Branco de olhos azuis
Dizer que a atual crise do capitalismo é uma questão étnica (ou racial se preferirem) parece uma “forçação-de-barra”. Um cheiro de preconceito racial. A crise dos louros e olhos azuis deve ter feito muito galego não sair da cama. Como estamos numa “democracia” da poliça, como se diz por aqui quem tem c...tem medo. Eu mesmo se tivesse olhos azuis só usaria óculos escuros, até naquelas noitadas do bem bom a dois. Agora vocês imaginam se, além disso, você é louro, dos olhos azuis e nasceu na Europa ou nos EUA? Deveria cagar de medo desde a fala presidencial.
Hoje fui andar na rua e encontrei Pirrita, um mulato que conserta panela ali na esquina da Jardim Botânico. Dei bom dia e estranhei o ar pachorrento dele, um tanto folgado de personalidade no espaço que o mundo lhe deu. Perguntei o motivo de tanta folga ao que respondeu: pelo menos neste dia nós não fomos os suspeitos de sempre.
Andando na Lagoa uma pessoa esperando um ônibus no ponto: vou me candidatar, empregar todo mundo na campanha financiada e depois viver as delícias do parlamento. Saí andando com a certeza que falar sobre política no sentido grego era um anacronismo imenso no Brasil. Política é uma profissão que se evolui juntando caraminguás e se aliando a poderosos interesses. O jeito foi dar uma corridinha para que o colesterol desta última conclusão não me entupa o cérebro, enquanto este se diluía na paisagem anacrônica da Lagoa (o verde que se perde no concreto).
Outro dia troquei e-mails com uma pessoa dos blogs. Olá onde estás escrevendo agora? Não encontrei teus ótimos textos e poesias! Ao que me respondeu: cansei, não tenho saco para aquele ambiente. Estranhei e me fiz entender: mas como? Se o ambiente é diverso, tem tanto debate, há um levantamento contínuo de questões novas? Ele rebateu: é o que imaginas. Tens escrito muito neles nos últimos dias não percebes o quanto minhas razões de ausência estão bem sustentadas. As coisas estão emperradas, rodam sobre o mesmo centro como uma província de amigos. Aí eu parei de rebater o escritor (a). Pensei que exista quem não escreva por ocupação intensa, outros por se dedicar ao próprio blog, mas é certo que outros se cansaram do assunto e dos escritores de lá. Desliguei o computador com a sensação que seria bom, também, dar um tempo. Só um tempo. Afinal domingo é folga e segunda volto.
Hoje fui andar na rua e encontrei Pirrita, um mulato que conserta panela ali na esquina da Jardim Botânico. Dei bom dia e estranhei o ar pachorrento dele, um tanto folgado de personalidade no espaço que o mundo lhe deu. Perguntei o motivo de tanta folga ao que respondeu: pelo menos neste dia nós não fomos os suspeitos de sempre.
Financiamento eleitoral
O Ancelmo Góis falando sobre as doações das empreiteiras para políticos (tanto as “por fora” quanto as “por dentro): há políticos honestos que usam grana só nas campanhas. Mas há políticos ladrões que embolsam parte ou mesmo todo o dinheiro. Entenderam o Ancelmo? Nem eu: então a diferença não é o poder econômico deturpando o processo eleitoral. Por isso que não é freqüente se atribuir ao povo as más escolhas e, no entanto persistir a dúvida, pois as pessoas são compradas pelo poder econômico. Sua consciência é turvada por dois mecanismos no mínimo: a) pela pobreza com necessidades permanentes e b) já que é para empregar o rico, pelo menos eu levo o meu.Andando na Lagoa uma pessoa esperando um ônibus no ponto: vou me candidatar, empregar todo mundo na campanha financiada e depois viver as delícias do parlamento. Saí andando com a certeza que falar sobre política no sentido grego era um anacronismo imenso no Brasil. Política é uma profissão que se evolui juntando caraminguás e se aliando a poderosos interesses. O jeito foi dar uma corridinha para que o colesterol desta última conclusão não me entupa o cérebro, enquanto este se diluía na paisagem anacrônica da Lagoa (o verde que se perde no concreto).
Os blogs da minha terra deixa a gente....
