Embora não reconhecida pela Igreja Católica e adeptos, a condição de “católico não praticante” é atribuída àquele indivíduo que, apesar de batizado e crismado, não pratica a religião em sua plenitude, porquanto se abstém de regularmente tomar parte de ritos como a missa e raramente recebe algum dos seus sacramentos; isso, por discordar dos dogmas estratificados da Igreja, do anacronismo de suas posições, do seu reacionarismo exacerbado.O “católico não praticante” acredita, sim, na existência de um ser superior, um único Deus (Criador do Céu e da Terra), mas não na Igreja, não no Papa, não nos bispos, não nos padres, não nos diáconos, embora aberto e receptivo se ache a ponderações outras, capazes ou não de “fazer sua cabeça”; reza e ora, isoladamente e contrito, e é, sim, temente a Deus. E aqui, cabe um questionamento que a própria Igreja poderia muito bem encorajar: por qual razão o “batismo” não é realizado na fase adulta da pessoa, quando ele tenha condição de exercer o “livre-arbítrio” (decidir se quer ou não ser católico) ? No Brasil, segundo censo do IBGE (2000), 73,6% da população declarou-se católica (em 1980, eram 89,2%); desses, apenas 20,0% comparecem à Igreja com regularidade e participam dos seus sacramentos, enquanto 40,0% consideram-se “não praticantes”; os demais optaram por definir-se como “sem filiação religiosa” (vide site Wikipédia/Catolicismo/Não Praticantes).Como o alemão Joseph Ratzinger (papa Bento XVI) acaba de empreender viagem a um dos continentes mais miseráveis do mundo, a África, centremo-nos em um dos temas por ele abordado, porquanto emblemático do “porque” da descrença na Igreja Católica e, conseqüentemente, da sua derrocada, do seu progressivo, comprovado e compreensível esvaziamento: a terminante proibição do uso de preservativos nas relações sexuais, assim como a utilização de quaisquer anticoncepcionais.Sejamos, então, realistas, deixando de lado a hipocrisia, reinante aqui e alhures: pense naquele amigão católico, solteiro ou mesmo bem casado, que você com certeza tem, e responda com sinceridade: será que ele segue o manual do Vaticano? Seu amigo não pratica (fora do casamento) ou praticou sexo (antes do casamento), como determina a Igreja? Seu amigo, freqüentador assíduo das missas dominicais, um exemplo de bom filho, bom pai, generoso doador de dízimos para a Igreja, cidadão acima de qualquer suspeita, nunca usou a camisinha na prática de sexo casual nos fins de semana, com alguma jovem adolescente que conheceu na balada (e pagando por isso)? Será que seu amigo vai à missa só para rezar e comungar ou tal momento se prestaria à observação atenta de mini-saias ou decotes generosos das moçoilas presentes, possíveis “presas” no futuro ? Por qual razão a mercantilização da “atividade moteleira” (uso de motel) é uma das mais rentáveis do país, hoje, tendo por carro-chefe o sexo? Ou, ainda, será que no lar, no próprio e sagrado leito conjugal, seu amigo ou mesmo os milhões de católicos, se abstêm do uso do preservativo, enquanto sua venerável esposa evita a ingestão do temido e proibido anticonceptivo, a fim de evitar uma gravidez indesejada? São questionamentos pertinentes e que não configuram falta de respeito, como hão de esbravejar.Pois bem, lá na longínqua e sofrida África, um país miserável onde o vírus da Aids se propaga a uma velocidade supersônica e matando em escala geométrica, o alemão Joseph Ratzinger (papa Bento XVI), aos dirigir-se aos milhares de jovens, condenou veementemente o uso da camisinha nas relações sexuais, mesmo que para isso tenham necessariamente que partir para a renúncia da atividade sexual; como se isso fosse possível. Que castigo mais hediondo, não?Não seria uma oportunidade para, ao contrário, encorajar e incentivar o seu uso, a fim de evitar ou pelo menos estancar a contaminação por um vírus tão letal ? Uma oportunidade propícia para se prevenir abortos inevitáveis e filhos indesejados?Enquanto isso, aqui, na vizinhança da nossa província, temos a esdrúxula atitude do caricato “Dom Dedé” que, ante a estupefação de todo o planeta, em nome da Igreja excomungou meio-mundo de gente, mas recusou-se a fazê-lo com um marginal-estuprador confesso, blindando-o, já que teria cometido apenas um “pecado grave”.E olhe que no Brasil o aborto é permitido, sim, em pelo menos duas situações, ambas presentes na ocasião. Por qual razão, então, o Direito Canônico há que se sobrepor às leis do país? Não estaria a Igreja a cometer uma intromissão indevida em assuntos de Estado? Com que direito? O Estado brasileiro não é laico?Por que, então, ao invés de acusar de desrespeitoso quem não reza pelo seu catecismo, os adeptos da Igreja não se preocupam em responder e esclarecer sobre a Inquisição, os padres pedófilos, as atrocidades cometidas pela Igreja lá atrás, a suntuosidade dos templos católicos, (que vai de encontro e na contramão de uma anunciada preferência pelos pobres e deserdados)? E os padres homossexuais, e o assédio sexual dos padres garanhões contra mulheres do próximo, freqüentadoras ou não da Igreja ? E a inadmissível falta de resposta (pelo menos, incrivelmente não consta na rede mundial de computadores) para uma pergunta inocente, mas que parece incomodar e muito: qual a verdadeira “causa mortis” que vitimou a beata Maria de Araújo? Ou temos que aceitar, passivamente, uma história que, num passado não tão distante, a própria Igreja encarregou-se de renegar, penalizando e desautorizando exemplarmente um dos seus partícipes, por entendê-la uma farsa, um verdadeiro embuste? (o milagre da hóstia). Não tenhamos dúvidas: pode até demorar, mas o Padre Cícero deverá, sim, não só ser “reabilitado” pela Igreja, mas, também, “beatificado”, “canonizado” e “entronizado”, em razão do consórcio de interesses escusos da mídia, Igreja e política, que passa pela mercantil exploração desumana dos romeiros. Alguém duvida disso? Juazeiro do Norte e seu crescimento exponencial estão aí para comprovar. Não estaria na hora, então, de se fazer um debate qualificado e esclarecedor, a respeito? Por que tanto temor em abordar de frente algo tão sério, publicamente?Não estaria aí a razão verdadeira da existência do autêntico exército de “católicos não praticantes”? Sim, porque independentemente da Igreja e seus adeptos teimarem em não os reconhecerem, os “católicos não praticantes” existem, sim, e são milhões (vide o percentual da Wikipédia, acima).Alfim, para uma serena e necessária reflexão de todos: “O pensamento livre é o debate. É escutar e analisar o que outros dizem. Se apenas formos nos recolher ao que mais gostamos, nossos corações endurecem e se tornam um raivoso cancro que leva à morte do livre pensar. Por isso é preciso não apenas se angustiar com as contradições do campo em que estamos, mas, se efetivamente somos honestos e livres, aceitar as ponderações que vêm de fora do círculo. Por isso, toda forma que se reduza a repetir chavões e a se mostrar acima de tudo é pequena demais para os grandes problemas, inclusive intelectuais, que hoje enfrentamos”. Autor ? José do Vale Pinheiro Feitosa. Pensemos nisso !!!
