TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


Algumas coisas só acontecem na madrugada de domingo pra segunda. É uma hora mágica, de começar coisas. De abrir com as duas mãos a máquina do relógio e ordenar: devagar! Ela balançou suas asas na mesa. Sorriu com os olhos. Convida? Convida não. Diz com os olhos: preste atenção! Demora pra chegar? Demora não. Chega na hora certa. Intima. Mostra o olho. Mergulha nos olhos. Depois beija? Beija não. Se deixa beijar. De leve. Gosto bom de mulher. Da fada. De fêmea. Diz um monte com o corpo. E fala pouco. Promete? Promete nada. É assim: cada vez, a primeira vez. De uma hora pra outra diz: ta na hora de dormir. E levitando, árvore que anda, sai da minha vista. Entra em minha vida. Passeia descalça em cima do meu coração. Ê pagu ê.

5 comentários:

Domingos Barroso disse...

Meu camarada,
o cigarro fica no meio
queimando-se por si mesmo...
Essa capacidade tua de fazer os cigarros sem pulmões quando se lê coisas tuas.
Parabéns.

Lupeu Lacerda disse...

domingos, meu irmão de escrevinhatura. tem comentários que são poemas, os teus são. com certeza. valeu cara. um grande abraço.

Claude Bloc disse...

Lupeu,

Já tinha lido alguns dos teus escritos e aos poucos fui me aclimatando e familiarizando com tua maneira de escrever.

Desta feita, teu texto me envolveu ainda mais pela leveza e pela singularidade. Sem esquecer da forma original com que descreves uma cena, um momento.

Gostei deveras!

Abraço,

Claude

socorro moreira disse...

Eu li teu poema , nos olhos de Pagu.


Beijo

Lupeu Lacerda disse...

claude
fico bem feliz que você tenha gostado. sei que as vezes assusto com o que escrevo, mas na maioria das vezes nem é proposital. é só o jeito meio sem jeito, o "desarranjado das palavras", mas de verdade? sou só um escriba cariri (metido a beat generation). um grande abraço. e hasta la vista.

help muito querida a mim
ê pagu ê
evoé dionísio
e tome vinho, que a chuva chegou com os olhos de pagu.
te amo