TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 6 de dezembro de 2008

Entre

O monitor engordurado.
As teclas sujas do suor dos meus dedos.
Caroços de seriguela pela escrivaninha.
Acabei de tomar banho.
Antigamente sabia o nome dos sabonetes.
Agora nem sinto perfume.
Minhas narinas entupidas -
ou minha alma perdeu a delicadeza floral.
Tarde de sábado opaca mas não tristonha.
Meu fígado adormecido.
Meu coração buscando sangue sei lá onde.
Minha mente brincando de espadachim.
Água, guaraná, fanta, suco de acerola.
Minhas cúmplices desta tarde de sábado.
Simplória tarde de sábado mas não melancólica.
Preciso passar uma flanela no computador.
Pintar de branco a escrivaninha.
Degustar mais seriguelas.
Sobretudo aquelas congeladas
que se abrem nos dentes.

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