Hoje seria o aniversário de minha mãe, Janine Bloc.
Como ela era uma pessoa sempre doce, sempre alegre, sempre presente, vejo-me, agora, imersa em saudades, sentindo infinitamente sua falta.
Sei que ela não gostaria que eu chorasse – ela sempre foi forte!
Sei que ela não gostaria que eu me lamentasse – ela sempre foi tão segura!
Meu pensamento sempre corre ao seu encontro com mais intensidade neste dia... e minh’alma entra em diálogo secreto com ela a cada instante em que fecho os olhos. As lembranças me chamam:
Mãe,
Conversa comigo, percorro milhas sem dizer palavras...
Minha saudade teme o assédio dos soluços, sinto-me só.
Escondo-me da noite, visto-me das ondas.
Apago meu brilho em tuas pupilas
O olhar me basta, basta-me o tempo...
Depois de abastecida de tua ausência
Sorvo a madrugada, brindo o orvalho
Que me umedece...
E me apascenta.
Sirvo-me de teu silêncio
Enquanto me disperso na face oculta da noite,
Tenho asas
Tenho dúvidas que se espalham
Minhas preces clamam por ti, dentre minhas perdas.
E me invadem no meu limbo...
Deito-me
E como uma louca alimento-me de saudades.
Sangro em tua ausência
Meus sonhos sem ti são sempre incompletos
Porque me falta tua voz
O brilho de tua estrela.
Sei que ela não gostaria que eu chorasse – ela sempre foi forte!
Sei que ela não gostaria que eu me lamentasse – ela sempre foi tão segura!
Meu pensamento sempre corre ao seu encontro com mais intensidade neste dia... e minh’alma entra em diálogo secreto com ela a cada instante em que fecho os olhos. As lembranças me chamam:
Mãe,
Conversa comigo, percorro milhas sem dizer palavras...
Minha saudade teme o assédio dos soluços, sinto-me só.
Escondo-me da noite, visto-me das ondas.
Apago meu brilho em tuas pupilas
O olhar me basta, basta-me o tempo...
Depois de abastecida de tua ausência
Sorvo a madrugada, brindo o orvalho
Que me umedece...
E me apascenta.
Sirvo-me de teu silêncio
Enquanto me disperso na face oculta da noite,
Tenho asas
Tenho dúvidas que se espalham
Minhas preces clamam por ti, dentre minhas perdas.
E me invadem no meu limbo...
Deito-me
E como uma louca alimento-me de saudades.
Sangro em tua ausência
Meus sonhos sem ti são sempre incompletos
Porque me falta tua voz
O brilho de tua estrela.
Texto por Claude Bloc
9 comentários:
Em teus poemas e de outros tão poucos, eu tenho a certeza de deixar-me levar pelas asas da beleza, de deixar a minha mente vagar sem medo de tropeçar em palavras desconexas, erráticas e imitações baratas de "Fernando Pessoa", nosso gênio maior, mas que não vem ao caso agora...
O que desejo afirmar é a sinceridade e o comando da língua com que são construídos teus poemas. Falei bem, são construídos, não os constróem como um pedreiro constrói uma parede tijolo por tijolo. Eles nascem completos em sua idéia total. Isso é o que caracteriza os grandes poetas.
Tenho para mim, que ser poeta não é simplesmente a arte de dizer coisas bonitas, mas ter personalidade própria acerca dos grandes questionamentos existenciais, e do sentimento, mantendo e aperfeiçoando a linha de raciocínio sempre, até se tornar um misto de filósofo e contista, fomando um compêndio, uma obra que tem comêço, meio e fim.
Um poeta que apenas sabe brincar com as palavras sem filosofar e dizer algo de útil é apenas vaidade aliada a estudos linguísticos ...
Abraços,
Dihelson Mendonça
Querida Claude, na verdade, na verdade, o texto poderia ser enviado a seus familiares, de tão pessoal. Procurei nele todo uma frase pra elogiar, comentar, mas era tão inteiramente familiar, particular, que desisti. Li enfim.