José Newton Mariano Saraiva
Publicado Originalmente no "Blog do Crato"
4 comentários:
Caro Newton,
Devemos todos considerar o verdadeiro heroísmo que é hoje ser católico praticante que entendo ser aquele que segue à risca os dogmas da Igreja Católica. Não é nada fácil manter-se rígido nesses princípios. O Católico praticante não faz interpretações pessoais da Bíblia, não resolve questões de foro íntimo: diante dos desafios encontrados à frente simplesmente busca seus pastores´e seguem ipsis litiris as regras da sua igreja ( a maior parte, claro, emanadas pelo próprio homem ou por eles assim interpretadas). Assim, os casais católicos praticantes:
1- Nunca utilizam comprimidos Anticoncepcionais, já que sua igreja só permite métodos naturais, como o de Billings;
2- Nunca fazem laqueadura de trompa ou vasectomia, pelos mesmos motivos;
3- Em caso de gravidez de fetos com anencefalia resolvem levar a gravidez a termo e nunca nem de longe imaginam praticar o aborto;
4- Os católicos praticantes oriaentam os filhos todos os dias a não uasr a camisinha que é pecado, mesmo sabendo da epidemia de AIDS. Eles têm a absoluta certeza que seus filhos permanecerão virgens até o casamento e que serão monogâmicos durante toda sua vida e pior que a companheira deles que podem não ser católicas praticantes, assim permanecerão;
5- Os católicos praticantes que têm filhos deficientes mesmo assim lutam pela não permissão da pesquisa de células tronco que poderia curar seus rebentos em futuro próximo, mas que é pecado à luz da Igreja, já que manipula embriões humanos;
6- Em caso de acontecer um estrupro de uma filha de um católico praticante que tenha 10 anos de idade, nunca jamais, em nenhum momento, esse casal iria pensar na possibilidade de aborto, mesmo que a lei brasileira assim o permita.
7- Os casais católicos praticantes depois da menopausa da esposa ou de uma histerectomia, nunca mais praticarão sexo, uma vez que se o fizerem estão cometendo pecado, uma vez que o sexo só pode ser realizado para procriação e não por prazer.
Quantos católicos praticantes, com esse perfil, existem no Brasil de hoje ?
Essa igreja é do cão
Ta amarado
AS ATROCIDADES DA IGREJA QUE O POVO PRECISA SABER
EMPALHAMENTO:
Instrumento muito usado pela santa inquisição da santa igreja católica. foi a mais terrivel arma mortífera de matar, os
considerados opositores da santa igreja de Jesus.
RASGA PEITO:
Este cruel instrumento de tortura era frequentemente utilizado em mulheres acusadas de heresia ou adultério. Como o seu nome indica, ele era usado para rasgar lentamente os peitos das vítimas até ficarem irreconhecíveis.
PÊRA:
Instrumento metálico em formato semelhante à fruta. O instrumento era introduzido na boca, ânus ou vagina da vítima e expandia-se gradativamente. Era usada para punir, principalmente, os condenados por adultério, homossexualismo, incesto ou "relação sexual com Satã".
Para finalizar uma pergunta
C O I S A DE D E U S ?
Newton, meu irmão, não consegui terminar de ler seu artigo. porém notei que uma das suas fontes é o wikipedia (lamentável). Não vou opinar contra todas as atrocidades sugeridas por você a respeito da Santa Igreja. Aconselho, no entanto, uma olhada um pouco mais aprofundada em algumas outras literaturas para esclarecer suas dúvidas, como a Suma Teológica, de São Tomás de Aquino, ou a Encíclica Humanae Vitae do Papa Pio VI, ou ainda, pra começar bem devagar, uma rápida passada pelo site do professor Felipe Aquino www.cleofas.com.br
Será de grande crescimento para você.
Para finalizar, gostaria de lembrar que uma vez perguntaram ao Papa João Paulo II o porquê do abandono de tantos fiéis da religião católica. A resposta foi curta e grossa: "Porque não eram fiéis".
Um abraço.
CATÓLICOS NÃO PRATICANTES https://www.facebook.com/groups/465635466902905/ ( grupo no face ) Participe !
Postar um comentário