TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008


Ela anda? Sabe não, andar.
Meio que levita, dançando
Descalça em uma calçada
Que sei não se existe.
Dança, sei não se dança,
De verdade não escuto a música
Mas ela sim, porque dança.
E sei não, se dança.
Ela ri. Isso sei. Ri pra caralho
E o som do riso, é nela toda
É ela toda entre riso e ventania.
Soprou? É ela, ou já foi. Volta?
Sei não se volta, ou se foi.
Ela aparece. Assim: como um
Semáforo que se abre. Zupt. Pronto.
Quando pega, mais que dez dedos,
Quando solta, some, faz falta, arde
Ela beija, assim como quem come
Ou avisando: vou comer!
Depois fecha os olhos, cochila
Sem pressa, feito uma gata. É gata?
Sei não se gata, se mulher, se estrela.
Penso: vou segurar.
Quem segura água?
Quem segura vento?
Quem segura risada?
Aí que só olho, bebo, respiro e rio.

Nenhum comentário: