Leonardo Boff ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1959 e ordenou-se sacerdote em 1964. Em 1970, doutorou-se em Filosofia e Teologia na Universidade de Munique/Alemanha. Seus questionamentos a respeito da hierarquia da Igreja, expressos no livro "Igreja, Carisma e Poder", renderam-lhe um processo junto à Congregação para a Doutrina da Fé, então sob a direção de Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI. Em 1985, foi condenado a um ano de “silêncio obsequioso”, perdendo sua cátedra e funções editoriais na Igreja Católica. Em 1992, ante nova ameaça de punição, desligou-se da Ordem Franciscana e pediu dispensa do sacerdócio. Em 1993, foi aprovado em concurso público como professor de Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde é atualmente professor emérito. Como professor visitante, lecionou nas seguintes Universidades: de Lisboa (Portugal), Salamanca (Espanha), Harvard (EUA), Basel (Suiça) e Heidelberg (Alemanha). É doutor “honoris causa” em Política (Universidade de Turim/Itália), e Teologia (Universidade de Lund/Suécia). Sua produção literária e teológica é superior a 60 livros, entre eles o best-seller "A Águia e a Galinha". Suas obras foram publicadas no exterior (a maioria). Atualmente vive em Petrópolis/RJ, com a educadora popular Márcia Miranda. (Fonte: Enciclopédia Wikipédia).
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"Todo poder é autoritário, seja nazista ou fascista, porquanto altamente negador da ternura, da sexualidade, da intimidade. E na Igreja há isso; então é um poder altamente autoritário. No “cânon” que fala dos poderes do papa ele é absoluto, ilimitado, universal, sobre cada cristão, sobre toda a Igreja, e... infalível. Se você risca papa e bota Deus, vale. Ele atribui a si características divinas. Então, é um poder que em teologia se chama totatus dictatus papa, expressão latina que se criou no século XIV: literalmente traduzido, "a ditadura do papa". Então, é essa a perspectiva de um poder altamente centralizado, piramidal e totalitário, que engloba tudo, não convive com a fragilidade do amor, da sexualidade. A essa estrutura pertence o celibato e também o poder mais imediato: você não tem partilha, não tem herança, não tem de se preocupar com a educação dos filhos ou onde a mulher vai ficar, nada. Você se torna um soldado totalmente disponível à instituição.Quanto à figura de Ratzinger, seja como mestre, como prefeito da congregação ou como Papa, eu diria que não há mudança substancial. Ele sempre manteve uma linha teológica de fundo inalterável, isto é, o projeto de construir a Igreja para dentro, reforçar as instituições eclesiásticas e a autoridade do Papa, revalidar o direito canônico, sublinhar uma leitura dogmática da fé cristã. Eu diria que em alguns destes aspectos ele, inclusive, radicalizou no sentido de que a fala de um Papa é muito mais poderosa do que a fala de um prefeito de uma congregação, porque este tem como objeto as doutrinas, enquanto o Papa tem como destinatário toda a Igreja. Na medida em que esse Papa insiste enormemente que igreja mesmo é só a Católica e continua repetindo que as demais igrejas não são igrejas e que as demais religiões necessitam de salvação, ele toma para si um fundamentalismo light. Por que fundamentalismo? Porque acentua de tal maneira a própria doutrina que exclui as demais e isso não parece ser a perspectiva do cristianismo originário, nem a perspectiva bíblica."
