O buraco das orelhas sangra
os brincos comprados inflamaram
o poeta sangra
No quintal de casa tem um labirinto
quando deixo o minotauro coletivo
trancado na calçada da rua
e venho passar paredes
vou passando nas paredes o dedo sujo
do líquido que sai
do buraco das minhas orelhas
depois limpo
com água sanitária
os azulêjos
2 comentários:
O ritual da purificação. Em face do coletivo e dos minotauros que consomem nossas entranhas em contradição: ora como voz de carinho e outra como destruidora tortura. Mas esta mulher das orelhas furadas, deixa-o fora e se interna num labirinto que suja para dizer: sujei. Depois limpa: pronto, também, tenho o dom da purificação.
Marta F. verseja em razão do que vive. Na minha precária opinião, o dom maior do poeta.
Marta F., aprofunde-se sempre mais além da carne e de alma!
Poema massa, valeu.
Abraços.
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