O Referendo recentemente realizado na Venezuela, com aprovação da reeleição ilimitada do Chefe de Governo enseja uma reflexão sobre a velha questão da rotatividade no poder. Um dos argumentos mais usados pelos republicanos é o de que no regime monárquico ocorre a perpetuidade no mando, na pessoa do Soberano e na dinastia, enquanto na república, por via da escolha periódica, há uma saudável renovação, permitindo a condução dos melhores à chefia do Estado.
Tal a teoria. A prática tem sido frequentemente diversa, deixando a nu a vacuidade dessa doutrina cerebrina. Exceção feita da América do Norte e Europa, onde – por razões históricas e sociológicas que muito têm que ver precisamente com o passado monárquico desses países – as noções de estabilidade e continuidade estão muito arraigadas, levando à observância da regra eleitoral, o que vemos por toda a parte é a perpetuação no poder de indivíduos ou de “dinastias”, arrivistas ou revolucionárias, sem que aliás a contradição resultante provoque problemas de consciência para os que invocam o princípio da renovação.
Nos últimos 50 anos são inúmeros os exemplos disso, em variadas versões: “de pai para filho” (Kim Jong-Il que sucedeu a Kim Il-Sung na Coréia do Norte, Bashar Al-Assad que sucedeu a Afez Al-Assad na Síria, Baby-Doc que sucedeu a Papa-Doc no Haiti); “de marido para mulher” (Perón para Isabelita e Kirchner para Cristina na Argentina); “de irmão para irmão” (Fidel para Raúl Castro em Cuba) etc, etc; quando integrantes de grupos, ou de seitas ideológicas, organizam a respectiva sucessão, do que é exemplo mais frisante Putin, na Rússia.
A possível perpetuidade do histrião Chávez (possível, dizemos, mas não certa, pois dados indicam que, não obstante a vitória eleitoral conseguida à custa do erário público, se avoluma o descontentamento contra ele na Venezuela) nada tem de novo a não ser o caráter radical da transformação por ele pretendida: “estamos em processo revolucionário/ criando uma nova doutrina constitucional/ esse caminha se chama socialismo.”
Afinados com Chávez, Correa no Equador e Morales na Bolívia quererão por certo pegar carona no novo modelo, tão explícito. E no Brasil, haverá ouvidos receptivos a essa pregação? Estejamos atentos...
Tal a teoria. A prática tem sido frequentemente diversa, deixando a nu a vacuidade dessa doutrina cerebrina. Exceção feita da América do Norte e Europa, onde – por razões históricas e sociológicas que muito têm que ver precisamente com o passado monárquico desses países – as noções de estabilidade e continuidade estão muito arraigadas, levando à observância da regra eleitoral, o que vemos por toda a parte é a perpetuação no poder de indivíduos ou de “dinastias”, arrivistas ou revolucionárias, sem que aliás a contradição resultante provoque problemas de consciência para os que invocam o princípio da renovação.
Nos últimos 50 anos são inúmeros os exemplos disso, em variadas versões: “de pai para filho” (Kim Jong-Il que sucedeu a Kim Il-Sung na Coréia do Norte, Bashar Al-Assad que sucedeu a Afez Al-Assad na Síria, Baby-Doc que sucedeu a Papa-Doc no Haiti); “de marido para mulher” (Perón para Isabelita e Kirchner para Cristina na Argentina); “de irmão para irmão” (Fidel para Raúl Castro em Cuba) etc, etc; quando integrantes de grupos, ou de seitas ideológicas, organizam a respectiva sucessão, do que é exemplo mais frisante Putin, na Rússia.
A possível perpetuidade do histrião Chávez (possível, dizemos, mas não certa, pois dados indicam que, não obstante a vitória eleitoral conseguida à custa do erário público, se avoluma o descontentamento contra ele na Venezuela) nada tem de novo a não ser o caráter radical da transformação por ele pretendida: “estamos em processo revolucionário/ criando uma nova doutrina constitucional/ esse caminha se chama socialismo.”
Afinados com Chávez, Correa no Equador e Morales na Bolívia quererão por certo pegar carona no novo modelo, tão explícito. E no Brasil, haverá ouvidos receptivos a essa pregação? Estejamos atentos...
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