TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

PESARES

Apesar de tudo, e dos sentidos que aguçamos
Como o limar de uma pedra sem fim
Permance o opaco sobre os olhos
E uma nuvem intensa sobre a paisagem

Os elefantes, pelo delírio vôam
E as borboletas diferente de antes
Rastejam a vaidade de suas asas sobre a gleba
Nada mudou, mas tudo enfim não há de permanecer o mesmo

Não ao mesmo sol a vazar sobre as arestas
Das frestas das fendas de minha porta
Corta então o tédio arenoso sobre mim
Pois a vista perdida na paisagem,

A catar as migalhas da realidade
Que me encaparam entre os dedos
E agora resta-me o medo,
Dos segredos deste fardo, que arde sobre mim

2 comentários:

Dihelson Mendonça disse...

Beleza de poema, Sávio!

Fiz uma homenagem à você, refazendo esse poema a meu modo, como o vejo.
Dá uma espiada aí mais acima...

Abraços,

Dihelson Mendonça

Antonio Sávio disse...

Dihelson, acabei de ver o poema ou releitura que fizeste sobre o(s) meu(s) "Pesares" e confesso que fiquei surpreso, pois não sabia que acompanhava tão atentamente meus poemas. Desde já fica aqui minha gratidão pela atenção e respeito dedicado a minha pequena tentativa de uma obra poética.
Abraços.