Depois de um tempo distante dos peixes
voltei a experimentar um mergulho no raso.
Seus voos continuam suntuosos,
não tinha como pegar-lhes os rabos coloridos.
Sequer ousei.
Meu sonho era somente admirar
seus olhos míopes e engraçados.
Aos prantos minha alma jura até agora
que viu meu fim de perto.
A mente ao contrário pulava
de tão maravilhosa epifania.
Ambas iludiram-se.
Enganaram-se redondamente.
O poeta só estava mesmo refletindo
sobre suas epístolas de logo mais tarde.
Tenho por obrigação erguer-me acima das montanhas.
Pisando firme no pântano.
Em caso de urgência -
meus peixes voam com as guelras abertas.
Milagrosamente bem abertas.
Não há como morrer na água
nem se perder na terra.
Um comentário:
Estou sentindo algo extremamente forte borbulhando no teu íntimo, pressinto safra boa chegando, não sei, posso estar enganada...
Boa sorte. Abração.
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