TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 28 de novembro de 2008


Eu tenho dezenas de ânforas
Sabia?
Em cada uma delas
Guardada do tempo,
Um bem querer.
Ali, naqueles papéis,
Guardo poemas de um tempo
Em que o tempo era
A minha preocupação nenhuma.
Naquela gaiola? Tejuro
Nunca morou nenhum passarinho.
De vez em quando remexo tudo,
Mas dói...
E o de vez em quando tem de ser só
De vez em quando.
Em uma das ânforas, dia desses,
Descobri vinte e nove interrogações.
Subi no último andar
E espatifei-as na calçada.
Não agüentava mais me responder:
Porque não fui?
Porque não comi?
Porque não aprendi?
Eu sei das perguntas, barulhentas
O que eu não sei,
É como silenciá-las.

4 comentários:

Domingos Barroso disse...

É, meu irmão, o eterno silêncio e suas arapucas e seus oráculos.
Poema massa.
Abraços.

Lupeu Lacerda disse...

gostei do arapucas e oráculos
um abraço grande meu caro.
hasta la vista

Carlos Rafael Dias disse...

Com o lobo da estepe
Eu me dei bem
Várias e muitas várias vezes
Mas nas estepes desertas
Sem bares
Dei-me mal afinal
Temos que pedir a conta
E pagá-la juntos sempre juntos

COME TOGHETER

Lupeu Lacerda disse...

o foda é sempre a conta né seu rafa? mas a gente paga junto meu camarada. um grande abraço das estepes a beira do rio chico rotten.