções de dar, usado como verbo-suporte, estão registradas no corpo deste verbete; diversas outras devem ser procuradas pelo substantivo que faz parte do objeto direto, como de hábito no restante deste dicionário; b) as acp. 2.14, 7, 13 e 19 são exemplos de verbo-suporte cuja voz difere da do seu equivalente pleno: dar na televisão é ser nela noticiado, dar aula é, aqui, receber aula, dar uma topada é tb. padecê-la, dar bicho é ser infestado pela praga: o sujeito sofre a ação, em vez de provocá-la; c) exemplos de concordância por atração com o objeto direto: deram duas horas; vão dar duas horas d) as loc. dar-se a cuidados e dar-se conta foram consid. gal. pelos puristas; 2) conj.irreg.: a) pres.ind.: dou, dás, dá, damos, dais, dão; b) perf.: dei, deste, deu, demos, destes, deram; mais-que-perf.: dera etc.; c) imper.: dá, dê, demos, dai, dêem; d) pres.subj.: dê, dês, dê, demos, deis, dêem; e) imp.subj.: desse etc. f) fut. subj.: der etc.

2 comentários:

Dihelson Mendonça disse...

Zé, veja o que eu escrevi lá agora acerca desses errinhos. Esse erro ficou mais "chocante" do que o poste, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

De maneira geral, eu também não sou afeito a erros de digitação, e sempre que posso, vou corrigindo os que eu vejo, já que lá esta é uma das minhas funções, de manter a escrita sempre dentro de um padrão. Mas somos humanos, e todos erram. Quem não erra? Até o Nijair erra, oras !!!!

Quantas vezes eu recebo textos impecáveis e lá pelo meio tem algum errinho qualquer. Isso é Besteira! A não ser quando é um erro muito grave, como o que eu recebi para ser publicado, o cara escreveu:

"Eu Axo que ele Morrel amtiomte"

...rs rs rs

Nessa aí, o Nijair iria ter um ataque...eheheheheh

Abraços.

Claude Bloc disse...

Muito conveniente e próprio seu texto. Usar (ou não) o infitivo é um quebra-cabeça para muita gente. Muitos não conseguem abstrair as regrinhas e acabam "escorregando"...
Gostei da intervenção.