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"Todo poder é autoritário, seja nazista ou fascista, porquanto altamente negador da ternura, da sexualidade, da intimidade. E na Igreja há isso; então é um poder altamente autoritário. No “cânon” que fala dos poderes do papa ele é absoluto, ilimitado, universal, sobre cada cristão, sobre toda a Igreja, e... infalível. Se você risca papa e bota Deus, vale. Ele atribui a si características divinas. Então, é um poder que em teologia se chama totatus dictatus papa, expressão latina que se criou no século XIV: literalmente traduzido, "a ditadura do papa". Então, é essa a perspectiva de um poder altamente centralizado, piramidal e totalitário, que engloba tudo, não convive com a fragilidade do amor, da sexualidade. A essa estrutura pertence o celibato e também o poder mais imediato: você não tem partilha, não tem herança, não tem de se preocupar com a educação dos filhos ou onde a mulher vai ficar, nada. Você se torna um soldado totalmente disponível à instituição.Quanto à figura de Ratzinger, seja como mestre, como prefeito da congregação ou como Papa, eu diria que não há mudança substancial. Ele sempre manteve uma linha teológica de fundo inalterável, isto é, o projeto de construir a Igreja para dentro, reforçar as instituições eclesiásticas e a autoridade do Papa, revalidar o direito canônico, sublinhar uma leitura dogmática da fé cristã. Eu diria que em alguns destes aspectos ele, inclusive, radicalizou no sentido de que a fala de um Papa é muito mais poderosa do que a fala de um prefeito de uma congregação, porque este tem como objeto as doutrinas, enquanto o Papa tem como destinatário toda a Igreja. Na medida em que esse Papa insiste enormemente que igreja mesmo é só a Católica e continua repetindo que as demais igrejas não são igrejas e que as demais religiões necessitam de salvação, ele toma para si um fundamentalismo light. Por que fundamentalismo? Porque acentua de tal maneira a própria doutrina que exclui as demais e isso não parece ser a perspectiva do cristianismo originário, nem a perspectiva bíblica."
Autor: Frei Leonardo Boff -
Postado por: José Nilton Mariano Saraiva no Blog do Crato
2 comentários:
Humm!
Interessante!
os católicos não se incomodam (nem um pouco) quando pululam neste blog proselitismo às seitas. Se não estou enganado, dias atrás desencarnaram até Chico Xavier. Ninguém chiou. Nem vai chiar.
Quem quis, leu.
Quem não quis fez o mouse andar mais rápido para baixo.
E pronto!
Nada de ficar destilando preconceitos, traumas ou ódios ou perdendo tempo como uma discussão inútil.
Afinal, todos têm liberdade de acreditar no que quiserem. A Constituição garante isso. Depois, na abertura do Cariricult consta :
“Cada colaborador é responsável pelas suas opiniões aqui emitidas”.
Não existe mais censura no Brasil. Postem textos e mais textos...Ninguém vai se incomodar!
Só uma coisa não entendo: Por que esses críticos da Igreja Católica – agnósticos, ateus e “livres pensadores” – não escrevem seus próprios pensamentos? Ao invés disso, colocam textos DE OUTRAS PESSOAS? DE TERCEIROS...
Quanto à discussão de crenças religiosas das pessoas, volto a repetir o que escrevi há um ano:Nada mais arcaico, infrutífero, burro mesmo...
Mas, enfim, gosto não se discute.
Nem estou preocupado com isso.
Armando
PS – Ia esquecendo: aos que se arrimam nos escritos desse ex-frei Leonardo Boff, que agora se empenha em escrever livrinhos oportunistas para adolescentes sobre ecologia (inventou até o neologismo "eco-espiritualidade") não tenho medo de externar minha opinião. Lá vai:
Genésio Darcy ( este o verdadeiro nome do ex-Leonardo Boff ) é um herege e apóstata (para quem não sabe: apostatar: desertar da fé, mudar de religião).
Qual um Dom Quixote, ele parte para uma guerra imaginária (Freud explica?)declarada contra o Papa e contra a Igreja Católica. Isso é excelente! Nada como o câncer aparecer, para ser melhor extirpado.
É salutar, pois, que os hereges declarem abertamente o que são, e que saiam, ou sejam expulsos (como o Boff) da Igreja Católica , na qual eles só permaneceram para mais facilmente atraiçoá-la.
Chega de Calabar.
