Eu sempre bebo a dose de veneno que mata.
E não morro.
Eu sempre conto o fatal antes da notícia.
E ela sempre me desmente.
Quando chove derrubo prédios.
Quando seca mato vacas e gente.
Se acender um fósforo conto de bombas.
Mas solto os cadarços.
Mas sei dos sinais do semáforo.
E não adivinho.
Hesito olhando a faca da manteiga.
Hesito olhando a manteiga.
Hesito.
Depois decido beber de novo o veneno.
Dose letal.
E continuo vivo.
Um comentário:
Lupeu, velho camarada,
A eternidade é garantida pela prole ou pela obra. Nos dois sentidos você já é eterno, sem contar a sua poderosa coerência que atropela desavisados e inconvenientes.
Vida longa e muita arte, irmão!
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