O astrolábio
Eu conheci Zulmira
Que se debatia em convulsões
No chão da cozinha
Amornados pelo fulgor
Depois o olhar sereno
Pousado sobre os subjetivos
O retorno se dera
De solstícios e equinócios
Deveras impronunciáveis
Cemitério de falas mortas
Não é o silêncio ainda
O que muda não é a memória
4 comentários:
Toda a brevidade da alma.
Toda a densidade do corpo.
Entre ambos, algo maior.
Belo poema, meu irmão.
Abraços.
Leonel: não lembro de ter lido algo em literatura artística mais exato do que as duas estrofes do meio, sobre o estado logo após a convulsão epiléptica. Normalmente os escritores preferem falar da dramaticidade da convulsão.
Valeu, poeta do cotidiano, ainda ando em busca das esquizofrenias reveladas, não as patológicas, mas aquelas ditas por Lacan, que prenunciam uma ruptura da linearidade em uma profusão de signos e fragmentos.
abraços
Meu querido observador ideal, José do Vale, de nada vale a poesia que não tem imagem, como da mesma forma de nada vale a poesia sem um leitor com o poder de penetrar nas entrelinhas, como o seu.
abraços
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