Nesse artigo “boffento”, Genésio Darcy tira a máscara, mostrando que está em guerra contra a Igreja e contra o Papa Bento XVI.
Tremei, milhões de verdadeiros católicos no mundo inteiro!
Fui...
Como o Zé Flávio tomou a iniciativa de colar lá no Cariricult a nossa postagem sobre o pensamento do Leonardo Boff tratando a respeito dos excessos do poder papal, originária aqui do Blogdocrato ( pelo que lhe somos gratos ), o Armando Rafael “pegou pesado”, lá, ao indagar: “Por que esses críticos da Igreja Católica – agnósticos, ateus e “livres pensadores” – não escrevem seus próprios pensamentos? Ao invés disso, colocam textos DE OUTRAS PESSOAS? DE TERCEIROS...” num recado não tão “mala direta” assim, já que não fomos citados textualmente.
É estranho que o Armando, cobra criada e passada na casca-do-alho ignore que pessoas possam TRANSCREVER (usando as devidas aspas, evidentemente) frases ou textos com os quais concorde em gênero, número e grau e desde que citando a “fonte” respectiva (e na nossa postagem estão lá as aspas e, com todas as letras, a observação-Autor: Leonardo Boff);
em segundo lugar, o Armando nos conhece muito bem e sabe que temos opiniões próprias e a coragem suficiente de externá-las, independentemente de quem esteja do outro lado (políticos, religiosos, poderosos e por aí vai);
em terceiro lugar, o Armando peca por intolerância e incoerência porque, ele mesmo, num comentário recente lá no mesmo Cariricult, logo abaixo do texto sobre o Boff que ele critica, TRANSCREVEU uma extensa matéria extraída do Blog do jornalista Mino Carta ( que é amigo e admirador do presidente Lula da Silva mas que, vez por outra, quando não concorda com ele, mete o pau sem dó nem piedade, como deve ser, ao contrário de alguns parajornalistazinhos de quinta categoria, que se abrigam em outras publicações);
e, finalmente, para que dúvidas não pairem sobre nossos posicionamentos, deixamos aqui o registro de um comentário que fizemos em resposta ao Morais, tratando a respeito do famoso Padre Cícero, sem que nos preocupemos se seremos ou não trucidados ou queimados vivo por seus seguidores:
Morais,
"O Padre Cícero, ao seu tempo, foi uma figura inteligente, esperta, viva, manipuladora e calculista que, culto e em meio a uma massa ignara, manobrou esta com imensa maestria e competência, objetivando satisfazer ambições pessoais de cunho político, daí sua "penalização" pela Igreja (a hierarquia teria sido afrontada e desrespeitada).
O principal "milagre" que lhe foi atribuído, antes de tornar-se o atual mito midiático, aquele da transformação da hóstia em sangue na boca da beata Mocinha, é de uma fragilidade e inconsistência a toda prova.
Deverá ser reabilitado, perdoado e canonizado no futuro, é verdade, por duas simples razões: a Igreja, adoradora do vil metal e adepta do lucro fácil, tende a explorar à exaustão os coitados dos "romeiros", deixando-os literalmente na lona e mais miseráveis ainda, contando para tanto com a retórica ensaiada dos seus "multiplicadores" (bispos e padres, devidamente enquadrados), já que a perda galopante de adeptos é uma realidade que preocupa até o Papa; e contará, também, com a ajuda de uma mídia carente de mitos e heróis, principalmente a TV, que só objetiva, também, faturar em cima da tal mitologia. Não é sem razão que os empresários de Juazeiro se fizerem podres de ricos em cima disso. Pura questão mercantil.
Agora, o "verdadeiro milagre" do Padre Cícero é que, em sendo cratense, é reverenciado pelos juazeirenses.
Ou será que eles (os juazeirenses) algum dia já haviam sequer sonhado com tão terrivel possibilidade ???"
Mais transparente que isso impossível, não ???
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