Os blogs são o que são. Os do Crato, por exemplo, não poderiam deixar de falar em religião. Debater o papa. Falar de excomunhão. Dificilmente poderiam deixar de ter ideologia de esquerda e direita. Claro ter muita saudade. Falar na crise econômica. Levantar as emergências do tempo. Sem dúvida precisam de um pé no governo para sua sustentabilidade. Ter brigas como se na praça. Noticiar as políticas públicas e os eventos de dor, festejo e alegrias. Quanto mais tais feitios se encontrem num verdadeiro painel em formato vertical, mais próximo são os blogs da própria região.Outro dia troquei e-mails com uma pessoa dos blogs. Olá onde estás escrevendo agora? Não encontrei teus ótimos textos e poesias! Ao que me respondeu: cansei, não tenho saco para aquele ambiente. Estranhei e me fiz entender: mas como? Se o ambiente é diverso, tem tanto debate, há um levantamento contínuo de questões novas? Ele rebateu: é o que imaginas. Tens escrito muito neles nos últimos dias não percebes o quanto minhas razões de ausência estão bem sustentadas. As coisas estão emperradas, rodam sobre o mesmo centro como uma província de amigos. Aí eu parei de rebater o escritor (a). Pensei que exista quem não escreva por ocupação intensa, outros por se dedicar ao próprio blog, mas é certo que outros se cansaram do assunto e dos escritores de lá. Desliguei o computador com a sensação que seria bom, também, dar um tempo. Só um tempo. Afinal domingo é folga e segunda volto.
6 comentários:
José do Vale
Achei muito pertinente o comentário do seu anônimo interlocutor. O blog às vezes parece monotemático e quase que feito por poucos postadores que se dão ao luxo de postar e comentar, sozinhos, seus próprios posts. Qualquer dia eles vão começar a polemizar com eles mesmos em réplicas, tréplicas etc.
É claro que parte da culpa é dos que passivamente só leem. Ninguém pode ser culpado de superprodução mas como o blog é um coletivo seria interessante ver mais diversidade de pensamento.
Maurício: e sendo coletivo tem este atrativo sem igual para quem gosta de ler e escrever. Faz este sair do monólogo, afinal este domicílio que já tem tudo (comida pronta, abundante e conservada / cinema à vontade / música sem igual / é quase uma central de comunicação / ambiente climatizado e assim por diante - falo das classes médias, mas na área popular isso também já ocorre) nos remete para uma solidão ruidosa. Agora mesmo estou na frente desta tela, a companheira noutro cômodo se arruma para sair, o filho num terceiro, assiste televisão e eu, converso com você, acho que nunca nos encontramos fisicamente, é um final de tarde de domingo. Cheguei do interior do estado e logo abri o computador para ler os dois blogs coletivos do Crato. Na solidão ruidosa, mas achando-se numa diversidade necessária.
Zé do Vale
acho que você era amigo de meu irmão Tarcísio (Tarcisinho que fez medicina em Fortaleza) e deve ter sido colega do meu tio Alfredo.
Paloma: colega não. Irmão. O Tarcisinho fomos alfabetizados juntos. Ele era tão pequeno que o escodíamos na própria carteira. Dona Bernadete Cabral fazia a chamada e ele não se encontrava em sala, mas depois saiu em um tchan espetacular ficando de pé dentro da carteira (eram carteiras com um pequeno baú em que levantávamos a tampa e guardávamos os livros). O Alfredo também desde os mais remotos tempo, mas este me acompanhou mais tempo pelo Colégio Estadual onde tínhamos um grupo de teatro e um tablóide. O Alfredo foi estudar em Recife e nunca mais o vi desde o final dos anos 60. Já o Tarcisinho foi meu colega de faculdade em Fortaleza até que me transferi para o Rio onde terminei a graduação.
Tarcisinho trabalha em Sobral e Alfredo mora em Fortaleza onde trabalha no dnpm (ele é geólogo).abraço.
Zé do Vale
agora que vi que meu comentário sobre Tarcisinho e Alfredo foi com o nome de Paloma uma filha de um amigo que estava usando o meu computador (não entendi a confusão). fazemos as coisas tão automaticamente que nem nos damos conta de algo tão visível.
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