Claude, não ache desaforado o que sem dizer me faria sentir omissa e covarde.
Abraços honestos.
Marta,
O sentimento filial é universal, é onipresente, pois que está em todos/as nós.
Falar de minha mãe ou do meu amor a/por ela representa esse sentimento que nós todos exaltamos de uma forma ou de outra, quando nos revelamos em palavras, pois somos, em essência, o fruto desse amor.
Portanto, Marta, meu texto não deve ser lido apenas em foro íntimo. Ele deve chegar às pessoas para que lhes toque esse amor inteiro de quem pôde ser feliz e usufruir desse abraço materno, mesmo que por um segundo ou por uma vida inteira.
Então Marta, sinta o poema como seu também... este é o propósito...
Abraço,
Claude
Dihelson,
Agradeço, ainda sob o impacto da emoção, as palavras que você deixou aqui para mim.
Agradeço sobretudo pela sinceridade com que você me chega nessa análise da Claude na sua maneira de se postar, na maneira como pretende se fazer sentir no momento de exibir seus pensamentos. Digo-me pretensora, porque não me considero ainda uma escritora pronta... estou a caminho. Mas sei que tenho na alma esta força que me move a escrever e a extrair de mim todas as forças do meu estro para que seja agradável, ao que me lê, a essência do meu âmago, as entranhas de meu pensamento.
Enfim, nunca se está pronto deveras, pois se nos consideramos completos, começamos a derrocada. Nos enchemos de nós mesmos e nos esvaziamos da verdade, do mundo, da vida.
Obrigada, Dihelson,
Você sim, filosofa.
Meu abraço diurno
Claude
Claude: o mais comovente é que a mãe é do gênero feminino e este canto vem de uma mulher. Isso me remete para o que de fato é: a mãe não é mais um corpo é um arco do tempo, ou melhor dizendo uma fonte do tempo.
Claude, pedi para não ficar aborrecida...é arriscado, temerário até, inferir e receber inferências no terreno das emoções, onde requer melindre.
Esforcei-me para parecer sutil no outro comentário, e apesar de ter fracassado em parte, restou o alento deste comentário d"Do Vale abrindo a vazão a outras visões sutilmente, sem a carga do sentimentalismo.
Você mesma é tão sutil, leve, deve relevar. Somos todos sobreviventes.
Claude
Pela primeira vez, seguindo seu conselho, acessei ao Blog Cariri Cult. Não concordo com a Sra. Marta F. (F de que? Filha? F?). Senti-me tão identificado com sua homenagem, que parecia ter sido eu que a escrevi sobre a minha prórpia mãe. Sua resposta foi à altura. Parabéns.
Carlos e José do Vale,
Vocês realmente entenderam meu sentimento ao escrever esta homenagem à minha mãe.
Agradeço pelo apoio do Carlos. Na verdade eu não tinha entendido muito bem a mensagem da Marta. Não sei a que vieram suas palavras e nem o que há de errado em meu texto para provocar tais palavras.
Enfim, aqui vale o diálogo. Para isto há este espaço.
Pior seria o silêncio.
Abraços aos dois,
Claude
Claude,
Andei afastada por uns dias. Imprevistos de vida.
Quando retorno , coloco em dias os textos , que a minha sensibilidade escolhe.
Admiro-te poeta e criatura
Inteligência e sensibilidade
Aqui é terreno dos Cariris .O teu "pessoal" é o nosso "coletivo".
Portas e janelas , no Cariricult não possuem trancas. A gente tem a liberdade de escrever , sentir ,gostar ... ou não se identificar.
Quando eu rejeito , silencio.
Mas existem pessoas que não elogiam e são construtivas.
Outras deslizam , na tentativa de sinceridade ... Fazer o que ?
Esquecer !
Esquecer é relevar.
Tirar do ar ...
Não respirar o pó
Inspirar delicadeza ...
-Claude !
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