TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Vazio

Qual o poema desta tarde?
Meus dedos entreolham-se.
O mindinho aponta pra cima.

Então os olhos bravejam -
"ei, não temos nada com isso!"

Meus filhinhos,
qual o poema desta tarde?
Majestoso silêncio.

Olho para os dedos -
balanço a cabeça.
Desprezíveis, penso.

Levanto-me da cadeira giratória -
diante do espelho encaro meus olhos.
Covardes, penso.

Sem a cumplicidade
dos dedos nem dos olhos
nesta tarde não escrevo poema.

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