TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE
domingo, 8 de fevereiro de 2009
O vale do nada tem isso: um nada cheio de abutres. Divinéia bebia goles de uma bebida esverdeada e me contava do vale do nada. Perguntei dos abutres. Ela me dise que não importavam. Eram só abutres. Me contou que um dia, ela não lembra que dia, entrou em um ônibus e foi pra uma cidade no sopé de uma serra esverdeada. Me contou que percebeu as mãos. Dela. Das pessoas. Que passava horas intermináveis olhando suas mãos. Me disse, assim como quem diz nada, que quando o artesão joão fez a primeira fêmea, ele começou pelas mãos. Disse a ela que seria uma escultura impraticável. Ela disse que impraticável era bater uma punheta com os cílios.
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