TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A dádiva do ócio

Fiz a rala barba,
agüei uma trepadeira,
arrastei-me ao banheiro
refletir sobre o barulho da descarga.
Por hoje meu dia está ganho.
E ainda falta brincar com as formiguinhas da cozinha.
Farelos de pão seduzem as mais glutonas.
Ei, conheço aquela de chapéu vermelho com antenas cintilantes.
Em tempos idos era a mesma do casarão dos meus avós.
Prostrava-se aos meus pés esperando nacos de rapadura.
A simpática jovem senhora não apresenta nos olhos rugas.
As formigas não envelhecem.
Os únicos pés de galinha são seus ferrões.

Um comentário:

Marcos Vinícius Leonel disse...

realmente,poeta, as formigas não envelhecem,somos nós que fazemos isso por elas, por isso que nossas rugas são trabalhadeiras