TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Elmo

Conta-se com o
Barulho e a infidelidade
Das apostas feitas

Conta-se com o
Constante revolver
Dos prognósticos

Daí a sisudez ao incluir
Ou excluir tudo aquilo
Que se invade ou se evade

Mas não há lógica
Em desbastar o sumo
E empilhar os resquícios

Assim se debulhavam
Por entre a velha prótese
As palavras de Adalgisa

Já quaravam no anil
As palavras antes de ela ser
Rezadeira por dádiva

Quando ela ainda flutuava
Na força volátil do orvalho
Bem antes de existir

3 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Os poetas do Cariri me agradam pois não me deixam numa zona de conforto. Fazem poesia sem que o fácil ou o difícil entre em questão. A questão é bem outra, a necessidade de concentrar-se, de chegar até o átrio de seus ritos. Como este poema do Leonel. Nas primeiras estrofes forma-se a mecânico banal (quase crítica) da perenidade dos prognósticos. Mas daí em diante surge uma fresta mística de imagens belas: "quaradas no anil, na força volátil do orvalho, bem antes de existir". Isso sobre as palavras da rezadeira em sua pronúncia de prótese dentária.

Marcos Vinícius Leonel disse...

Valeu, José do Vale, estou iniciando um novo projeto, já com algumas poesias feitas, sem título ainda. Próximo ano lançarei pelo menos dois desses livros inéditos, fora aqueles já acordados pela Kabalah.

abraços

Domingos Barroso disse...

Marcos Vinicius Leonel, meu camarada,
não tem como publicar "vem amor bater tambor" Digo, como apresentar esse trabalho nas mãos da Kabalah?
Apenas - em qualquer forma de publicação - a única condição seria o prefácio ser seu. Não abro mão.
Abraços.