TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O dioptro

Existe um terreno baldio
Nos confins do destino
Onde os pórticos esfarelam
E os arrimos atrofiam

Só alguns peregrinos
Conseguem encontrar lá
Mapas desidratados e
Cajados evolvidos de válvulas

Não há lá cognição
Mais pesada que o ar
É preciso então evaporar
Da alma desejos e dejetos

Eponina esteve lá e lá
Desenvolveu a sublime arte
De extrair as sombras que
Torturam a luz dos candeeiros

4 comentários:

Lupeu Lacerda disse...

a arte de extrair as sombras...
eponina é a bruxa
que comanda a noite
mãe dos poetas e
lunáticos em geral.
aí vem o vento
e balança as chamas do candeeiro
e os dedos do lobo
que descreve, nos confins do destino
o mapa desidratado da poesia.

muito bom man.

Domingos Barroso disse...

Esses versos encaixados
que saltam os olhos para a imensidão...
Suntuoso poema,
meu camarada.
Abraços.

Marcos Vinícius Leonel disse...

Valeu The Lupas, não existe nada melhor do que um comentário em versos
grandes.

abraços

Marcos Vinícius Leonel disse...

Grande Domingos, em noite inspirada, heim velho!?

Língua solta, além dos trapos. Hoje a coisa tá boa demais.

abraços, poeta