Não me queixo dos meus olhos
apesar de opacos e molengas.
Meus olhos não me pertencem
nem do tempo são escravos.
O mundo deles é separado
da minha angústia.
Não digo que festejam minha ruína
mas pouco se importam com a escuridão.
Meus olhos possuídos por fantasmas
sabem muito bem apagar a luz
e refletir sombras.
Não me queixo mesmo dos meus olhos
apesar da distância e da indiferença.
Meus olhos donos do próprio cisco
e da própria cegueira
sequer combinam com as lágrimas
a próxima chuva.
Não são minhas posses
esses olhos
opacos e molengas.
Um comentário:
A luz
seja do olhar
seja do luar
seja difusa
seja fria
seja forte
seja opaca ...
Consegui descobri-la
na escuridão do nada.
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