Este momento sereno -
em que percebo os neurônios
brincando - inquieta-me.
Apavoro-me com a possibilidade
de sair levitando pelas calçadas.
Até agora
deixei a bebida,
deixei o cigarro
e outras químicas.
Estou mais limpo e cheiroso
que o pijama do meu filho
após um profundo mergulho
na água sanitária com amaciante.
Até agora
minha alma agradece
pela ausência de secreção biliar
no assento da privada.
Mas tenho medo
dos neurônios brincando
sobre pontes frágeis e trêmulas.
Vai que um cai e sente de novo
aquele friozinho na barriga.
Até agora
minha salvação é escrever
com a mão engessada.
Quinze dias afastado do trabalho.
Uma taça de vinho não seria tão degradante.
Lástima é que brilha uma garrafa inteira.
3 comentários:
Deixai os neurônios brincarem, Poeta...
Nada de novo na fronha1
Grande poesia, maior o poeta.
abraços
evoé baco, evoé dionísio, evoé domingos
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