Átrio de sombra de poucos à parte a alguns
Abrigo nunca acolhe a todos, escolhe uns
O espaço é curto, só o tempo é eterno e curvo
Arte no micro, no fone, na tela, no vídeo
Janelas abertas, mas com persianas
Indianas, italianas, balzaquianas...
É arte com culinária,
Arte com boemia,
Arte premiada,
Arte com putaria,
Arte pra distrair a calamidade
Arte-realidade a que levaria?
Se fosse o caso levar a cabo
A emancipação pela poesia
Então seria evitar o burlesco
E ficar de joelhos
Pra atingir a altura
Da menor sabedoria
Se através do que fosse
Fazer crescer o néscio
Nos pátios, parques e feiras
Versos inversos
Dissolver acomodações
Educadores como Sócrates
Instruir os ignóbeis, revolução
Na letra ensinante
Num palco inquietante
Na voz edificante
Num traço delirante
A obra que ressoa longe
Ou denuncia o absurdo
E promove o indivíduo
Ou é isso, ou é isso...
As gravuras de Durer
Durante a inquisição
Hoje documento
Arte como terapia
Para a inquietação
Instrumento de abolição
Pelo esclarecimento
Um comentário:
Esse tem o tom da mais fina poesia. Belo poema.
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